APOSTILAS

domingo, 12 de novembro de 2017

Polícia Militar do Estado de São Paulo – PM-SP Soldado PM de 2ª Classe PARTE 04

APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 47
TOME NOTA!!!
Uma forma de identificarmos se uma frase simples é ou
não considerada frase lógica, ou sentença, ou ainda
proposição, é pela presença de:
- sujeito simples: "Carlos é médico";
- sujeito composto: "Rui e Nathan são irmãos";
- sujeito inexistente: "Choveu"
- verbo, que representa a ação praticada por esse sujeito,
e estar sujeita à apreciação de julgamento de ser verdadeira
(V) ou falsa (F), caso contrário, não será considerada
proposição.
Atenção: orações que não tem sujeito, NÃO são
consideradas proposições lógicas.
Princípios fundamentais da lógica
A Lógica matemática adota como regra fundamental três
princípios1 (ou axiomas):
I – PRÍNCIPIO DA IDENTIDADE: uma proposição
verdadeira é verdadeira; uma proposição falsa é falsa.
II – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma
proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo
tempo.
III – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda
proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre
um desses casos, NUNCA existindo um terceiro caso.
Se esses princípios acimas não puderem ser aplicados,
NÃO podemos classificar uma frase como proposição.
Valores lógicos das proposições
Chamamos de valor lógico de uma proposição a verdade,
se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se a proposição
é falsa (F).
Consideremos as seguintes proposições e os seus
respectivos valores lógicos:
a) Brasília é a capital do Brasil. (V)
b) Terra é o maior planeta do sistema Solar. (F)
A maioria das proposições são proposições contingenciais,
ou seja, dependem do contexto para sua análise. Assim, por
exemplo, se considerarmos a proposição simples:
“Existe vida após a morte”, ela poderá ser verdadeira (do
ponto de vista da religião espírita) ou falsa (do ponto de vista
da religião católica); mesmo assim, em ambos os casos, seu valor
lógico é único — ou verdadeiro ou falso.
Classificação das proposições
As proposições podem ser classificadas em:
1) Proposições simples (ou atômicas): são formadas por
um única oração, sem conectivos, ou seja, elementos de
ligação. Representamos por letras minusculas: p, q, r,... .
Exemplos:
O céu é azul.
Hoje é sábado.
2) Proposições compostas (ou moleculares): possuem
elementos de ligação (conectivos) que ligam as orações,
1 Algumas bibliografias consideram apenas dois axiomas o II e o III.
podendo ser duas, três, e assim por diante. Representamos por
letras maiusculas: P, Q, R, ... .
Exemplos:
O ceu é azul ou cinza.
Se hoje é sábado, então vou a praia.
Observação: os termos em destaque são alguns dos
conectivos (termos de ligação) que utilizamos em lógica
matemática.
3) Proposição (ou sentença) aberta: quando não se
pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou
valorar a proposição!), portanto, não é considerada frase
lógica. São consideradas sentenças abertas:
a) Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou
ontem? – Fez Sol ontem?
b) Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
c) Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue
a televisão.
d) Frases sem sentido lógico (expressões vagas,
paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é verdadeira” (expressão
paradoxal) – O cavalo do meu vizinho morreu (expressão
ambígua) – 2 + 3 + 7
4) Proposição (sentença) fechada: quando a proposição
admitir um único valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso,
nesse caso, será considerada uma frase, proposição ou
sentença lógica.
Observe os exemplos:
Frase Sujeito Verbo Conclusão
Maria é
baiana
Maria
(simples)
É (ser) É uma frase
lógica
Lia e Maria
têm dois
irmãos
Lia e Maria
(composto)
Têm (ter) É uma frase
lógica
Ventou
hoje
Inexistente Ventou
(ventar)
É uma frase
lógica
Um lindo
livro de
literatura
Um lindo
livro
Frase sem
verbo
NÂO é uma
frase lógica
Manobrar
esse carro
Frase sem
sujeito
Manobrar NÂO é uma
frase lógica
Existe vida
em Marte
Vida Existir É uma frase
lógica
Sentenças representadas por variáveis
a) x + 4 > 5;
b) Se x > 1, então x + 5 < 7;
c) x = 3 se, e somente se, x + y = 15.
Observação: Os termos “atômicos” e “moleculares”
referem-se à quantidade de verbos presentes na frase.
Consideremos uma frase com apenas um verbo, então ela será
dita atômica, pois se refere a apenas um único átomo (1 verbo
= 1 átomo); consideremos, agora, uma frase com mais de um
verbo, então ela será dita molecular, pois se refere a mais de
um átomo (mais de um átomo = uma molécula).
Questões
01. (Pref. Tanguá/RJ- Fiscal de Tributos – MS
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é
classificada como uma proposição simples?
(A) Será que vou ser aprovado no concurso?
(B) Ele é goleiro do Bangu.
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Matemática 48
(C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
(D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
02. (IF/PA- Auxiliar de Assuntos Educacionais –
IF/PA/2016) Qual sentença a seguir é considerada uma
proposição?
(A) O copo de plástico.
(B) Feliz Natal!
(C) Pegue suas coisas.
(D) Onde está o livro?
(E) Francisco não tomou o remédio.
03. (Cespe/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
• “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
• A expressão x + y é positiva.
• O valor de √4 + 3 = 7.
• Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
• O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.
Respostas
01. Resposta: D.
Analisando as alternativas temos:
(A) Frases interrogativas não são consideradas
proposições.
(B) O sujeito aqui é indeterminado, logo não podemos
definir quem é ele.
(C) Trata-se de uma proposição composta
(D) É uma frase declarativa onde podemos identificar o
sujeito da frase e atribuir a mesma um valor lógico.
02. Resposta: E.
Analisando as alternativas temos:
(A) Não é uma oração composta de sujeito e predicado.
(B) É uma frase imperativa/exclamativa, logo não é
proposição.
(C) É uma frase que expressa ordem, logo não é proposição.
(D) É uma frase interrogativa.
(E) Composta de sujeito e predicado, é uma frase
declarativa e podemos atribuir a ela valores lógicos.
03. Resposta: B.
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não
podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma
sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir
valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois
podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado
que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também
podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando
a quantidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um
valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir
valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Conceito de Tabela Verdade
Sabemos que tabela verdade é toda tabela que atribui,
previamente, os possíveis valores lógicos que as proposições
simples podem assumir, como sendo verdadeiras (V) ou
falsas (F), e, por consequência, permite definir a solução de
uma determinada fórmula (proposição composta).
De acordo com o Princípio do Terceiro Excluído, toda
proposição simples “p” é verdadeira ou falsa, ou seja, possui o
valor lógico V (verdade) ou o valor lógico F (falsidade).
Em se tratando de uma proposição composta, a
determinação de seu valor lógico, conhecidos os valores
lógicos das proposições simples componentes, se faz com base
no seguinte princípio, vamos relembrar:
O valor lógico de qualquer proposição composta
depende UNICAMENTE dos valores lógicos das
proposições simples componentes, ficando por eles
UNIVOCAMENTE determinados.
Para determinarmos esses valores recorremos a um
dispositivo prático que é o objeto do nosso estudo: A tabela
verdade. Em que figuram todos os possíveis valores lógicos da
proposição composta (sua solução) correspondente a todas as
possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
simples componentes.
Número de linhas de uma Tabela Verdade
O número de linhas de uma proposição composta depende
do número de proposições simples que a integram, sendo dado
pelo seguinte teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n*
proposições simples componentes contém 2n linhas.” (*
Algumas bibliografias utilizam o “p” no lugar do “n”)
Os valores lógicos “V” e “F” se alteram de dois em dois para
a primeira proposição “p” e de um em um para a segunda
proposição “q”, em suas respectivas colunas, e, além disso, VV,
VF, FV e FF, em cada linha, são todos os arranjos binários com
repetição dos dois elementos “V” e “F”, segundo ensina a
Análise Combinatória.
Construção da tabela verdade de uma proposição
composta
Para sua construção começamos contando o número de
proposições simples que a integram. Se há n proposições
simples componentes, então temos 2n linhas. Feito isso,
atribuimos a 1ª proposição simples “p1” 2n / 2 = 2n -1 valores
V , seguidos de 2n – 1 valores F, e assim por diante.
Exemplos
1) Se tivermos 2 proposições temos que 2n =22 = 4 linhas e
2n – 1 = 22 - 1 = 2, temos para a 1ª proposição 2 valores V e 2
valores F se alternam de 2 em 2 , para a 2ª proposição temos
que os valores se alternam de 1 em 1 (ou seja metade dos
valores da 1ª proposição). Observe a ilustração, a primeira
parte dela corresponde a árvore de possibilidades e a segunda
a tabela propriamente dita.
(Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/tabelaverdade.
html)
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 49
2) Neste caso temos 3 proposições simples, fazendo os
cálculos temos: 2n =23 = 8 linhas e 2n – 1 = 23 - 1 = 4, temos para
a 1ª proposição 4 valores V e 4 valores F se alternam de 4 em
4 , para a 2ª proposição temos que os valores se alternam de 2
em 2 (metade da 1ª proposição) e para a 3ª proposição temos
valores que se alternam de 1 em 1(metade da 2ª proposição).
(Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/tabelaverdade.
html)
Vejamos alguns exemplos:
01. (FCC) Com relação à proposição: “Se ando e bebo,
então caio, mas não durmo ou não bebo”. O número de linhas
da tabela-verdade da proposição composta anterior é igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Vamos contar o número de verbos para termos a
quantidade de proposições simples e distintas contidas na
proposição composta. Temos os verbos “andar’, “beber”, “cair”
e “dormir”. Aplicando a fórmula do número de linhas temos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
02. (Cespe/UnB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições
simples e distintas, então o número de linhas da tabelaverdade
da proposição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio
acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
Estudo dos Operadores e Operações Lógicas
Quando efetuamos certas operações sobre proposições
chamadas operações lógicas, efetuamos cálculos
proposicionais, semelhantes a aritmética sobre números, de
forma a determinarmos os valores das proposições.
1) Negação ( ~ ): chamamos de negação de uma
proposição representada por “não p” cujo valor lógico é
verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F) quando p é
verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de
p.
Pela tabela verdade temos:
Simbolicamente temos:
~V = F ; ~F = V
V(~p) = ~V(p)
Exemplos
Proposição
(afirmações): p
Negação: ~p
Carlos é médico Carlos NÃO é médico
Juliana é carioca Juliana NÃO é carioca
Nicolas está de
férias
Nicolas NÃO está de
férias
Norberto foi
trabalhar
NÃO É VERDADE QUE
Norberto foi trabalhar
A primeira parte da tabela todas as afirmações são
verdadeiras, logo ao negarmos temos passam a ter como valor
lógico a falsidade.
- Dupla negação (Teoria da Involução): vamos
considerar as seguintes proposições primitivas, p:” Netuno é o
planeta mais distante do Sol”; sendo seu valor verdadeiro ao
negarmos “p”, vamos obter a seguinte proposição ~p: “Netuno
NÂO é o planeta mais distante do Sol” e negando novamente a
proposição “~p” teremos ~(~p): “NÃO É VERDADE que Netuno
NÃO é o planeta mais distante do Sol”, sendo seu valor lógico
verdadeiro (V). Logo a dupla negação equivale a termos de
valores lógicos a sua proposição primitiva.
p ≡ ~(~p)
Observação: O termo “equivalente” está associado aos
“valores lógicos” de duas fórmulas lógicas, sendo iguais pela
natureza de seus valores lógicos.
Exemplo:
1. Saturno é um planeta do sistema solar.
2. Sete é um número real maior que cinco.
Sabendo-se da realidade dos valores lógicos das
proposições “Saturno é um planeta do sistema solar” e “Sete é
um número rela maior que cinco”, que são ambos verdadeiros
(V), conclui-se que essas proposições são equivalentes, em
termos de valores lógicos, entre si.
2) Conjunção – produto lógico (^): chama-se de
conjunção de duas proposições p e q a proposição
representada por “p e q”, cujo valor lógico é verdade (V)
quando as proposições, p e q, são ambas verdadeiras e
falsidade (F) nos demais casos.
Simbolicamente temos: “p ^ q” (lê-se: “p E q”).
Pela tabela verdade temos:
Exemplos
(a)
p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ V = V
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Matemática 50
(b)
p: A neve é azul. (F)
q: 6 < 5. (F)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ F = F
(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ F = F
(d)
p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número ímpar. (V)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ V = F
- O valor lógico de uma proposição simples “p” é indicado
por V(p). Assim, exprime-se que “p” é verdadeira (V),
escrevendo:
V(p) = V
- Analogamente, exprime-se que “p” é falsa (F),
escrevendo:
V(p) = F
- As proposições compostas, representadas, por exemplo,
pelas letras maiúsculas “P”, “Q”, “R”, “S” e “T”, terão seus
respectivos valores lógicos representados por:
V(P), V(Q), V(R), V(S) e V(T).
3) Disjunção inclusiva – soma lógica – disjunção
simples (v): chama-se de disjunção inclusiva de duas
proposições p e q a proposição representada por “p ou q”, cujo
valor lógico é verdade (V) quando pelo menos uma das
proposições, p e q, é verdadeira e falsidade (F) quando
ambas são falsas.
Simbolicamente: “p v q” (lê-se: “p OU q”).
Pela tabela verdade temos:
Exemplos
(a)
p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V)
V(p v q) = V(p) v V(q) = V v V = V
(b)
p: A neve é azul. (F)
q: 6 < 5. (F)
V(p v q) = V(p) v V(q) = F v F = F
(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p v q) = V(p) v V(q) = V v F = V
(d)
p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número ímpar. (V)
V(p v q) = V(p) v V(q) = F v V = V
4) Disjunção exclusiva ( v ): chama-se disjunção
exclusiva de duas proposições p e q, cujo valor lógico é
verdade (V) somente quando p é verdadeira ou q é
verdadeira, mas não quando p e q são ambas verdadeiras
e a falsidade (F) quando p e q são ambas verdadeiras ou
ambas falsas.
Simbolicamente: “p v q” (lê-se; “OU p OU q”; “OU p OU q,
MAS NÃO AMBOS”).
Pela tabela verdade temos:
Para entender melhor vamos analisar o exemplo.
p: Nathan é médico ou professor. (Ambas podem ser
verdadeiras, ele pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, uma
condição não exclui a outra – disjunção inclusiva).
Podemos escrever:
Nathan é médico ^ Nathan é professor
q: Mario é carioca ou paulista (aqui temos que se Mario é
carioca implica que ele não pode ser paulista, as duas coisas
não podem acontecer ao mesmo tempo – disjunção exclusiva).
Reescrevendo:
Mario é carioca v Mario é paulista.
Exemplos
a) Plínio pula ou Lucas corre, mas não ambos.
b) Ou Plínio pula ou Lucas corre.
5) Implicação lógica ou condicional (→): chama-se
proposição condicional ou apenas condicional representada
por “se p então q”, cujo valor lógico é falsidade (F) no caso em
que p é verdade e q é falsa e a verdade (V) nos demais
casos.
Simbolicamente: “p → q” (lê-se: p é condição suficiente
para q; q é condição necessária para p).
p é o antecedente e q o consequente e “→” é chamado de
símbolo de implicação.
Pela tabela verdade temos:
Exemplos
(a)
p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V)
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → V = V
(b)
p: A neve é azul. (F)
q: 6 < 5. (F)
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → F = V
(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → F = F
(d)
p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número ímpar. (V)
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → V = V
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Matemática 51
6) Dupla implicação ou bicondicional (↔):chama-se
proposição bicondicional ou apenas bicondicional
representada por “p se e somente se q”, cujo valor lógico é
verdade (V) quando p e q são ambas verdadeiras ou falsas
e a falsidade (F) nos demais casos.
Simbolicamente: “p ↔ q” (lê-se: p é condição necessária e
suficiente para q; q é condição necessária e suficiente para p).
Pela tabela verdade temos:
Exemplos
(a)
p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V
(b)
p: A neve é azul. (F)
q: 6 < 5. (F)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ F = V
(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ F = F
(d)
p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número ímpar. (V)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ V = F
Transformação da linguagem corrente para a
simbólica
Este é um dos tópicos mais vistos em diversas provas e por
isso vamos aqui detalhar de forma a sermos capazes de
resolver questões deste tipo.
Sejam as seguintes proposições simples denotadas por “p”,
“q” e “r” representadas por:
p: Luciana estuda.
q: João bebe.
r: Carlos dança.
Sejam, agora, as seguintes proposições compostas
denotadas por: “P ”, “Q ”, “R ”, “S ”, “T ”, “U ”, “V ” e “X ”
representadas por:
P: Se Luciana estuda e João bebe, então Carlos não dança.
Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana não
estuda.
R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se,
João não bebe.
O primeiro passo é destacarmos os operadores lógicos
(modificadores e conectivos) e as proposições. Depois
reescrevermos de forma simbólica, vajamos:
Juntando as informações temos que, P: (p ^ q) → ~r
Continuando:
Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana
estuda.
Simbolicamente temos: Q: ~ (q v r ^ ~p).
R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se,
João não bebe.
(p v r) ↔ ~q
Observação: os termos “É falso que”, “Não é verdade que”,
“É mentira que” e “É uma falácia que”, quando iniciam as
frases negam, por completo, as frases subsequentes.
- O uso de parêntesis
A necessidade de usar parêntesis na simbolização das
proposições se deve a evitar qualquer tipo de ambiguidade,
assim na proposição, por exemplo, p ^ q v r, nos dá a seguinte
proposições:
(I) (p ^ q) v r - Conectivo principal é da disjunção.
(II) p ^ (q v r) - Conectivo principal é da conjunção.
As quais apresentam significados diferentes, pois os
conectivos principais de cada proposição composta dá valores
lógicos diferentes como conclusão.
Agora observe a expressão: p ^ q → r v s, dá lugar,
colocando parêntesis as seguintes proposições:
a) ((p ^ q) → r) v s
b) p ^ ((q → r) v s)
c) (p ^ (q → r)) v s
d) p ^ (q → (r v s))
e) (p ^ q) → (r v s)
Aqui duas quaisquer delas não tem o mesmo significado.
Porém existem muitos casos que os parêntesis são suprimidos,
a fim de simplificar as proposições simbolizadas, desde que,
naturalmente, ambiguidade alguma venha a aparecer. Para
isso a supressão do uso de parêntesis se faz mediante a
algumas convenções, das quais duas são particularmente
importantes:
1ª) A “ordem de precedência” para os conectivos é:
(I) ~ (negação)
(II) ^, v (conjunção ou disjunção têm a mesma
precedência, operando-se o que ocorrer primeiro, da esquerda
para direita).
(III) → (condicional)
(IV) ↔ (bicondicional)
Portanto o mais “fraco” é “~” e o mais “forte” é “↔”.
Logo: Os símbolos → e ↔ têm preferência sobre ^ e v.
Exemplo
p → q ↔ s ^ r , é uma bicondicional e nunca uma
condicional ou uma conjunção. Para convertê-la numa
condicional há que se usar parêntesis:
p →( q ↔ s ^ r )
E para convertê-la em uma conjunção:
(p → q ↔ s) ^ r
2ª) Quando um mesmo conectivo aparece
sucessivamente repetido, suprimem-se os parêntesis,
fazendo-se a associação a partir da esquerda.
Segundo estas duas convenções, as duas seguintes
proposições se escrevem:
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 52
Proposição Nova forma de escrever a
proposição
((~(~(p ^ q))) v (~p)) ~~ (p ^ q) v ~p
((~p) → (q → (~(p v
r))))
~p→ (q → ~(p v r))
- Outros símbolos para os conectivos (operadores lógicos):
“¬” (cantoneira) para negação (~).
“●” e “&” para conjunção (^).
כ“ ” (ferradura) para a condicional (→).
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que
facilitará na resolução de diversas questões
(Fonte: http://www laifi.com.)
Exemplo
Vamos construir a tabela verdade da proposição:
P(p,q) = ~ (p ^ ~q)
1ª Resolução) Vamos formar o par de colunas
correspondentes as duas proposições simples p e q. Em
seguida a coluna para ~q , depois a coluna para p ^ ~q e a
útima contento toda a proposição ~ (p ^ ~q), atribuindo todos
os valores lógicos possíveis de acordo com os operadores
lógicos.
p q ~q p ^~q ~ (p ^ ~q)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V
2ª Resolução) Vamos montar primeiro as colunas
correspondentes a proposições simples p e q , depois traçar
colunas para cada uma dessas proposições e para cada um dos
conectivos que compõem a proposição composta.
p q ~ (p ^ ~ q)
V V
V F
F V
F F
Depois completamos, em uma determinada ordem as
colunas escrevendo em cada uma delas os valores lógicos.
p q ~ (p ^ ~ q)
V V V V
V F V F
F V F V
F F F F
1 1
p q ~ (p ^ ~ q)
V V V F V
V F V V F
F V F F V
F F F V F
1 2 1
p q ~ (p ^ ~ q)
V V V F F V
V F V V V F
F V F F F V
F F F F V F
1 3 2 1
p q ~ (p ^ ~ q)
V V V V F F V
V F F V V V F
F V V F F F V
F F V F F V F
4 1 3 2 1
Observe que vamos preenchendo a tabela com os valores
lógicos (V e F), depois resolvemos os operadores lógicos
(modificadores e conectivos) e obtemos em 4 os valores
lógicos da proposição que correspondem a todas possíveis
atribuições de p e q de modo que:
P(V V) = V, P(V F) = F, P(F V) = V, P(F F) = V
A proposição P(p,q) associa a cada um dos elementos do
conjunto U – {VV, VF, FV, FF} com um ÚNICO elemento do
conjunto {V,F}, isto é, P(p,q) outra coisa não é que uma função
de U em {V,F}
P(p,q): U → {V,F} , cuja representação gráfica por um
diagrama sagital é a seguinte:
3ª Resolução) Resulta em suprimir a tabela verdade
anterior as duas primeiras da esquerda relativas às
proposições simples componentes p e q. Obtermos então a
seguinte tabela verdade simplificada:
~ (p ^ ~ q)
V V F F V
F V V V F
V F F F V
V F F V F
4 1 3 2 1
Referências
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
Nobel – 2002.
ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES
Propriedades da Conjunção: Sendo as proposições p, q e
r simples, quaisquer que sejam t e w, proposições também
simples, cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e
F(falsidade), temos as seguintes propriedades:
1) Idempotente: p ^ p ⇔ p (o símbolo “⇔” representa
equivalência).
A tabela verdade de p ^ p e p, são idênticas, ou seja, a
bicondicional p ^ p ↔ p é tautológica.
p p ^ p p ^ p ↔ p
V V V
F F V
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 53
2) Comutativa: p ^ q ⇔ q ^ p
A tabela verdade de p ^ q e q ^ p são idênticas, ou seja, a
bicondicional p ^ q ↔ q ^ p é tautológica.
p q p ^ q q ^ p p ^ q ↔ q ^ p
V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F F V
3) Associativa: (p ^ q) ^ r ⇔ p ^ (q ^ r)
A tabela verdade de (p ^ q) ^ r e p ^ (q ^ r) são idênticas,
ou seja, a bicondicional (p ^ q) ^ r ↔ p ^ (q ^ r) é tautológica.
p q r p ^ q (p ^ q) ^ r q ^ r p ^ (q ^ r)
V V V V V V V
V V F V F F F
V F V F F F F
V F F F F F F
F V V F F V F
F V F F F F F
F F V F F F F
F F F F F F F
4) Identidade: p ^ t ⇔ p e p ^ w ⇔ w
A tabela verdade de p ^ t e p, e p ^ w e w são idênticas, ou
seja, a bicondicional p ^ t ↔ p e p ^ w ↔ w são tautológicas.
p t w p ^ t p ^ w p ^ t ↔ p p ^ w ↔ w
V V F V F V V
F V F F F V V
Estas propriedades exprimem que t e w são
respectivamente elemento neutro e elemento absorvente da
conjunção.
Propriedades da Disjunção: Sendo as proposições p, q e
r simples, quaisquer que sejam t e w, proposições também
simples, cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e
F(falsidade), temos as seguintes propriedades:
1) Idempotente: p v p ⇔ p
A tabela verdade de p v p e p, são idênticas, ou seja, a
bicondicional p v p ↔ p é tautológica.
p p v p p v p ↔ p
V V V
F F V
2) Comutativa: p v q ⇔ q v p
A tabela verdade de p v q e q v p são idênticas, ou seja, a
bicondicional p v q ↔ q v p é tautológica.
p q p v q q v p p v q ↔ q v p
V V V V V
V F V V V
F V V V V
F F F F V
3) Associativa: (p v q) v r ⇔ p v (q v r)
A tabela verdade de (p v q) v r e p v (q v r) são idênticas, ou
seja, a bicondicional (p v q) v r ↔ p v (q v r) é tautológica.
p q r p v q (p v q) v r q v r p v (q v r)
V V V V V V V
V V F V V V V
V F V V V V V
V F F V V F V
F V V V V V V
F V F V V V V
F F V F V V V
F F F F F F F
4) Identidade: p v t ⇔ t e p v w ⇔ p
A tabela verdade de p v t e p, e p v w e w são idênticas, ou
seja, a bicondicional p v t ↔ t e p v w ↔ p são tautológicas.
p t w p v t p v w p v t ↔ t p v w ↔ p
V V F V V V V
F V F V F V V
Estas propriedades exprimem que t e w são
respectivamente elemento absorvente e elemento neutro da
disjunção.
Propriedades da Conjunção e Disjunção: Sejam p, q e r
proposições simples quaisquer.
1) Distributiva:
- p ^ (q v r) ⇔ (p ^ q) v (p ^ r)
- p v (q ^ r) ⇔ (p v q) ^ (p v r)
A tabela verdade das proposições p ^ (q v r) e (p v q) ^ (p
v r) são idênticas, e observamos que a bicondicional p ^ (q v r)
↔ (p ^ q) v (p ^ r) é tautológica.
p q r q v
r
p ^ (q v
r)
p ^
q
p ^
r
(p ^ q) v (p ^
r)
V V V V V V V V
V V F V V V F V
V F V V V F V V
V F F F F F F F
F V V V F F F F
F V F V F F F F
F F V V F F F F
F F F F F F F F
Analogamente temos ainda que a tabela verdade das
proposições p v (q ^ r) e (p v q) ^ (p v r) são idênticas e sua
bicondicional p v (q ^ r) ↔ (p v q) ^ (p v r) é tautológica.
A equivalência p ^ (q v r) ↔ (p ^ q) v (p ^ r), exprime que a
conjunção é distributiva em relação à disjunção e a
equivalência p v (q ^ r) ↔ (p v q) ^ (p v r), exprime que a
disjunção é distributiva em relação à conjunção.
Exemplo:
“Carlos estuda E Jorge trabalha OU viaja” é equivalente à
seguinte proposição:
“Carlos estuda E Jorge trabalha” OU “Carlos estuda E Jorge
viaja”.
2) Absorção:
- p ^ (p v q) ⇔ p
- p v (p ^ q) ⇔ p
A tabela verdade das proposições p ^ (p v q) e p, ou seja, a
bicondicional p ^ (p v q) ↔ p é tautológica.
p q p v q p ^ (p v q) p ^ (p v q) ↔ p
V V V V V
V F V V V
F V V F V
F F F F V
Analogamente temos ainda que a tabela verdade das
proposições p v (p ^ q) e p são idênticas, ou seja a bicondicional
p v (p ^ q) ↔ p é tautológica.
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 54
p q p ^ q p v (p ^ q) p v (p ^ q) ↔ p
V V V V V
V F F V V
F V F F V
F F F F V
Referências
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
Nobel – 2002.
Questões
01. (MEC – Conhecimentos básicos para os Postos
9,10,11 e 16 – CESPE/2015)
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabelaverdade,
em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V
e F correspondem, respectivamente, aos valores lógicos
verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos
lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição
lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal
é igual a
( ) Certo ( ) Errado
02. (BRDE-Analista de Sistemas, Desenvolvimento de
Sistemas – FUNDATEC/2015)
Qual operação lógica descreve a tabela verdade da função
Z abaixo cujo operandos são A e B? Considere que V significa
Verdadeiro, e F, Falso.
(A) Ou.
(B) E.
(C) Ou exclusivo.
(D) Implicação (se...então).
(E) Bicondicional (se e somente se).
03. (EBSERH – Técnico em Citopatologia – INSTITUTO
AOCP/2015) Considerando a proposição composta ( p ∨ r ) , é
correto afirmar que
(A) a proposição composta é falsa se apenas p for falsa.
(B) a proposição composta é falsa se apenas r for falsa.
(C) para que a proposição composta seja verdadeira é
necessário que ambas, p e r sejam verdadeiras.
(D) para que a proposição composta seja verdadeira é
necessário que ambas, p e r sejam falsas.
(E) para que a proposição composta seja falsa é necessário
que ambas, p e r sejam falsas.
Respostas
01. Resposta: Certo.
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
R Q P [ P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
02. Resposta: D.
Observe novamente a tabela abaixo, considere A = p, B = q
e Z = condicional.
03. Resposta: E.
Como já foi visto, a disjunção só é falsa quando as duas
proposições são falsas.
RACIOCÍNIO ANALÍTICO OU VERDADES E MENTIRAS
Raciocínio Analítico trabalha com uma área da lógica
conhecida como “lógica informal”. Ao contrário da lógica
formal, onde os argumentos são classificados como V ou F, a
“lógica informal” possui uma série de possibilidades: um
argumento pode ser mais sólido ou menos sólido, uma
premissa pode reforçar ou enfraquecer um argumento, uma
conclusão pode ser mais provável ou menos provável…
Você verá que as questões de Raciocínio Analítico exigem
bastante senso crítico, bastante capacidade de interpretação,
observe o exemplo citado abaixo.
Vejamos:
“Beber café causa câncer. Afinal, todas as pessoas com
câncer que eu conheço bebiam café. Além disso, uma médica
bastante conhecida parou de ingerir este alimento para evitar a
doença. É bom lembrar também que o número de casos de
câncer tem aumentado, assim como o consumo de café”.
Aqui temos as premissas e as conclusões na qual podemos
montar a estrutura deste argumento, para assim analisa-lo.
Premissa 1: todas as pessoas com câncer que eu conheço
bebiam café
Premissa 2: uma médica bastante conhecida parou de
ingerir este alimento para evitar a doença
Premissa 3: o número de casos de câncer tem aumentado,
assim como o consumo de café
Conclusão: Beber café causa câncer
A conclusão deste argumento está logo no início do texto.
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 55
Conforme dito no início ao estudar Raciocínio Analítico,
estamos no campo da “lógica informal”, que é menos
rigorosa/extremista. De qualquer forma, a uma primeira vista
podemos fazer um julgamento preliminar desse argumento. O
seu senso crítico não deve ter deixado que você fique
inteiramente convencido da ideia que estava sendo defendida
pelo texto. Isto porque, de fato, essa fala apresenta alguns
erros de argumentação que são as falácias.
Observe que:
Premissa 1: todas as pessoas com câncer que eu conheço
bebiam café
Quantas pessoas de fato a pessoa que faz tal afirmação
conhecia? 100? 200? O fato que isto não significa generalizar é
afirmar que TODO mundo que bebe café vai morrer de câncer.
Premissa 2: uma médica bastante conhecida parou de
ingerir este alimento para evitar a doença
Será essa médica especialista em oncologia (especialidade
médica que se dedica ao estudo e tratamento da neoplasia,
incluindo sua etiologia e desenvolvimento)? Ou será ela
pediatra? Aqui a pessoa que escreve este texto baseou suas
informações prestadas por uma médica que ele conhecia, nem
sabemos de fato a especialidade desta médica.
Premissa 3: o número de casos de câncer tem aumentado,
assim como o consumo de café
Uma informação não pode afirmar a correlação entre as
mesmas. Há estudos que comprovem isso? Este fato é isolado
a uma região?
Logo a conclusão não pode ser aceita como válida ou como
uma verdade, pois nossos questionamentos nos levam a crer
que este argumento não é dito como válido. Pois podem existir
pessoas com câncer que não bebem café e pessoas que bebem
café e não tem câncer.
Se na prova perguntasse: “Qual das informações abaixo, se
for verdadeira, mais enfraquece o argumento apresentado?”
(A) O autor do texto conhece 100 pessoas com câncer.
(B) a médica referida pelo autor é pediatra, só tendo
estudado oncologia brevemente durante a faculdade há 20
anos.
(C) as regiões do país onde o aumento do consumo de café
tem sido maior nos últimos anos também são as regiões que
têm registrado os maiores aumentos na incidência de câncer.
(D) todos os conhecidos do autor bebem café.
Resolução: (“enfraquecer” o argumento é aquela afirmação
que deixa a conclusão mais longe da sua validade) repare que
duas das alternativas de resposta não enfraquecem o
argumento, mas sim o reforçam: A e C. As outras duas
alternativas enfraquecem o argumento, como vimos acima.
Mas preste atenção na pergunta feita no enunciado: nós
devemos marcar aquela informação que MAIS enfraquece o
argumento. Com base na análise que fizemos acima, creio que
você não tenha dificuldade de marcar a alternativa D. Afinal,
na alternativa B, o mero fato de a médica ter estudado
oncologia por um curto período e há muito tempo atrás não
invalida totalmente a opinião dela, embora realmente
enfraqueça um pouco a argumentação do autor do texto.
Mais alguns exemplos:
1) Cinco aldeões foram trazidos à presença de um velho
rei, acusados de haver roubado laranjas do pomar real. Abelim,
o primeiro a falar, falou tão baixo que o rei que era um pouco
surdo não ouviu o que ele disse. Os outros quatro acusados
disseram: Bebelim: Cebelim é inocente, Cebelim: Dedelim é
inocente, Dedelim: Ebelim é culpado, Ebelim: Abelim é
culpado.
O mago Merlim, que vira o roubo das laranjas e ouvira as
declarações dos cinco acusados, disse então ao rei: Majestade,
apenas um dos cinco acusados é culpado e ele disse a verdade;
os outros quatro são inocentes e todos os quatro mentiram. O
velho rei, que embora um pouco surdo era muito sábio, logo
concluiu corretamente que o culpado era:
(A) Abelim
(B) Bebelim
(C) Cebelim
(D) Dedelim
(E) Ebelim
Resolução: se quatro dos inocentes mentiram e somente
um culpado disse a verdade temos no quadro abaixo duas
informações conflitantes: as duas primeiras pois se ambas
mentem não poderia haver dois culpados!!!. Então somente
um dos dois que disseram que são inocentes está correto.
Desta forma se acha o culpado! Como consequência os outros
últimos estão mentindo pois há 4 inocentes que mentem.
Testemos quem é o culpado:
Dica: Não poderá ter dois inocentes que mentem pois só
pode ter um culpado.
Para hipótese 1 temos: Supondo que quem diz a verdade
é B e disse que Cebelim é inocente (e que pela questão todo
inocente mente) conclui-se que Dedelim é culpado (Cebelim
mente). Na terceira linha vemos que Dedelim mente (veja a
coluna da hipótese 1). Isto não pode acontecer (dizer que D é
culpado e a tabela na hipótese dizer que mente).
Para a hipótese 2 temos: Bebelim mente e C é culpado
(que diz a verdade sempre), desta forma pela segunda linha da
tabela D é inocente. Se D é inocente e mente então E é inocente
e se E é inocente e mete então A é inocente. Sendo assim, o
culpado é C (Cebelim).
Acusados Disseram Hipótese 1 Hipótese 2
Bebelim (B) C é inocente Verdade Mentira
Cebelim (C) D é inocente Mentira Verdade
Dedelim (D) E é culpado Mentira Mentira
Ebelim (E) A é culpado Mentira Mentira
Resposta C.
2) Há 2 anos, a Universidade Delta implantou um processo
em que os alunos da graduação realizam uma avaliação da
qualidade didática de todos os seus professores ao final do
semestre letivo. Os professores mal avaliados pelos alunos em
três semestres consecutivos são demitidos da instituição.
Desde então, as notas dos alunos têm aumentado: a média das
notas atuais é 70% maior do que a média de 2 anos atrás. A
causa mais provável para o aumento de 70% nas notas é:
(A) a melhoria da qualidade dos alunos que entraram na
Universidade Delta nos últimos 2 anos, atraídos pelo processo
de avaliação dos docentes.
(B) a demissão dos professores mal avaliados, que são
substituídos por professores mais jovens, com mais energia
para motivar os alunos para o estudo.
(C) o aumento da cola durante as avaliações, fenômeno que
tem sido observado, nos
últimos anos, nas principais instituições educacionais
brasileiras.
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APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 56
(D) uma diminuição no nível de dificuldade das avaliações
elaboradas pelos professores, receosos de serem mal
avaliados pelos alunos caso sejam exigentes.
(E) a melhoria da qualidade das aulas em geral, o que
garante que os alunos aprendam os conteúdos de maneira
mais profunda, elevando a média das avaliações.
Resolução: antes de avaliar as alternativas, repare que um
aumento de 70% significa que, se a nota média dos alunos
anteriormente era 6 (em 10 pontos), após o aumento a nota
média passou a ser 10 (nota máxima!). Isto é, estamos diante
de um aumento muito expressivo das notas.
(A) ERRADO. Pode até ser que alunos melhores tenham
sido atraídos pelo processo mais rigoroso de avaliação dos
docentes, mas é improvável que isto justifique um aumento tão
grande nas notas. Seriam necessários alunos MUITO
melhores.
(B) ERRADO. Note que a medida foi implementada há
apenas 4 semestres (2 anos), e são necessários pelo menos 3
semestres completos para que os professores mal avaliados
começassem a ser demitidos. Isto é, é improvável acreditar que
os efeitos da substituição de professores estivessem sendo
sentidos de maneira tão intensa em tão pouco tempo.
(C) ERRADO. Se de fato houve aumento da cola, é provável
que isso tenha influenciado um aumento das notas, mas um
aumento tão expressivo como o citado no item A (de 6 para 10
pontos) exigiria um aumento massivo da cola.
(D) CORRETO. É possível acreditar que uma redução na
dificuldade das provas seja capaz de gerar um aumento
expressivo nas notas dos alunos. Basta cobrar os tópicos mais
básicos e/ou mais intuitivos de cada disciplina. Esta tese é
mais crível que as demais.
(E) ERRADO. Ainda que os professores, com medo da
demissão, tenham melhorado a qualidade de suas aulas, é
improvável que está melhoria de qualidade seja responsável
por uma variação tão expressiva nas notas.
Resposta: D.
Questões
01. Ana, Bete e Ciça conversam sobre suas idades dizendo:
Ana: − Tenho 22 anos, dois a menos do que Bete, e um ano
a mais do que Ciça.
Ciça: − Tenho 27 anos, Ana tem 22 anos, e Bete tem 28
anos.
Bete: − Ciça tem 7/8 da minha idade, a mais velha de nós
tem 4 anos a mais do que a mais nova; Ciça disse apenas uma
mentira.
Sabendo que Ana sempre diz a verdade, é correto afirmar
que
(A) Ciça disse apenas uma mentira.
(B) Ciça disse três mentiras.
(C) Bete disse três mentiras.
(D) Bete disse apenas verdades.
(E) Bete disse apenas uma verdade.
02. (Prefeitura de Teresina/PI – Técnico em
Saneamento- FCC/2016) Paulo, Francisco, Carlos, Henrique
e Alexandre são irmãos, sendo que apenas um deles quebrou
um vaso na sala de casa. Ao investigar o ocorrido, a mãe dos
cinco ouviu de cada um as seguintes afirmações:
Paulo: − Fui eu quem quebrou o vaso.
Francisco: − Eu não quebrei o vaso.
Carlos: − Foi Alexandre quem quebrou o vaso.
Henrique: − Francisco está mentindo.
Alexandre: − Não foi Carlos quem quebrou o vaso.
Se apenas um dos cinco irmãos disse a verdade, quem
quebrou o vaso foi:
(A) Henrique.
(B) Francisco.
(C) Paulo.
(D) Carlos.
(E) Alexandre.
03. (Prefeitura de Fortaleza/CE – Analista de
Planejamento e Gestão – Prefeitura de Fortaleza – 2016)
Quatro pessoas estão conversando. Sabe-se que exatamente
uma delas fala a verdade e as demais mentem. A conversa é
descrita abaixo.
- Ana diz: “Todos aqui falam a verdade”.
- Maria diz: “Ana fala a verdade”.
- João diz: “Maria mente”.
- José diz: “João mente”.
Quem falou a verdade?
(A) Ana.
(B) Maria.
(C) João.
(D) José.
Respostas
01. Resposta: E.
Como a Ana fala a verdade:
Ana: 22 anos
Bete: 24 anos
Ciça: 21 anos
Portanto Ciça diz 2 mentiras (que ela tem 27 anos e que
Bete tem 28 anos)
Bete diz que Ciça tem 7/8 da sua idade:
Portanto, verdade.
A mais velha é Bete que tem 24 anos e a mais Nova é Ciça
com 21 anos, portanto são 3 anos de diferença e não 4.
E Ciça disse 2 mentiras.
Ou seja, Bete também disse 2 mentiras (a diferença de
idade e que Ciça disse apenas uma mentira).
Ana: 3 verdades
Ciça: 2 mentiras e 1 verdade
Bete: 2 mentiras e 1 verdade
02. Resposta: D.
Francisco dizendo a verdade é a única afirmação que não
conflita com as outras proposições, as outras têm contradições
que não chegam a um argumento valido. Logo, Carlos quebrou
o vaso.
03. Resposta: C.
Se João fala a verdade, então ele diz que Maria mente
quando ela diz que Ana fala a verdade. Se analisarmos a fala de
Ana, por sua vez diz que todos falam a verdade. Porém, o
enunciado da questão diz que apenas uma pessoa fala a
verdade e as demais mentem. Logo, a afirmação de Ana é falsa
e João está certo.
Anotações
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CONHECIMENTOS GERAIS
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 1
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial ou Grande Guerra, como foi
chamada na época, aconteceu entre os anos de 1914 e 1918.
Foi chamada assim por seus contemporâneos, pois nenhuma
das guerras europeias haviam atingido proporções globais.
I - Antecedentes
A Primeira Guerra Mundial, surgiu a partir de tensões
formadas na segunda metade do século XIX. O
desenvolvimento do nacionalismo e do imperialismo – prática
que consistiu no domínio de nações poderosas sobre povos
mais pobres – desencadeou a formação dos Estados
nacionalistas. O capitalismo, motivou o conflito entres as
grandes potências europeias. O desejo de ampliar mercados,
através do imperialismo, aumenta ainda mais a tensão entre
os países da Europa.
Um dos fatores que fez aumentar a insatisfação entre os
países europeus, foi a má divisão da África e Ásia, que ocorreu
no final do século XIX. Como a Itália e a Alemanha haviam se
unificado tardiamente, fato que fez com que eles ficassem fora
do processo neocolonial, enquanto a França e a Inglaterra
exploravam as novas colônias, ricas em matérias-primas,
gerou descontentamento, e aumentou o sentimento de
rivalidade já existente entre a Alemanha e a França, já que os
franceses haviam perdido para a Alemanha a região da Alsácia-
Lorena. As tensões crescem mais ainda quando a Alemanha, de
forma diplomática, exige o domínio de regiões afro-asiáticas,
pertencentes a Inglaterra.
Apesar de ter se unificado tardiamente, a Alemanha
conseguiu que seus produtos industrializados ganhassem
espaço. Os alemães conseguiram formar uma grande indústria
que conseguiu superar a tradicional potência britânica.
A partir do Imperialismo, um novo sentimento surge na
paisagem pré Primeira Guerra. O nacionalismo, aparece como
uma fonte legitimadora da guerra. Esse sentimento aparece
sob diversas formas, por exemplo, na França o revanchismo
aparece, provocado pela sua derrota na Guerra Franco-
Prussiana. Na Rússia, surge o pan-eslavismo, que se baseava
na teoria de que todos os eslavos pertencentes a Europa
Oriental, deveriam constituir-se como uma família, e a Rússia
como país mais poderoso dos estados eslavos, deveria ser o
líder e o protetor. Já na Alemanha, aparece uma forma de
nacionalismo que se manifesta na forma de pangermanismo,
uma corrente ideologia que lutava para que todos os povos
germânicos se unissem sob a liderança alemã.
O grande sentimento nacionalista e a disputa imperialista,
fazem com que as nações formem dois blocos. O primeiro a
surgir foi a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Austro-
Hungria e a Itália no ano de 1882. Logo depois, surge a
Tríplice Entente, aliança militar formada pela Inglaterra,
França e Rússia.
Dessa forma, as seis maiores potências europeias estavam
prontas para a guerra, a Europa estava dividida politicamente
em dois blocos. A única coisa que faltava para iniciar um
confronto era um pretexto, e ele surge no dia 28 de junho de
1914, com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando,
herdeiro do trono austríaco, na capital da Bósnia, Sarajevo, por
um estudante sérvio.
II - A Guerra
Com a morte do arquiduque austríaco, a Áustria culpou a
Sérvia e exigiu que providencias fossem tomadas. Como a
Sérvia não encontrou uma saída que agradece ambos, a Áustria
declara guerra à Sérvia. No dia 30 de julho a Rússia entra na
guerra, mobilizando suas tropas para atacar a Áustria, em
resposta a Alemanha declara guerra aos russos. Logo em
seguida, no dia 3 de agosto, a Alemanha declara guerra à
França e invade o território Belga, um país neutro. Devido a
violação da neutralidade, a Alemanha da motivo para a
Inglaterra intervir e declarar guerra à Alemanha, no dia 4 de
agosto.
II.a - Primeira Fase da Guerra: Guerra de movimento
A primeira fase da guerra, iniciada em agosto de 1914,
contou com ataques a França, realizados pela Alemanha. Os
alemães planejavam derrotar a França de forma rápida,
contudo o exército francês conseguiu deter o ataque, esse
conflito ficou conhecido como a primeira batalha de Marne.
Essa batalha inaugurou a chamada guerra de trincheiras
(frentes estáticas escondidas em valas cavadas no chão). Os
franceses conseguiram deter a ofensiva alemã, a apenas 40 km
de Paris, graças à ajuda dos britânicos, esse avanço é contido,
mas a capital do país passa a ser Bordeaux. A Rússia, em 15 de
agosto de 1914, invade a Alemanha e a Austro-Hungria.
II.b - Segunda Fase da Guerra: Guerra de Trincheiras
ou Guerra de posições
A segunda fase da Primeira Guerra Mundial, foi a época em
que ocorreu os avanços estratégicos. O uso das trincheiras
foram amplamente utilizados. O armamento despertou um
surto industrial fazendo com que novas armas aparecessem.
Em 1917, com o triunfo da revolução Russa, a Rússia assina
um acordo com a Alemanha, que oficializava a sua saída da
guerra, o acordo levou o nome de Tratado de Brest-Litovsk.
No mesmo ano os Estados Unidos entram na Guerra
após ter seus navios mercantes atacados em águas
internacionais, por submarinos alemães. Apesar de manterem
uma política de não-intervenção nos assuntos europeus,
depois do ataque, o presidente declara guerra à Alemanha.
Com a intensificação da guerra, as alianças estavam
desenhadas da seguinte forma: A Tríplice Aliança, antes de
iniciar a guerra, reunia a Alemanha, Austro-Hungria e Itália.
Com o início dos conflitos, O império Turco-Otomano alia-se
com a Alemanha, devido a sua rivalidade com a Rússia em
1914, a Bulgária se une a eles em 1915. A Tríplice-Entente,
1. HISTÓRIA GERAL 1.1.
Primeira Guerra Mundial.
1.2. O nazifascismo e a
Segunda Guerra Mundial.
1.3. A Guerra Fria.
1.4. Globalização e as
políticas neoliberais.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 2
antes formada pela Inglaterra, França e Rússia, durante a
guerra, mais 24 nações são incorporadas. Nações como o Japão
(1915), Portugal e Romênia (1916), Estados Unidos, Grécia e
Brasil (1917). A Itália que antes pertencia a Tríplice Aliança,
entra no conflito em 1915 ao lado dos países da tríplice
Entente.
III - O Final da Guerra
Depois da saída da Rússia e com a entrada dos Estados
Unidos no conflito, a situação da Aliança foi ficando cada vez
mais crítica. E março de 1918 os alemães iniciaram mais uma
ofensiva na frente ocidental, utilizando aviões, canhões e
tanques, nessa investida, chegaram a 46 km de Paris. Nesse
momento, com a ajuda dos norte-americanos, os alemães
forma obrigados a recuar. A partir de então, eles começaram a
perder aliados até o ponto da situação ficar insustentável.
Neste momento o povo alemão sofria com a fome, devido a
um bloqueio naval, a escassez de alimentos levou a população
a fazer uma manifestação pedindo o a saída da guerra. A
população de Berlim, em novembro de 1918, conseguiu tirar
do poder o imperador Guilherme II, implantou-se então um
governo provisório, sob a liderança do Partido Social-
Democrata, que assinou um acordo de paz com os Aliados,
terminando assim, a Primeira Guerra Mundial
IV – Consequências
Com a rendição dos países que formavam a Tríplice
Aliança, um acordo foi assinado, nas proximidades de Paris,
apenas os países vencedores participaram. Pelo acordo a
Alsácia-Lorena, voltava a pertencer a França, além de ter
perdido território para outros países. Este tratado também
impôs fortes punições, a Alemanha foi obrigada a pagar uma
indenização aos países, afim de pagar os prejuízos da guerra,
outra imposição foi a de que deveria ser entregue aos países
vencedores uma parte de sua frota mercante, suas locomotivas
e suas reservas de ouro. Seu exército teve de ser reduzido,
assim como sua indústria bélica. Esse tratado, assinado em
junho de 1919 levou o nome de Tratado de Versalhes, pois
foi assinado na sala dos Espelhos do palácio de Versalhes.
A Primeira Guerra Mundial, deixou um legado de
aproximadamente 10 milhões de mortos, e quase o triplo de
feridos. Campos a indústria foram destruídos, além dos
grandes prejuízos.
O conceito de guerra mudou a partir da Primeira Guerra
Mundia, o modelo aristocrático que caracterizou as guerras de
Napoleão, não existia mais. O uso de novas armas, como
bombas, tanques, rifles de precisão e metralhadoras,
transformou os exércitos em uma máquina mortífera. Esse
motivo fez com que a guerra durasse mais do que se esperava.
As Influências da Primeira Guerra Mundial no Cenário
Brasileiro1
A primeira guerra representa para a industrialização
brasileira um momento de desenvolvimento acelerado. Por ser
o Brasil geograficamente complexo, com suas unidades
distantes e pobres, representava um mercado interno
incipiente. Somente através das medidas fiscais e
protecionistas de certos governos, pode-se localizar uma
indústria caseira nos fins do século XIX e início do XX. Com a
Guerra dificultam-se as importações de produtos,
incentivando-se o surgimento de novos ramos industriais. Por
ser este um processo de transformação das estruturas de
1 BRASIL ESCOLA. As influências da Primeira Guerra Mundial no cenário brasileiro.
Brasil Escola. Disponível em:
certas zonas geográficas é um processo lento. Esta expansão é
liderada pelas regiões Sul e Leste, por serem ricas e variadas
climaticamente.
Os elementos da acumulação capitalista são a aplicação de
pequeno capital e o baixo salário, que acrescia, além dos lucros
normais, pela inflação e pela aplicação de parte dos lucros do
café, devido à proibição de novos plantios em 1902.
Depois de 1914 surgem as grandes indústrias e uma
concentração operária. Dá seus primeiros passos a indústria
pesada e vai ocupar parcialmente um mercado que demanda
uma autossuficiência, somente alcançada no período da
Segunda Guerra, em Volta Redonda. Paradoxalmente,
desenvolvem-se as indústrias subsidiarias estrangeiras de
petróleo e derivados, químicos e farmacêuticos, que
conjuntamente aos trustes estrangeiros, crescem
acompanhando as necessidades do país.
As classes dominantes não apoiam esta expansão, por ser
formada basicamente por proprietários de terras. A indústria
só superará a atividade agrária após a Segunda Guerra.
Somente no governo de Afonso Pena que se compreendeu a
necessidade de um equilíbrio entre indústria e consumidor. No
Governo de Hermes da Fonseca e de Venceslau Brás, tentavase
rever as taxas alfandegárias. A guerra precipita a solução,
onde, nota-se a necessidade de desenvolver os recursos
industriais de energia e ferro próprios.
Devido à guerra, ocorrem grandes dificuldades fiscais,
levando o país a uma inflação acelerada, onde a moeda
circulante ultrapassa a casa de um milhão de contos de réis de
emissão do tesouro, sem contar as emissões bancárias. O
presidente Epitácio Pessoa (1919- 1922), adota uma política
de baixa cambial. Com esta situação, aumenta as
reivindicações operárias e pequeno-burguesas com relação a
custo de vida e moradia. Este governo foi o último que tentou
uma política antiindustrialista. Os governos posteriores
tiveram de reconhecer a necessidade da industrialização.
Diferentemente da produção industrial, exclusivamente de
consumo interno, a produção industrial, exclusivamente de
consumo interno, a produção agrícola é basicamente de
exportação.
Esta produção primária aumenta progressivamente,
acarretando em um saldo credor para o Brasil, onde, se
permitia cobrir compromissos externos e suprir algumas
necessidades internas. Com a concorrência das plantações
africanas e asiáticas, onde ocorre aplicação de grandes capitais
e uso de técnica racional, com mão-de-obra mais barata e clima
propício, fizeram com que certos produtos de exportações
brasileiras a partir da Primeira Guerra fossem declinando.
Por sua vez, o café, teve vários fatores a seu favor. O Brasil
que possuía ¾ da produção mundial expandia-se nas terras
roxas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,
principalmente. Aumenta continuamente sua produção devido
a interesses capitalistas estrangeiros, que participaram
principalmente de sua distribuição. Devido ao consumo ser
menor que a produção, sente-se à consequência da
acumulação que se dá a partir da Crise de 1893.
Com estas ações protecionistas, que garantia a
estabilidade, guerra, em um país como o Brasil, um círculo
vicioso entre bons preços e mais aplicações de capitais em
novas lavouras, tendo como resultado um acúmulo de estoque
que tendia à crise, desenrolada e m 1929. (Esta crise de 1929
<http://brasilescola.uol.com.br/historiab/influencias-da-primeira-guerracenario-
brasileiro.htm> Acesso em 10 de maio de 2017.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 3
foi uma crise mundial que assolou em especial os EUA com o
Crack da bolsa de Nova York que depois da primeira guerra
viveram um fortalecimento da suas economias por tudo que
produzirem ser exportado para a Europa que ficou destruída
com a Guerra neste período já estavam quase que recuperada
e não precisava mais nem dos empréstimos em dinheiro
americano ou de produtos dos demais países os excedentes de
produção levaram muitos destes países à crise econômica). Em
continuação aos prósperos anos de guerra, as mercadorias
agrícolas e industriais atingem um superávit, com relação às
importações. Passada a euforia econômica de 1919, segue uma
paralisação e a crise de 1920, acelerada devido à política
titubeante e antiindustrialista do governo.
Questões
01. (CVM - Agente Executivo – ESAF) Atritos
permanentes decorrentes de disputas imperialistas,
profundas rivalidades políticas assentadas em extremado
nacionalismo e constituição de dois blocos antagônicos de
alianças entre países, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente,
configuram, entre outros aspectos, o quadro histórico que
resultou na:
(A) Segunda Guerra Mundial.
(B) Guerra Franco-Prussiana
(C) Guerra dos Boxers
(D) Guerra Civil Americana
(E) Primeira Guerra Mundial
02. (PC-MG - Escrivão de Polícia Civil – FUMARC) São
conjunturas que precedem à eclosão da Primeira Guerra
Mundial, EXCETO:
(A) A presença de várias potências europeias na Ásia e na
África fez com que interesses imperialistas se antagonizassem,
sobretudo, no que se refere ao controle de territórios.
(B) A política de alianças produzirá um “efeito dominó”,
lançando à guerra, uma após outra as nações signatárias dos
acordos.
(C) O nacionalismo adquire grande importância na eclosão
da guerra, uma vez que as alianças entre as nações europeias,
no período que precede o conflito, nortearam-se
fundamentalmente, por questões étnicas.
(D) A escalada inflacionária, o desemprego e o ódio racial
favoreceram a subida ao poder de partidos totalitários como o
Partido Nacional dos Trabalhadores Alemães. Antissemitismo
e expansionismo territorial faziam parte da política desses
partidos, o que acabou determinando a guerra.
03. (CONFERE – Auditor - INSTITUTO CIDADES) Vários
problemas atingiam as principais nações europeias no início
do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis
de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes
com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século
XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no
processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra
podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas
e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália
e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das
causas da:
(A) Guerra Fria
(B) Grande Guerra
(C) Segunda Guerra Mundial
(D) Revolução Socialista Marxista
04. (Prefeitura de Betim – MG – Professor PII - História
- Prefeitura de Betim – MG) É coerente com as razões que
levaram à 1ª Grande Guerra Mundial:
(A) Um dos fatos que contribuiu para o final do confronto
foi a entrada da Rússia na Guerra, pois tinha um exército
grande e bem preparado, impondo aos alemães derrotas
vexatórias.
(B) O processo de Imperialismo, promovido pelas grandes
potências capitalistas da Europa, principalmente França,
Inglaterra e Alemanha, gerou conflitos e até confrontos pela
disputa de territórios, ao ponto de desencadear a 1ª Guerra.
(C) Temendo uma ofensiva alemã, Japão, Inglaterra e
França formaram a Tríplice Aliança.
(D) O início da Guerra se deu quando as tropas alemãs
invadiram a Polônia, apresentando ao mundo a famosa Guerra
Relâmpago, deixando marcas desastrosas para os poloneses.
05. Os países envolvidos na I Guerra Mundial dividiram-se
em duas coligações de nações que se enfrentaram durante os
anos da guerra, incialmente eram formados por seis países.
Das alternativas abaixo, qual está correta?
(A) Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão; e os
Aliados, composto por França, Inglaterra e Estados Unidos.
(B) Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão; e Tríplice
Entente, formada pela França, Inglaterra e Rússia.
(C) Tríplice Aliança, composta pela Alemanha, Áustria-
Hungria e Itália; e a Tríplice Entente, formada pela França,
Inglaterra e Rússia
(D) Tríplice Aliança, composta pela Alemanha, Áustria-
Hungria e Itália; e os Aliados, composto por França, Inglaterra
e Estados Unidos.
Respostas
01. E / 02. D / 03. B / 04. B / 05. C
O Totalitarismo
O Totalitarismo é uma forma de governo em que uma
ditadura controla o estado em todas as esferas da sociedade. O
controle sobre os meios de informação é muito forte e a
repressão é utilizada como meio de conter as revoltas da
população e evitar novas ações. A educação vincula-se à
propaganda como meio de controle e promoção do regime,
ressaltando suas realizações, obras, projetos e principalmente
a figura do líder do governo, que em muitos casos passa a ser
venerado através da imposição. O modelo totalitário ganhou
força no século XX após a Primeira Guerra Mundial. Existem
duas vertentes do Totalitarismo: Esquerda e Direita.
O Totalitarismo de Esquerda caracteriza-se pela abolição
da propriedade privada, adoção das ideias do socialismo,
extinção da religião na esfera política e coletivização
obrigatória de meios de produção agrícolas e industriais.
No Totalitarismo de Direita as organizações sindicais estão
sob olhar atento do Estado. A cultura, religião e etnicidade são
valorizados de maneira tradicionalista e a burguesia industrial
é fortemente apoiada.
Apesar das grandes diferenças, tanto o Totalitarismo de
esquerda como o de direita possuem diversas semelhanças,
como a adoção de um único partido que comanda o pais e de
onde partem as decisões sobre os rumos que ele deve tomar.
Ideias de supervalorização do sentimento de orgulho do
país(patriotismo), seu enaltecimento e elogios ao potencial
energético, natural e humano (Ufanismo) e a defesa ferrenha e
muitas vezes irracional do país (chauvinismo) são
incentivadas e impostas à população como forma de aumentar
e garantir seu domínio. O culto à personalidade do líder do
partido é também imposto como forma de dominação
carismática. Alguns dos maiores exemplos de culto à
personalidade são os ditadores Adolf Hitler na Alemanha
Nazista e Joseph Stalin na União Soviética. Na atualidade a
figura de Kim Il-Sung na Coréia do Norte é um exemplo de culto
à personalidade.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 4
Entre os regimes totalitários mais significativos estão o
Nazifacismo presentes em países como Itália, Alemanha,
Portugal e Espanha, e o Stalinismo na União Soviética.
O Fascismo Italiano
O fascismo italiano teve início no começo da década de 20,
resultado da insatisfação com os resultados da Primeira
Guerra Mundial. Os tratados assinados após a guerra não
garantiram para a Itália alguns territórios de interesse, como
o caso de algumas colônias alemãs na África e a região da
Dalmácia, atribuída à Iugoslávia. Além dos territórios
desejados não serem entregues ao país, o saldo de mortos
durante a guerra foi enorme. Em torno de 650 mil pessoas
morreram, além da região de Veneza ter sido devastada.
A situação econômica do pais entrou em um momento de
grande caos e crise. A Itália já possuía um problema de
superpovoamento e atrasos de desenvolvimento, que foram
agravados após a I Guerra com a alta inflação provocada pela
emissão de moedas e empréstimos exteriores para financiar
seu exército. Como resultado, a Lira, que era a moeda nacional
da época, ficou extremamente desvalorizada.
Com a crise econômica afetando até mesmo as grandes
indústrias do país, o desemprego cresceu, juntamente com o
número de greves de operários. Revoltas e pilhagens de lojas
pela população tornaram-se constantes. Por volta de 1920,
mais de 600 mil metalúrgicos das regiões piemonteses e
lombardos tomaram controle de fábricas e tentaram dirigilas,
tentativa que falhou por conta da falta de credito bancário.
Além das fábricas e cidades, no campo várias terras foram
ocupadas e muitos camponeses exigiam reforma agraria.
Com medo do avanço dos movimentos sociais, do avanço
das ideias comunistas e a incapacidade do governo em conter
as revoltas, grupos burgueses acabaram aliando-se a um grupo
contrário ao comunismo e ao socialismo: os Fascistas.
Os fascistas tinham como representante Benito
Mussolini. Nascido em uma família pobre e crescendo em um
meio de influencias anarquistas, ingressou no Partido
Socialista e refugiou-se durante algum tempo na Suíça para
fugir do serviço militar. Mussolini possuía ideais pacifistas,
tendo inclusive trabalhado como redator do jornal Avanti. Suas
opiniões mudariam após o início da I Guerra Mundial, quando
fazia pedidos de intervenção militar da Itália em favor dos
aliados em seu próprio jornal, Popolo d’Itália.
Mussolini participou da guerra, de onde voltou
gravemente ferido. Em seu jornal exigia atendimento aos excombatentes
que não conseguiam empregos, além de propor
reformas sociais e criticar a degradação e perda de poder do
Estado, exigindo um regime de governo forte.
Os fascistas culpavam a democracia e o liberalismo.
Vestiam-se de preto, daí o nome como foram conhecidos,
“camisas negras de Milão”. Formavam grupos
paramilitares, os Squadres, ou “Fascio de combatimiento”
que combatiam as greves e os comunistas. Em 1922 estava
marcada uma grande greve geral em Roma, liderada pelos
comunistas. Os fascistas impediram violentamente esta greve
e realizaram uma grande passeata, a “Marcha sobre Roma”.
Após a marcha e a grande popularidade alcançada pelos
fascistas, o Imperador italiano indicou Mussolini para
Primeiro Ministro. Mussolini foi responsável por uma grande
manobra diplomática com a Igreja Católica. Através do
Tratado de Latrão foi criado o Estado do Vaticano, que
conquista o apoio e reconhecimento do Estado Italiano pela
Igreja (reconhecimento que não havia ocorrido desde a
unificação Italiana em 1870)
Salazarismo e Franquismo
As consequências do fim da I Guerra Mundial e da Quebra
da Bolsa de Valores de Nova Iorque causaram um efeito
devastador na política e na economia de muitos países
europeus. As crises econômicas se alastravam, o desemprego
aumentava junto com a insatisfação de operários de fabricas
que realizavam greves constantemente e muitos grupos
políticos de esquerda chegavam ao poder. Com medo de
perder espaço e privilégios, os grandes empresários e a igreja
católica aliaram-se e financiaram a ascensão de grupos
políticos de extrema-direita para conter as revoltas sociais e o
avanço das ideias socialistas que se espalhavam pelo
continente. A década de 30 na Europa foi marcada pela
ascensão do nazifascismo. Esse modelo de governo surgido na
Itália e Alemanha foi também praticado em Portugal
(Salazarismo) e Espanha (franquismo).
Em Portugal, assim como na Alemanha, a crise de 1929
colocou a extrema direita no poder, o que possibilitou a
ascensão de Antônio Oliveira Salazar que em 1930 instaurou a
ditadura do “Estado Novo” e outorgou uma constituição
autoritária, nacionalista, com unipartidarismo e a proibição de
greves. O ditador permaneceu no poder até 1970, quando
faleceu. O modelo ditatorial permaneceu em vigor até o ano de
1974, quando acontece a “Revolução dos Cravos” que
derruba o governo autoritário promove novamente a
democracia. A revolução também coloca fim na Guerra
Colonial portuguesa, conflito entre tropas portuguesas e
grupos separatistas de Angola, Guiné e Moçambique. Os
separatistas buscavam a autonomia, ou seja a independência
do domínio colonial de Portugal. Salazar foi contrário à ideia
de separação e enviou tropas para suas colônias na África a
partir de 1961 para conter os rebeldes. Com a saída de Salazar
do poder, a partir de 1975 tem início uma rodada de
negociações para discutir a descolonização dos territórios
conflituosos com o Tratado de Alvor.
Com a queda do governo monárquico em 1931, após a
renúncia do rei Afonso XIII, é proclamada a Segunda Republica.
Nas eleições ocorridas em dezembro do mesmo ano a
esquerda sai vitoriosa. Alcalá Zamora é eleito presidente da
República. Com as reformas propostas pelo governo, que não
se mostraram significativas para nenhum dos lados, a
insatisfação aumenta.
Manuel Azaña ficara encarregado por Alcalá Zamora de
organizar o governo, que não consegue resolver as questões
agrária e trabalhista. Na questão religiosa, a companhia de
Jesus é dissolvida na Espanha, e as demais ordens religiosas
apesar de continuarem, são proibidas de dedicar-se ao ensino.
As reformas foram consideradas moderadas em relação ao
espirito anticlerical presente no parlamento espanhol, que era
composto por uma maioria de esquerda. As medidas tomadas
não agradaram nem a direita e a igreja, que enxergavam de
forma negativa a laicização do Estado (Separação entre Estado
e religião) e do ensino, nem a esquerda, que considerava as
reformas promovidas como medidas insignificantes.
A polarização política (como no resto da Europa) entre a
extrema direita e a extrema esquerda levou o pais à uma
guerra civil em 1936. Enfrentaram-se o “Nacionalistas”, grupo
formado pelo Exército, a Igreja e os Latifundiários (grandes
proprietários de terra) e os “Republicanos”, grupo formado
pelos sindicatos, partidos de esquerda e os partidários da
democracia. A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) teve
apoio das tropas portuguesas da ditadura salazarista e
também o apoio da Alemanha nazista. O conflito serviu de
laboratório para a nova nova tática de guerra nazista: a
Blitzkrieg (termo alemão para "guerra-relâmpago. A Blitzkrieg
consistia em uma doutrina militar que consistia em utilizar
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 5
forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito
de evitar que as forças inimigas tivessem tempo de organizar
a defesa.Com o desequilíbrio das forças militares os
nacionalistas venceram a guerra e subiu ao poder o General
Francisco Franco, que governou até 1975, ano de sua morte.
Seu governo era fundamentado no militarismo,
anticomunismo e no catolicismo.
A Guerra Civil Espanhola deixou um saldo de mais de 500
mil vítimas, além de muitos prédios destruídos, metade do
gado do país morto e uma estagnação econômica que durou
pelos próximos 30 anos. A guerra causou impacto também em
vários artistas, que manifestaram sua visão através de obras e
textos criticando o conflito. Entre as produções mais
expressivas está a pintura de Pablo Picasso, Guernica.
O Nazismo Alemão
O Nazismo era a sigla em alemão para “partido nacional
socialista dos trabalhadores alemães” (National Sozialistische
Deutsche Arbeiterpartei ou N.S.D.A.P) fundado em 1920. Em
1923 membros do partido tentam um golpe de Estado que
ficou conhecido como Putch de Munique. O golpe foi frustrado
e os nazistas foram presos, entre eles um soldado que
combatera na Primeira Guerra Mundial, chamado Adolf Hitler.
Na cadeia Hitler escreve seu livro com os princípios
fundamentais do nazismo o “Mein Kampf” (minha luta) no qual
ele expressou suas ideias antissemitas, racialistas e nacionalsocialistas.
Após serem anistiados (anistia = perdão de crime
político) os membros do partido começaram um intenso
trabalho de divulgação de suas ideias, recebendo o apoio de
grandes industriais e banqueiros alemães. Com o apoio
recebido os nazistas chegam ao poder. Após a vitória
parlamentar do partido nazista, Hitler é nomeado chanceler
(primeiro ministro) da Alemanha em 1933.
Com a chegada de Hitler ao poder, tem início a implantação
da ditadura totalitária nazista. O parlamento foi incendiado e a
culpa foi jogada nos grupos comunistas. As greves e os
partidos comunistas foram proibidos, e teve início a
perseguição realizada aos Judeus. Hitler desobedece ao
tratado de Versalhes e inicia a militarização do país, pregando
a necessidade de “espaço vital” alemão, ou seja o espaço
necessário para a expansão territorial de um povo, e a
conquista de territórios ocupados pela população Germânica.
Inicia-se também a recuperação econômica com base em um
programa baseado na militarização do país e criação de
empregos (principalmente na indústria militar).
A expansão Nazista
Os nazistas deram início em 1936 uma expansão militar
com a participação em conflitos, a invasão e anexação de
territórios. Hitler leva a Europa à guerra (desta vez sim, a culpa
é da Alemanha). O início da expansão militar ocorre com a
participação alemã na “Guerra Civil Espanhola”, em 1936,
depois em 1938 anexam a Áustria, e em 1938/39 invadem
e anexam os Sudetos da Tchecoslováquia (região
montanhosa à sudoeste do país).
A Guerra civil espanhola e a Blitzkrieg: Para muitos
historiadores a Guerra Civil Espanhola foi um laboratório para
os alemães testarem sua nova tática de guerra, a Blitzkrieg
(Guerra relâmpago). Era um ataque surpresa e simultâneo
entre a aviação (Luftwaffe), divisão de tanques blindados
(divisão Panzer) e a infantaria de soldados.
Questões
01. O fascismo se afirmou onde estava em curso uma crise
econômica (inflação, desemprego, carestia etc.), ou onde ela
não tinha sido completamente superada, assim como estava
em curso uma crise do sistema parlamentar, o que reforçava a
ideia de uma falta de alternativas válidas de governo.
(Renzo De Felice. O fascismo como problema interpretativo,
In. A Itália de Mussolini e a origem do fascismo. São Paulo: Ícone Editora,
1988, p 78-79. Adaptado)
Interpretando-se o texto, pode-se afirmar que os regimes
fascistas, característicos de alguns países europeus no período
entre as duas guerras mundiais, foram estabelecidos em um
quadro histórico de
(A) abolição das economias nacionais devido à fusão de
indústrias e de empresas capitalistas em escala global.
(B) criação de blocos econômicos internacionais com a
participação dos países de economia socialista.
(C) dificuldades econômicas conjugadas com a descrença
na capacidade de sua solução pelos meios democráticos.
(D) independência das colônias africanas devido ao
desequilíbrio provocado pelas revoluções nacionalistas.
(E) enfraquecimento do Estado na maioria das nações
devido ao controle da economia pelos trabalhadores.
02. (VUNESP PMSP) Leia a notícia.
Um jovem preso por planejar um massacre contra alunos
da Universidade de Brasília (UnB) é suspeito de atuar como
representante de grupos neonazistas no Distrito Federal. A
Polícia Federal (PF) investiga a ligação de Marcelo Valle
Silveira Mello, 26 anos, com radicais da Região Sul que pregam
o ódio a negros, homossexuais e judeus.
(Http://www.correiobraziliense.com.br.
Acesso em 14.05.2012. Adaptado)
Prática como essa tem como modelo o regime nazista
(1933-45), que defendia
(A) o pluripartidarismo e a expansão militar.
(B) a xenofobia e o internacionalismo.
(C) a democracia e o irracionalismo.
(D) o nacionalismo e a intolerância.
(E) a guerra e a diversidade cultural.
03. São características da ideologia Nazista:
(A) racismo, totalitarismo e marxismo;
(B) racismo, defesa do capitalismo e humanismo;
(C) unipartidarismo; marxismo e totalitarismo;
(D) sociedade militarista; antissemitismo e racismo;
(E) nacionalismo; bolchevismo e totalitarismo.
04. (Fgvrj) O período entre as duas grandes guerras
mundiais, de 1918 a 1939, caracterizou-se por uma intensa
polarização ideológica e política. Assinale a alternativa que
apresenta somente elementos vinculados a esse período:
(A) New Deal; Globalização; Guerra do Vietnã.
(B) Guerra do Vietnã; Revolução Cubana; Muro de Berlim.
(C) Guerra Civil Espanhola; Nazifascismo; Quebra da Bolsa
de Nova York.
(D) Nazifascismo; New Deal; Crise dos Mísseis.
(E) Doutrina Truman; República de Weimar; Revolução
Sandinista.
05. (Upe) Leia atentamente o trecho que se segue, extraído
do livro de memórias do cineasta espanhol Luis Buñuel (1900-
1983):
“Em julho de 1936, Franco desembarcava à frente de
tropas marroquinas, com a intenção inabalável de acabar com
a República e de restabelecer ‘a ordem’ na Espanha. Minha
mulher e meu filho acabavam de retornar a Paris, fazia um
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 6
mês. Eu estava sozinho em Madri. Em uma manhã, bem cedo,
fui acordado por uma explosão, seguida de várias outras. Um
avião republicano bombardeava o quartel de La Montaña, e
ouvi também alguns disparos de canhão. [...]. Eu mal podia
crer. [...]. A revolução violenta que sentíamos germinar havia
alguns anos, e que pessoalmente eu tanto almejara, passava
sob a minha janela, diante dos meus olhos. Ela me encontrava
desorientado, descrente.”
(BUÑUEL, Luis. Meu último suspiro. São Paulo: Cosac & Naify, 2009, p. 215.
Adaptado.)
Baseando-se no texto acima e no fato histórico por ele
mencionado, analise as afirmações seguintes:
I. Madri foi um dos palcos da Guerra Civil Espanhola (1936-
1939), que dividiu a Espanha entre radicais conservadores de
direita e republicanos de esquerda.
II. O general Franco tinha o apoio interno da Igreja, do
exército e dos latifundiários, contando, ainda, com o apoio
internacional da Alemanha hitlerista.
III. A fuga para o exterior, como fez a esposa e o filho de
Buñuel, foi uma prática comum entre os cidadãos espanhóis,
durante a guerra, a qual recebia apoio dos republicanos.
IV. Apoiados pela Igreja, os republicanos não aceitaram a
participação de voluntários estrangeiros em seu exército.
V. Os republicanos de esquerda foram influenciados pelo
pensamento socialista e anarquista.
Estão corretas
(A) I, III e IV.
(B) I, IV e V.
(C) II, III e IV.
(D) II, IV e V.
(E) I, II e V.
Respostas
01. C / 02. D / 03. D / 04. C / 05. E.
Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial, ocorreu entre 1939 e 1945.
Assim como a Primeira Guerra, ela ganhou esse nome por não
ficar confinada apenas ao continente europeu. Foi a maior
guerra vista na história da humanidade, setenta e duas nações
foram envolvidas. O número de mortes é estimado em cerca de
cinquenta milhões.
I - Antecedentes
Com o final da Primeira Guerra Mundial e com o Tratados
de Versalhes, nações como a Alemanha entraram em uma
profunda crise social e econômica. Com a quebra da bolsa de
Nova York, em 1929, a situação que estava começando a
melhorar, piora novamente, gerando um grande
descontentamento em relação ao liberalismo americano.
Sob essa paisagem é que surge movimentos em diversos
países da Europa, principalmente Alemanha e Itália, governos
totalitaristas. Em 1922, Benito Mussolini chega ao poder na
Itália, iniciando uma ditadura do Partido Fascista, e em 1932,
na Alemanha, o Partido Nazista após vencer as eleições alcança
o poder e Adolf Hitler é nomeado chanceler alemão.
Com o objetivo de expandir e ter de volta as região que lhe
foram tiradas pelo Tratado, o governo Alemão, desafiando os
acordos feitos pelo Tratado de Versalhes, volta a produzir
armamentos e a aumentar sua força militar. A região da
Renânia, que fazia fronteira com a França, volta a se rearmar.
Através destas atitudes a Europa já começa a se alarmar e
esperar uma outra guerra acontecer.
Em 1935, a Itália dá início ao seu processo de expansão,
anexando a Etiópia e logo depois a Albânia. Na Alemanha, esse
processo começa em 1938 quando anexam a Áustria e a
Tchecoslováquia. Itália e Alemanha já haviam assinado um
acordo de apoio mútuo, em 1936, chamado de Eixo Roma-
Berlim. O Japão entra nesse acordo apenas quatro anos depois.
As outras nações, como a França e a Inglaterra, só
interviram nas ações desses países, quando em 1939, após ter
assinado um pacto de não agressão com a União Soviética -
Pacto Ribbentrop-Molotov - ela invade a Polônia, que havia
ficado dividida pelo acordo. A invasão à Polônia aconteceu no
dia 1° de Setembro de 1939, dois dias depois é declarado
guerra à Alemanha.
A Segunda Guerra Mundial reuniu nações de grande parte
do mundo, divididas em dois blocos, o Eixo, liderado pela
Alemanha, Itália e Japão, e os Aliados, liderados
principalmente pelos Estados Unidos, Inglaterra e União
Soviética.
II- A Guerra
II.a - Invasão da França e URSS
Sob o comando do general Erich Von Manstein, a Alemanha
inaugura uma nova forma de guerra. Conhecida como
Blitzkrieg - guerra relâmpago – consistia em destruir o
inimigo através do ataque surpresa. Usando essa tática, em
abril de 1940, o exército alemão invade e ocupa a Dinamarca e
a Noruega. Um mês depois Luxemburgo, Holanda e Bélgica,
países até então neutros foram invadidos. O próximo destino
dos alemão era atacar a fronteira da França, que pegados de
surpresa não conseguiram se defender, deixando o exército
alemão se aproximar de mais de Paris. No dia 14 de julho de
1940 a capital francesa é dominada, forçando o governo
francês a se transferir para o interior do país e apenas alguns
dias depois o governo francês se rende.
No acordo de rendição, metade do território da França
passava a pertencer a Alemanha, a outra metade ficaria com
eles, desde que as autoridades francesas colaborassem com os
alemães. O general francês Charles de Gaulle, não contente
com a situação, fugiu para a Inglaterra, de onde liderou
resistências contra a presença dos nazistas no país.
Em 1941, sem nenhum aviso, o exército alemão, invade a
URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), atacando
durante três meses, três regiões diferentes – Leningrado,
Moscou e Stalingrado). Sabendo da força do exército, a posição
tomada pela URSS foi de recuar. Contudo, Hitler, subestimando
as forças soviéticas, ordenou um ataque a Moscou e
Leningrado, onde assistiu a sua tática de guerra falhar. Além
dos soviéticos terem se defendido bem, os alemães se viram
enfrentando o rigoroso inverno Russo.
Quando finalmente conseguem chegar a Stalingrado, a
batalha acontece na própria rua, onde com apenas 285 mil
soldados a Alemanha se vê cercada por forças soviéticas.
Apenas em janeiro de 1943 é que, depois de vários meses de
guerra, os sobrevivente alemães se rendem à força da URSS.
Esse fato marca o fim da fase próspera vivida pelo Eixo.
II.b Guerra no Pacífico e Entrada dos Estados Unidos na
Guerra
Apesar do Japão estar aliado ao Eixo, ele permaneceu fora
do conflito direto nos primeiros anos da guerra. Até o ano de
1941, sua estratégia era pressionar os Estados Unidos, para
que este reconhecesse sua superioridade no continente
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 7
Asiático. Quando perceberam que o governo americano não
atenderiam as suas exigências, o governo japonês ordenou um
ataque surpresa à base norte-americana de Pearl Harbor, no
Havaí em dezembro de 1941. Após o ataque, o Governo dos
Estados Unidos entram na guerra, em favor aos Aliados.
Após o ataque, os japoneses conseguiram conquistar
diversas regiões da Ásia, onde conseguiram o domínio de
matérias-primas importantes, como o petróleo, borracha e
minério.
Em junho de 1942, os Estados Unidos conseguem vencer a
força japonese no pacífico. Essa batalha ganhou o nome de
“Batalha de Midway”
II.c – Fim da Guerra
Após a derrota dos japoneses no pacífico, as forças inglesas
e norte-americanas conseguiram expulsar o exército alemão
do norte da África. No ano seguinte, em 1943, os Aliados
conseguiram chegar no sul da Itália, enquanto isso, o exército
soviético (Exército Vermelho) dava início a invasão da
Alemanha. Em 1944, na Itália, Mussolini é fuzilado por
guerrilheiros Antifascistas.
No mesmo ano, no dia 6 de junho, que ficaria conhecido
como o “Dia D”, as forças inglesas e norte americanas, com
mais de 3 milhões de homens, conseguem chegar no norte da
França, região da Normandia. Em agosto, os Aliados
conseguem entrar em Paris. O fim da guerra para os alemães
era apenas uma questão de tempo.
No dia 30 de abril de 1945, Hitler, com sua mulher Eva
Braun, se suicidam na capital da Alemanha, Berlim. Após a sua
morte, os soviéticos conseguem chegar a Berlim, onde
finalmente o exército alemão, junto com seus comandantes,
assinam a rendição.
Apesar da guerra ter acabado na Europa, o Japão se
recusou a se render. Para forçar sua saída, no dia 6 de agosto
de 1945, os Estados Unidos ordena o lançamento de uma
bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, ode em questão
de segundos mais de 80 mil pessoas foram mortas. Mesmo
após o ataque o Japão não concordou em assinar a rendição.
Com isso três dias depois, outra bomba atômica é lança, agora
sobre a cidade de Nagasaki, matando mais de 40 mil pessoas.
Depois do segundo ataque, o governo japonês concorda em
assinar a rendição.
II.d – Participação do Brasil na Segunda Guerra
O Brasil, comandado na época pelo então presidente
Getúlio Vargas, tentou manter no início da guerra uma posição
neutra frente aos acontecimentos. Contudo em 1942, algumas
embarcações brasileiras são destruídas no Oceano Atlântico,
por tropas do Eixo. Após o ataque, o presente Getúlio Vargas,
resolve fazer um acordo com o presidente norte-americano
Roosevelt, onde o país entraria na guerra ao lado dos Aliados.
O Brasil participou da guerra enviando tropas e mais de 25 mil
militares da Força Expedicionária Brasileira, foram enviados
pilotos e homens de apoio da Força Aérea. O país também
participou da guerra enviando matérias-primas,
principalmente a borracha, e cedendo seus portos aos Aliados,
principalmente aos norte-americanos, onde abasteciam seus
aviões.
III – Consequências
Com o fim da guerra em 1945, líderes dos três principais
países vencedores – URSS, Estados Unidos e Inglaterra – se
reuniram em na Conferência de Potsdam, onde ficou decidido
que a Alemanha seria dividida em quatro áreas de ocupação,
que foram entregues a França, Inglaterra, Estados Unidos e
União Soviética. A capital, Berlim, também foi dívida. Já o Japão
teria seu território dominado pelos Estados Unidos por tempo
indeterminado.
Após a guerra, os Estados Unidos e a URSS saíram como
grandes potência mundiais. As ideias antagônicas desses
países acabaram por dividir o mundo. De um lado estava o
capitalismo e do outro o socialismo. A partir dessa divisão, um
conflito entre essas grandes potências se instaurou, começou
a chamada Guerra Fria.
III.a – Criação da Organizações das Nações Unidas
Em fevereiro de 1945, após uma das conferências de paz,
ficou decido a criação de um órgão que tentaria unir as nações,
estabelecendo relações amistosas entre os países. A Carta das
Nações Unidas foi incialmente assinada por cinquenta países,
onde foram excluídos de participar os países que participaram
do Eixo. A criação da ONU foi a segunda tentativa de promover
a paz, a primeira tentativa que fracassou, foi a formação da
Liga das Nações, criada após a Primeira guerra.
Questões
01. (TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros
– IBFC) Sobre a Segunda Guerra Mundial (1939/1945),
assinale a alternativa incorreta:
(A) Uma de suas causas foram as severas sanções
pecuniárias impostas pelo Tratado de Versalhes à Alemanha e
seus aliados, comprometendo a sua economia, elevando a
inflação a índices astronômicos e gerando um arraigado
sentimento de humilhação nos alemães e a exacerbação do
nacionalismo, possibilitando a ascensão de Hitler e do Partido
Nazista ao poder.
(B) O evento que deflagrou o conflito foi o ataque japonês
à base americana de Pearl Harbor, situadano Oceano Pacífico.
(C) O conflito envolveu basicamente dois grupos: o Eixo
(integrado por Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (entre
eles: Inglaterra, Estados Unidos, França e União Soviética).
(D) Com a vitória aliada, foi dissolvido o Terceiro Reich e
dividida a Alemanha (Oriental e Ocidental), criada a ONUOrganização
das Nações Unidas e iniciada a Guerra Fria, diante
do estabelecimento dos Estados Unidos e da União Soviética
como superpotências.
02. (SEDU-ES - Professor B — Ensino Fundamental e
Médio — História – CESPE) Um mundo dividido
ideologicamente, além das marcas da destruição causadas por
vigorosas máquinas de guerra — eis a realidade que emerge
da Segunda Guerra Mundial, oficialmente encerrada em 1945.
No que concerne à história mundial após o encerramento do
grande conflito, julgue o próximo item.
A Organização das Nações Unidas (ONU) é considerada
uma das mais significativas consequências da Segunda Guerra
Mundial e nela coexistem órgãos de participação igualitária
entre os estados-membros, como a Assembleia Geral, e outros
dominados por alguns poucos, como o Conselho de Segurança.
(A) Certo
(B) Errado
03. (MPE-SP - Auxiliar de Promotoria – VUNESP) Em
relação à participação do Brasil na 2.ª Guerra Mundial, é
correto afirmar que o país
(A) manteve neutralidade política, não participando do
conflito.
(B) enviou apenas um corpo médico para o conflito, e não
soldados.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 8
(C) lutou ao lado dos Aliados: Inglaterra, França, Estados
Unidos e União Soviética.
(D) lutou ao lado do Eixo: Itália, Alemanha e Japão.
(E) participou do conflito, do início ao fim da guerra (1939-
1945).
04. (SEPLAG-DF - Professor – História - CESPE) Em
dezembro de 1941, os Estados Unidos da América (EUA)
uniram duas guerras paralelas, a da Ásia e a da Europa, em
uma só.
(A) Certo
(B) Errado
05. (CONFERE - Auditor(a) VII - INSTITUTO CIDADES)
No ano de 1939, em meio à atmosfera de tensão política que
desencadeou a sucessão de conflitos da Segunda Guerra
Mundial, um acordo de não agressão foi firmado entre a
Alemanha e a União Soviética, o Pacto Germano-Soviético. Esse
pacto estabelecia que, se acaso a Alemanha entrasse em
conflito com a Inglaterra ou a França em razão de uma
eventual investida da Alemanha contra a Polônia, a URSS, por
sua vez, ficaria afastada, sem se manifestar militarmente. Tal
pacto também pode ser chamado de:
(A) Tratado de Moscou
(B) Tratado de Versalhes
(C) Pacto de Varsóvia
(D) Pacto Ribbentrop-Molotov
Respostas
01. B / 02. A / 03. C / 04. A / 05. D.
Guerra Fria
O período conhecido como Guerra Fria teve início logo
após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, percorrendo
praticamente todo o restante do século XX, e terminando em
1991, com o fim da União Soviética.
Ela tem início partir da emergência de duas grandes
potências econômicas no fim da Segunda Guerra Mundial:
Estados Unidos e União Soviética, defensores do Capitalismo
e do Socialismo, respectivamente.
A diferença ideológica entre os dois países era marcante, o
que levou o período a ser conhecido também como Mundo
Bipolar.
A conferência de Potsdam
Logo após o término da guerra, em 1945, as nações
vencedoras do conflito reuniram-se para decidir sobre os
rumos da política e da economia mundial.
No dia 17 de julho os Estados Unidos, a União Soviética e o
Reino Unido estabeleceram as definições sobre a Alemanha no
pós-guerra, dividindo-a em zonas de ocupação. Sob o controle
soviético ficaram os territórios a leste dos rios Oder e Neisse.
Berlim, encravada no território que viraria Alemanha Oriental,
também foi dividida em quatro setores. Ao final da conferencia
foram definidas quatro ações prioritárias a serem exercidas na
Alemanha: desnazificar, desmilitarizar, descentralizar a
economia e reeducar os alemães para a democracia.
Também foi exigida a rendição imediata do Japão.
As tensões começam
Desde a Revolução Russa, em 1917, vários setores do
capitalismo, especialmente nos Estados Unidos, temiam o
aumento do socialismo, conflitante com seus interesses. Após
o fim da Segunda Guerra essa preocupação aumentou ainda
mais, já que a União Soviética havia saído como uma das
vencedoras do conflito.
A definição de fronteiras estabelecidas durante acordos
anteriores, como a conferencia de Yalta não agradou a todos, e
focos de conflitos começaram a aflorar. Em 1947 surgiram,
tanto na Grécia quanto na Turquia, movimentos
revolucionários de caráter comunista, com o objetivo de aliar
esses países à União Soviética. Pelo acordo estabelecido na
Conferência de Yalta, ambos os países deveriam ficar sob o
domínio do Reino Unido, o que levou as tropas estadunidenses
a intervirem na região e sufocar os movimentos
revolucionários.
Como parte da justificativa para a invasão, o presidente
dos Estados Unidos, Harry Truman, enviou uma mensagem
ao Congresso dizendo que os Estados Unidos deveriam apoiar
os países livres que estavam “resistindo a tentativas de
subjugação por minorias armadas ou por pressões externas.”
Com esse discurso o presidente pretendia justificar também
qualquer intervenção em países que estivessem sob o domínio
ou influência política comunista.
Essa atitude do presidente ficou conhecida como Doutrina
Truman, iniciando efetivamente a Guerra Fria. A partir de
então, Estados Unidos e União Soviética passaram a buscar o
fortalecimento econômico, político, ideológico e militar,
formando os dois blocos econômicos que dominaram o mundo
durante restante do conflito.
A oposição dos Estados Unidos ao comunismo gerou um
pensamento maniqueísta, colocando capitalismo como algo
bom e o comunismo como algo ruim e mau. A análise desses
sistemas econômicos através de definições tão simples é algo
equivocado, pois não é possível reduzi-los a uma comparação
tão rasa. O auge desse maniqueísmo político se deu através da
figura do senador Joseph Raymond McCarthy. Por meio de
discursos inflamados e diversos projetos de lei, esse estadista
conseguiu aprovar a formação de comitês e leis que
determinavam o controle e a imposição de penalidades contra
aqueles que tivessem algum envolvimento com “atividades
antiamericanas”. Essa perseguição ao comunistas ficou
conhecida como Macarthismo.
Incentivos Econômicos
Em 1947 os Estados Unidos lançaram uma política
econômica de reconstrução da Europa, devastada pela guerra.
O Programa de Recuperação Europeia ficou popularmente
conhecido como Plano Marshall. Recebeu esse nome em
função do Secretário de Estado dos Estados Unidos chamado
George Marshall, seu idealizador.
Entre os objetivos do Plano Marshall estavam:
- Possibilitar a reconstrução material dos países
capitalistas destruídos na Segunda Guerra Mundial;
- Recuperar e reorganizar a economia dos países
capitalistas, aumentando o vínculo deles com os Estados
Unidos, principalmente através das relações comerciais;
- Fazer frente aos avanços do socialismo presente,
principalmente, no leste europeu.
Até o início da década de 1950, os Estados Unidos
destinaram cerca de 13 bilhões de dólares aos países que
aderiram ao plano. O dinheiro foi aplicado em assistência
técnica e econômica e, ao fim do período de investimento, os
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 9
países participantes viram suas economias crescerem muito
mais do que os índices registrados antes da Segunda Guerra
Mundial. A Europa Ocidental gozou de prosperidade e
crescimento nas duas décadas seguintes e viu nascer a
integração que hoje a caracteriza. Por outro lado, os Estados
Unidos solidificavam sua hegemonia mundial e a influência
sobre vários países europeus, enquanto impunha seus
princípios a vários países de outros continentes. Entre os
países que mais receberam auxílio do plano estão a França, a
Inglaterra e a Alemanha.
A União Soviética também buscou recuperar a economia
dos países participantes do bloco socialista, através da
COMECON (Conselho de Assistência Econômica Mútua)
auxiliando a Polônia, Bulgária, Hungria, Romênia, Mongólia,
Tchecoslováquia e Alemanha Oriental. Assim como os Estados
Unidos, a União Soviética também utilizou o plano para
espalhar sua influência e sua ideologia para os países
beneficiados.
Baseados nesses programas de ajuda, os dois blocos que se
formavam passaram a construir alianças político-militares
com o objetivo de proteção contra ataques inimigos. Essas
alianças também eram utilizadas como demonstração de força
através do desenvolvimento armamentista.
As Alianças Militares
No dia 4 de abril de 1949 foi criada em Washington a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
formada pelos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha
Ocidental, Canadá, Islândia, Bélgica, Holanda, Noruega,
Dinamarca, Luxemburgo, Portugal, Itália, Grécia e Turquia.
Ficava então estabelecido que os países envolvidos se
comprometiam na colaboração militar mútua em caso de
ataques oriundos dos países referentes ao bloco socialista.
A atuação da OTAN não ficou restrita apenas ao campo
militar. Embora fosse seu preceito inicial, a organização tomou
dimensões de interferência nas relações econômicas e
comerciais dos países envolvidos.
Como resposta à criação da OTAN, em 1955 o bloco
soviético também criou uma aliança militar, o Pacto de
Varsóvia, celebrado entre a União Soviética, Albânia, Bulgária,
Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, Romênia e Alemanha
Oriental.
A atuação do Pacto de Varsóvia se deu no âmbito militar e
no econômico, e manteve a ligação entre os países membros.
As principais ações do Pacto de Varsóvia se deram na
repressão das revoltas internas. Foi o caso no ano de 1956
quando as forças militares do grupo reprimiram ações de
revoltosos na Hungria e na Polônia e também em 1968 no
evento conhecido como Primavera de Praga, ocorrido na
Tchecoslováquia.
Os Conflitos
Com a criação das alianças políticas, tanto Estados Unidos
como União Soviética estiveram presentes em diversos
conflitos pelo mundo, fosse com a presença militar ou com o
apoio econômico. Apesar disso, os países nunca enfrentaram
um ao outro diretamente.
Guerra da Coréia (1950-1953)
Após o termino da Segunda Guerra, a Coréia foi dividida em
duas zonas de influência: o Sul foi ocupado pelos Estados
Unidos e o Norte foi ocupado pela União Soviética, sendo
divididos pelo Paralelo 38º, determinado pela conferência de
Potsdam.
Em 1947, na tentativa de unificar a Coréia, a Organização
das Nações Unidas – ONU - cria um grupo não autorizado pela
URSS, para pretensamente ordenar a nação através da
realização de eleições em todo o país. Esta iniciativa não tem
êxito e, no dia 9 de setembro de 1948, a zona soviética anuncia
sua independência como República Democrática Popular da
Coréia, mais conhecida como Coréia do Norte. A partir de
então, a região é dividida em dois países diferentes - o norte
socialista, apoiado pelos soviéticos; e o sul, reconhecido e
patrocinado pelos EUA.
Mesmo após a divisão entre os dois países, a região da
fronteira continuou gerando tensões, com tentativas dos dois
lados para garantir a soberania sobre o território vizinho,
principalmente através da propaganda, de ambos os lados.
Em 25 de junho de 1950 a Coreia do Norte alegou uma
transgressão do paralelo 38º pela Coreia do Sul. A partir de
então começa uma invasão que resulta na tomada da capital
sul-coreana, Seul, em 3 de julho do mesmo ano.
A ONU não aceitou a invasão propagada pela Coreia do
Norte e enviou tropas para conter o avanço, comandadas pelo
general americano Douglas MacArthur, para expulsar os
socialistas, que pretendiam unificar o país sob a bandeira do
Comunismo. A união Soviética não agiu diretamente no
conflito, porém, cedeu apoio militar para a Coreia do Norte.
Em setembro de 1950, as forças das Nações Unidas tentam
resgatar o litoral da região oeste, sob o domínio dos nortecoreanos,
atingindo sem muitas dificuldades Inchon, próximo
a Seul, onde se desenrola uma das principais batalhas, e depois
de poucas horas elas ingressam na cidade invadida, com cerca
de cento e quarenta mil soldados, contra setenta mil soldados
da Coréia do Norte. O resultado é inevitável, vencem as forças
sob o comando dos EUA. Com o domínio do Sul, as tropas
multinacionais seguem o exemplo dos norte-coreanos e
também atravessam o Paralelo 38º. Seguem então na direção
da Coréia do Norte, entrando logo depois em sua capital,
Pyongyang, ameaçando a fronteira chinesa ao acuar os nortecoreanos
no Rio Yalu, sede de intensa batalha.
Com medo do avanço das tropas sobre seu território, a
China resolve entrar na batalha, enviando trezentos mil
soldados para auxiliar a Coreia do Norte, forçando o general
MacArthur a recuar e conquistando Seul em janeiro de 1951.
Em contrapartida, as tropas americanas avançaram
novamente entre fevereiro e março, expulsando as tropas
coreanas e chinesas e obrigando-as a retornar para os limites
estabelecidos pelo Paralelo 38º, deixando os conflitos
equilibrados entre os dois lados. A guerra continua até meados
de 1953, quando em 27 de julho o tratado de paz é assinado,
com o Armistício de Panmunjon. Após o tratado, as
fronteiras estabelecidas em 1948 foram mantidas e foi criada
uma região desmilitarizada entre as duas Coreias. Apesar do
fim da guerra as tensões entre os dois países continua até a
atualidade, com a corrida armamentista e as declarações da
Coreia do Norte sobre a fabricação e armazenamento de
armamento nuclear.
Guerra do Vietnã (1959-1975)
O Vietnã está localizado na península da Indochina. Era
uma possessão colonial francesa. Na Segunda Guerra foi
invadido pelos japoneses. Os vietnamitas expulsaram o Japão
ao fim da guerra e teve início o processo independência
(chamado pelos franceses de descolonização). Ao norte as
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 10
tropas que expulsaram os franceses eram tropas lideradas por
líderes socialistas. Em 1954, na Convenção de Genebra, foi
reconhecida a independência dos países da península da
Indochina: Laos, Camboja e Vietnã.
Foi estabelecida então a divisão do Vietnã pelo Paralelo
17º. O Vietnã do Norte manteve-se governado pelo líder
comunista Ho Chi Minh e o Vietnã do Sul, governado pelo rei
Bao Dai, que nomeou Ngo Dinh Diem como Primeiroministro.
Em 1955, Ngo Dinh Diem, aplicou um golpe de Estado e
depôs o rei Bao Dai. Após a chegada ao poder, Ngo Dihn Diem
proclamou a República, recebendo apoio dos Estados Unidos.
O governo de Ngo Dihn Diem foi marcado pelo autoritarismo e
pela impopularidade. Em 1956 o presidente suspendeu as
eleições estabelecidas pela conferência de Genebra, repetindo
o ato em 1960.
Em oposição ao governo foi criada a Frente de Libertação
Nacional, que tinha como objetivo depor o presidente e
unificar o Vietnã. A Frente de Libertação, possuía um exército
guerrilheiro, o Vietcongue.
Após o cancelamento das eleições em 1960, o conflito teve
início. O exército Vietcongue teve apoio do Vietnã do Norte e
em 1961 os Estados Unidos enviaram auxilio ao presidente do
Vietnã do Sul. O exército guerrilheiro dominou boa parte dos
territórios do Sul até 1963, mesmo ano em que morreu o
presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, e o governo foi
assumido por seu vice, Lyndon Johnson.
Em 1964, dois comandantes estadunidenses iniciaram o
bombardeio do Vietnã do Norte, sob a alegação de que o país
havia atacados dois navios norte-americanos em Tonquim.
Os bombardeios norte-americanos sobre o Norte
prolongaram-se até 1968, quando foram suspensos com o
início das conversações de paz, em Paris, entre norteamericanos
e norte-vietnamitas. Como nos encontros de Paris
não se chegou a uma solução, os combates prosseguiram. Em
1970, o presidente dos EUA, Richard Nixon, autorizou a
invasão do Camboja e, em 1971, tropas sul-vietnamitas e
norte-americanas invadiram o Laos. Os bombardeios sobre o
Vietnã do Norte por aviões dos EUA recomeçaram em 1972.
Desde 1968, a opinião pública norte-americana, perplexa
diante dos horrores produzidos pela guerra, colocava-se
contrária à permanência dos EUA no conflito, exercendo uma
forte pressão sobre o governo, que iniciou a retirada gradual
dos soldados. Em 1961, eram 184.300 soldados norteamericanos
em combate; em 1965, esse número se elevou para
536.100 soldados; e, em 1971, o número caía para 156.800
soldados. Em 27 de janeiro de 1973 era assinado o Acordo de
Paris, segundo o qual as tropas norte-americanas se retiravam
do conflito; haveria a troca de prisioneiros de guerra e a
realização de eleições no Vietnã do Sul. Com a retirada das
tropas norte-americanas, os norte-vietnamitas e o Vietcongue
deram início a urna fulminante ofensiva sobre o Sul, que
resultou, em abril de 1975, na vitória do Norte. Em 1976, o
Vietnã reunificava-se, adotando o regime comunista, sob
influência soviética. Em 1975, os movimentos de resistência
no Laos e no Camboja também tomaram o poder, adotando o
regime comunista, sob influência chinesa no caso do Camboja.
Os soldados cambojanos, com apoio vietnamita, em 1979,
derrubaram o governo pró-chinês do Khmer Vermelho.
A guerra do Vietnã é considerada o conflito mais violento
da segunda metade do século XX, com violações constantes dos
direitos humanos e batalhas sangrentas. Durante todo o
desenrolar da guerra, os meios de comunicação do mundo
inteiro divulgaram a violência e intensidade do conflito, além
de falarem sobre o mau desempenho dos americanos, que
investiram bilhões de dólares e mesmo assim, não
conseguiram derrotar o Vietnã. Foi nesta guerra que os
helicópteros foram usados pela primeira vez.
Entre as técnicas mais devastadoras utilizadas pelos
Estados Unidos estavam o Agente Laranja e o Napalm.
A característica de guerrilha do exército Vietcongue
priorizava os ataques através de emboscadas, evitando o
combate direto. Para facilitar a identificação dos guerrilheiros
nas matas, os norte-americanos e sul-vietnamitas utilizaram o
Agente Laranja, um desfolhante (produto químico que causa
a queda das folhas, normalmente utilizado como agrotóxico)
lançando-o através de aviões, o que impedia que os soldados
se escondessem na mata. Calcula-se que tenham sido lançados
45,6 milhões de litros do produto durante os anos 60,
atingindo vinte e seis mil aldeias e cobrindo dez por cento do
território do Vietnã. O Agente Laranja causa sérios danos ao
meio ambiente e à população, e seus efeitos, como degradação
do solo e mutações genéticas são sentidos até hoje.
Outro agente químico utilizado na guerra, foi o Napalm,
que é um conjunto de líquidos inflamáveis à base de gasolina
gelificada, tendo o nome vindo de seus componentes: sais
de alumínio co-precipitados dos ácidos nafténico e palmítico.
O napalm foi usado em lança-chamas e bombas
incendiárias pelos Estados Unidos, vitimando alvos militares e
cidades e vilarejos de civis posteriormente.
Conflitos árabes-israelenses (1948-1974)
Desde a criação de Israel, em 1948, por diversas ocasiões o
estado judeu entrou em guerra com seus vizinhos árabes. As
diferenças entre esses grupos continuam no século XXI.
A parte do Oriente Médio conhecida como Palestina era a
antiga terra do povo judeu. No século I d.C., os romanos
expulsaram grande parte dos judeus da região, espalhando-os
por outras partes do império. Os muçulmanos tomaram posse
da Palestina no século VII. De 1923 a 1948, a região foi
dominada pelos britânicos, e nesse período muitos judeus
emigraram de volta da Europa para lá. Tanto os árabes como
os judeus que viviam na Palestina passaram a disputar o
controle do território.
Quando os britânicos deixaram a região, as Nações Unidas
(ONU) dividiram a região. Cada um dos dois povos recebeu
uma parte da terra, mas os árabes não concordaram com a
partilha, dizendo que os judeus receberam terras que
pertenciam a eles.
Em 14 de maio de 1948, com a criação de Israel, os
palestinos e os países árabes vizinhos declararam guerra a
Israel. Forças árabes ocuparam partes da Palestina, mas
quando acabou a guerra Israel ficou com mais terras do que
tinha antes.
Em janeiro de 1949, Israel e os países árabes assinaram
acordos sobre as fronteiras. Contudo, não houve um tratado de
paz. Os inúmeros palestinos que perderam suas casas foram
acabar em campos de refugiados nos países árabes.
Em meados de 1967, o conflito entre a Síria e Israel levou
à Guerra dos Seis Dias. Israel viu que o Egito estava se
preparando para entrar na guerra para ajudar a Síria. Em 5 de
junho, os israelenses atacaram rapidamente a força aérea
egípcia e destruíram-na quase por completo. Em apenas seis
dias Israel ocupou a Cidade Velha de Jerusalém, a península do
Sinai, a Faixa de Gaza, o território da Jordânia a oeste do rio
Jordão (chamado Cisjordânia) e as colinas sírias de Golã, junto
à fronteira de Israel.
Em 6 de outubro de 1973, dia do Yom Kippur (ou Dia do
Perdão), que é sagrado para os judeus, e época do ramadã, mês
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 11
sagrado para os palestinos, o Egito e a Síria atacaram Israel.
Nessa guerra, os israelenses empurraram ambos os exércitos
inimigos de volta a seus territórios, mas sofreram pesadas
perdas. Ao terminar a luta, no início de 1974, a ONU
estabeleceu zonas neutras entre esses países e Israel.
Em 26 de março de 1979, Israel e o Egito assinaram um
tratado de paz. Contudo, a tensão entre Israel e as
comunidades árabes continuou. A Organização para a
Libertação da Palestina (OLP) atacou Israel em 1982, a partir
de campos de refugiados no Líbano. Em 5 de junho de 19892,
Israel contraatacou e invadiu esse país. Após meses de
bombaredeios israeleses, foi negociada a retirada da OLP da
capital libanesa. As tropas israelenses permaneceram ali até
2000.
No final da década de 1970, os israelenses começaram a
construir assentamentos nas áreas ocupadas por eles na Faixa
de Gaza e na Cisjordânia. Em 1987, o aumento no número
desses assentamentos causou protestos dos palestinos.
Estouraram rebeliões e ataques — conhecidos como intifada
—, que continuaram até o início dos anos 1990. Em 1993,
Israel concordou em ceder aos palestinos parte do controle
dos territórios ocupados. Em 2000, porém, começou nova
intifada. Isso paralisou as conversações de paz entre Israel e os
palestinos.
A questão Alemã e o muro de Berlim
Após a divisão alemã entre os vencedores da Segunda
Guerra, os países capitalistas (Estados Unidos, França e
Inglaterra) resolveram unificar suas zonas de ocupação e
implantar uma reforma monetária, além de criar um Estado
provisório sob seu controle. Para empresários e autônomos, a
reforma era algo extremamente favorável.
Com medo de que a população do lado oriental migrasse
para a zona de domínio ocidental, Stalin bloqueou o lado
ocidental de Berlim, deixando-o isolado. Para incorporar essa
parte da cidade à Zona de Ocupação Soviética, Stalin mandou
interditar todas as comunicações por terra.
Vale lembrar que pela divisão de territórios em Potsdam,
Berlim estava situada dentro do domínio soviético. Porém, a
cidade também foi dividida, provocando isolamento da parte
Ocidental por via terrestre.
Isolado das zonas ocidentais e de Berlim Oriental, o oeste
de Berlim ficou sem luz nem alimentos de 23 de junho de 1948
até 12 de maio de 1949. A população só sobreviveu graças a
uma ponte aérea organizada pelos Aliados, que garantiu seu
abastecimento.
Em 23 de maio de 1949, os aliados criaram a República
Federal da Alemanha (RFA). A URSS que ocupava a parte leste
do país decidiu também por transformá-la em um país, e em
outubro do mesmo ano foi fundada a República Democrática
Alemã (RDA), com capital em Berlim Oriental. A RDA era
baseada na política comunista e de economia planificada,
dando prosseguimento à socialização da indústria e ao
confisco de terras e de propriedades privadas. O Partido
Socialista Unitário (SED) passou a ser a única força política na
"democracia antifascista" alemã-oriental.
Com a criação dos dois Estados alemães, a disputa entre
EUA e URSS foi acirrada, manifestando de maneira intensa a
disputa da Guerra Fria.
Auxiliada pelo Plano Marshall, em alguns anos a Alemanha
Ocidental alcançou um nível de prosperidade econômica
elevada, garantida também pela estabilidade interna e pela
integração à comunidade europeia que surgia no pós-guerra.
A RFA também integrou a OTAN.
A Alemanha Oriental integrou o pacto de Varsóvia, e apesar
das despesas com a guerra e com a reconstrução do país,
também alcançou desenvolvimento significativo entre os
países socialistas.
Apesar do avanço, com o passar do tempo as diferenças
foram acentuando-se, e muitos alemães residentes na parte
Oriental migravam para a parte ocidental, atraídos pela
liberdade democrática e pelo estilo de vida.
A situação ficou crítica no final dos anos 50, com as
tentativas de unificação. A RFA não reconhecia a RDA como um
país, e exigia a integração. Por outro lado, os soviéticos exigiam
a saída das tropas norte-americanas de Berlim Ocidental.
Entre 1949 a 1961, quase 3 milhões de pessoas fugiram da
Alemanha comunista para os setores ocidentais de Berlim.
Somente em julho de 1961, 30 mil pessoas escaparam. A
ameaça de esvaziamento da Alemanha Oriental levou a URSS a
construir uma barreira física no meio da cidade. Na manhã de
13 de agosto de 1961, soldados começaram a construir o Muro
de Berlim, demarcando a linha divisória inicialmente com
arame farpado, tanques e trincheiras. Nos meses seguintes, foi
sendo erguido em concreto armado o muro que marcaria a
vida da cidade até 1989. Ao longo dos anos, a fronteira
transformou-se numa fortaleza. Como os soldados tivessem
ordem de atirar para matar, muitos que tentaram atravessar
acabaram morrendo.
A divisão imposta pelo Muro de Berlim também separou
muitas famílias, o que levou muitas pessoas a tentar atravessálo
durante os 28 anos em que manteve-se de pé. Ao longo do
tempo o muro foi sendo fortificado com paredes de concreto,
alarmes, e torres de vigia, dificultando cada vez mais a fuga.
Corrida Armamentista
Apesar de não terem travado batalhas diretas, os líderes
dos blocos econômicos gastaram massivamente na pesquisa,
desenvolvimento e produção de armas. Assim que um novo
armamento era apresentado por um país, o outro buscava
desenvolver algo semelhante e, se possível, melhor. Essa busca
pela superioridade bélica ficou conhecida como corrida
armamentista, e preocupou muitos, pois a capacidade de
destruição alcançada pelos armamentos poderia até mesmo
destruir o planeta, caso usados com força total.
O ponto de partida da corrida armamentista se deu com as
bombas nucleares lançadas pelos Estados Unidos no Japão em
1945. Em 1949 a União Soviética também possuía a tecnologia
para produzir tais bomba. A possibilidade de ataque nuclear
por ambos os lados criaram a ideia de uma Hecatombe
Nuclear, que aconteceria caso um dos países atacasse o outro,
desencadeando uma guerra que terminaria por extinguir os
seres humanos.
Surgiu assim um jogo político-diplomático conhecido
como "o equilíbrio do terror", que se transformou num dos
elementos principais do jogo de poder entre EUA e URSS. Os
dois buscavam produzir cada vez mais armamentos de
destruição em massa, como forma de ameaçar o inimigo.
A corrida armamentista implicava também uma estratégia
de dominação, em que as alianças regionais e a instalação de
bases militares eram de extrema importância. Os exércitos de
ambos os lados possuíam centenas de soldados, armas
convencionais, armas mortais, mísseis de todos os tipos,
inclusive nucleares que estavam permanentemente apontados
para o inimigo, com objetivo de atingir o alvo a partir de longas
distâncias.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 12
Para se ter uma noção do poder destrutivo dos
armamentos, em 1960 a União Soviética produziu a maior
bomba nuclear de todos os tempos, a Tsar Bomba. Com um
poder de detonação de 100 megatons a bomba era 3 mil vezes
mais poderosa que a bomba lançada sobre Hiroshima em
1945, e era capaz de destruir tudo em um raio de 35
quilômetros da explosão.
A necessidade de posicionar-se contra o inimigo deixou o
mundo muito perto da Terceira Guerra Mundial em 1962,
durante o episódio conhecido como Crise dos Mísseis de
Cuba.
Em 1961 os Estados Unidos haviam instalado uma base na
Turquia, com capacidade de operação de armamentos
nucleares. A atitude desagradou os soviéticos, devido à
proximidade geográfica da Turquia e da URSS. Para revidar, a
União Soviética decidiu instalar uma base de misseis em Cuba,
sua aliada na América, que havia passado por uma revolução
socialista em 1959, e estava localizada a aproximadamente
200 quilômetros da costa da Flórida, ao sul dos Estados
Unidos.
Desde a revolução socialista, os Estados Unidos tentavam
derrubar o presidente da ilha, Fidel Castro. Em 1961, apoiados
pela CIA, agência secreta americana, um grupos de 1400
refugiados cubanos tentou invadir a ilha pela baía dos Porcos,
em um episódio desastroso que acabou com a morte de 112
pessoas e a prisão dos restantes.
Buscando novas maneiras de depor o presidente, em 1962
os americanos sobrevoaram a ilha e descobriram que a União
Soviética estava instalando também plataformas de
lançamento de armamentos nucleares.
No dia 14 de agosto, o presidente americano, John
Kennedy, anunciou para a população de seu país sobre o risco
existente com a possibilidade de um ataque altamente
destrutivo, encarando o fato como um ato de guerra. Do outro
lado do Atlântico, o Primeiro Ministro soviético Nikita
Kruschev alegou que a base com os mísseis resultavam apenas
de uma ação defensiva e serviriam também para impedir um
nova invasão dos Estados Unidos à Cuba.
Durante treze dias de tensão, foram realizadas diversas
negociações que acabaram por resultar na retirada dos misseis
da Turquia e de Cuba.
Corrida Espacial
A tentativa de superioridade não esteve limitada ao campo
bélico. Durante a Guerra Fria a disputa também foi travada
fora do planeta.
Durante a Segunda Guerra, os cientistas alemães
desenvolveram a tecnologia de propulsão de foguetes, que
foram utilizados para equipar as bombas V-1 e V-2. Após o
termino da guerra, muitos dos cientistas que trabalharam no
projeto de construção desses artefatos foram capturados por
ambos os lados, que buscavam o domínio dessa tecnologia.
Em 4 de outubro de 1957 a União Soviética lançou na
órbita terrestre o satélite Sputnik I. Poucas semanas depois,
em novembro, os soviéticos inovaram novamente e lançaram
o primeiro ser vivo ao espaço, a cadela Laika, que morreu na
volta.
Como reação por parte dos Estados Unidos, em 1958 foi
criada a National Aeronautics & Space Administration, NASA,
que no mesmo ano lançou ao espaço o satélite Explorer 1.
Buscando superar suas conquistas, a união Soviética saiu
na frente novamente, lançando o primeiro ser humano em
órbita terrestre. Em 12 de abril de 1961, durante uma hora e
quarenta e oito minutos, o cosmonauta Iuri Gagarin percorreu
40 mil quilômetros ao redor da terra, a bordo da capsula
espacial Vostok 1. Os Estados Unidos reagiram em 1962, ao
enviar o astronauta John Glenn para o espaço.
Após os lançamentos de seres humanos ao espaço, o
objetivo foi enviar um ser humano para a lua. Os Estados
Unidos investiram pesadamente no programa Apollo, que em
1968 enviou a primeira equipe de astronautas para a órbita
lunar e, em 1969 realizou o primeiro pouso, com os
astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin.
A União Soviética não conseguiu acompanhar o passo dos
Estados Unidos, e mudou seu foco para a exploração e pesquisa
do ambiente espacial e da gravidade zero com a estação
espacial Salyut, lançada em 19 de abril de 1971. Em resposta,
os americanos lançaram, em maio de 1973, a Skylab. Em 1986,
a URSS lançou a Mir, que já foi destruída.
Durante a Guerra Fria, importantes projetos espaciais
foram realizados. A sonda americana Voyager 1, lançada em
1977, foi a Júpiter e a Saturno e a Voyager 2, lançada no mesmo
ano, visitou Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. As duas sondas
encontram-se agora fora do sistema solar. O Telescópio
Espacial Hubble, a nave Galileu, a Estação Espacial
Internacional Alpha, a exploração de Marte e o Neat
(Programas de Rastreamento de Asteroides Próximos da
Terra) fazem parte dessa geração.
Em 1978, a Agência Espacial Europeia entra na corrida
espacial com os foguetes lançadores Ariane. A França passa a
controlar sozinha o projeto Ariane em 1984 e, atualmente,
detém cerca de 50% do mercado mundial de lançamento de
satélites.
O fim da Guerra Fria
A disputa entre União Soviética e Estados Unidos durante
a Guerra Fria sofreu uma desaceleração entre o fim dos anos
1970 e início de 1980. Durante esse período a União Soviética
passou a enfrentar crises internas nos setores políticos e
econômicos. O gasto com armamentos e pesquisas espaciais
para equiparar-se aos Estados Unidos foi enorme, e os dois
países buscam firmar acordos para reduzir o poder bélico, e
finalmente alcançar uma trégua.
Internamente, o país passava por crises de abastecimento
e revoltas sociais. Desde a morte de Stalin, em 1956, a URSS
passou por pequenas reformas, porém manteve o perfil
ditatorial, com controle sobre os meios de comunicação e da
população. Os líderes que sucederam Stalin mantiveram o
mesmo sistema, o que agravou a crise interna. Em 1985 o país
colocou no poder o ultimo líder do Partido Comunista da União
Soviética: Mikhail Gorbachev. Gorbachev defendia a ideia de
que a URSS deveria passar por mudanças que a adequassem à
realidade mundial.
Durante a década de 1980 a União Soviética enfrentou
momentos difíceis, como a invasão ao Afeganistão, que gerou
altos gastos, e o acidente na usina nuclear de Chernobyl, na
Ucrânia. Além disso, boa parte das commodities, matériasprimas
exportadas pelo país, como petróleo e gás natural
sofreram quedas nos preços. Buscando salvar o país de um
colapso iminente, Gorbachev lançou dois planos: a
Perestroika e o Glasnost.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 13
A Perestroika, Também chamada de reestruturação
econômica, teve início em 1986, logo após a instalação do
governo Gorbatchev. A Perestroika consistia em um projeto de
reintrodução dos mecanismos de mercado, renovação do
direito à propriedade privada em diferentes setores e
retomada do crescimento. Ou seja, acabar com a economia
planificada existente na União Soviética.
A Economia planificada, também chamada de "economia
centralizada" ou "economia centralmente planejada", é um
sistema econômico no qual a produção é previa e
racionalmente planejada por especialistas, na qual os meios de
produção são propriedade do Estado e a atividade econômica
é controlada por uma autoridade central.
A perestroika tinha como objetivo acabar com os
monopólios estatais, descentralizar as decisões empresariais e
criar setores industriais, comerciais e de serviços em mãos de
proprietários privados nacionais e estrangeiros. Apesar das
mudanças, o Estado continuaria como principal proprietário,
porém, permitindo a propriedade privada em setores
secundários da produção de bens de consumo, comércio
varejista e serviços não-essenciais. No setor agrícola foi
permitido o arrendamento de terras estatais e cooperativas
por grupos familiares e indivíduos. A retomada do crescimento
é projetada por meio da conversão de indústrias militares em
civis, voltadas para a produção de bens de consumo, e de
investimentos estrangeiros.
O Glasnost, Também chamado de transparência política,
surgiu juntamente com a perestroika, e foi considerado
essencial para mudar a mentalidade social, liquidar a
burocracia e criar uma vontade política nacional de realizar as
reformas.
Entre as medidas mais importantes estavam o fim da
censura, da perseguição e da proibição de determinados
assuntos. Foi marcada simbolicamente pelo retorno do exílio
do físico Andrei Sakharov, em 1986, e incluiu campanhas
contra a corrupção e a ineficiência administrativa, realizadas
com a intervenção ativa dos meios de comunicação e a
crescente participação da população. Avança ainda na
liberalização cultural, com a liberação de obras proibidas, a
permissão para a publicação de uma nova safra de obras
literárias críticas ao regime e a liberdade de imprensa,
caracterizada pelo número crescente de jornais e programas
de rádio e TV que abrem espaço às críticas.
A abertura causada pela Perestroika e pelo Glasnost
impulsionaram os movimentos de independência e de
separação de países membros da URSS, enfraquecendo o Pacto
de Varsóvia. Um importante acontecimento nesse período foi
a queda do Muro de Berlim, que simbolicamente
representava o fim da Guerra Fria.
O muro de Berlim formava uma barreira, sendo que
Somente na região metropolitana de Berlim, o Muro tinha mais
de 43 quilômetros de comprimento, vigiado por torres
militares para observação do movimento nos arredores. Além
disso, contava com cães policiais e cercas elétricas para manter
a população afastada. Mesmo com todos esses mecanismos,
muitas pessoas tentaram atravessar essa barreira, resultando
em 80 mortes oficialmente.
A proibição existia apenas na passagem de Berlim Oriental
para Berlim Ocidental. O trajeto contrário era permitido.
Durante a década de 70, havia oito pontos onde, obtidas as
permissões e os documentos necessários, as pessoas do lado
ocidental podiam atravessar o muro. O mais famoso deles -
conhecido como Checkpoint Charlie - era reservado para
visitantes estrangeiros, incluindo diplomatas e autoridades
militares do bloco capitalista.
Durante o tempo em que esteve de pé, o Muro de Berlim foi
um ícone da Guerra Fria. Com as mudanças políticas ocorridas
na União Soviética, várias revoltas começaram a surgir nas
duas partes da Alemanha, pedindo a queda do Muro, que
separava o país desde 1961. No dia 9 de novembro de 1989,
diante das pressões contra o controle de passagem do muro, o
porta-voz da Alemanha Oriental, Günter Schabowski, disse em
uma entrevista que o governo iria permitir viagens da
população ao lado Ocidental. Questionado sobre quando essa
mudança vigoraria, ele deu a entender que já estava valendo.
Finalmente, população revoltada resolve derrubar o muro por
conta própria, utilizando marretas, martelos e tudo o mais que
estivesse disponível.
O muro só foi totalmente destruído entre julho e novembro
de 1990, porém as pessoas e o próprio governo iam abrindo
passagens para facilitar o transito entre as duas partes da
cidade. No dia 3 de outubro de 1991, após uma separação que
dividiu a Alemanha em duas, o país foi novamente unificado
por lei, atendendo ao desejo da população alemã que celebrou
a vitória.
Além da Alemanha, a Polônia e a Hungria abriam caminho
para eleições livres, e revoltas pelo fim da URSS aconteceram
na Tchecoslováquia, Bulgária, e Romênia. As políticas adotadas
por Gorbachev causaram uma divisão dentro do Partido
Comunista, com setores contra e a favor das reformas. Esta
situação repentina levou alguns conservadores da União
Soviética, liderados pelo General Guenédi Ianaiev e Boris Pugo,
a tentar um golpe de estado contra Gorbachev em Agosto de
1991. O golpe, todavia, foi frustrado por Boris Iéltsin. Mesmo
assim, a liderança de Gorbachev estava em decadência e, em
Setembro, os países bálticos conseguiram a independência.
Em Dezembro, a Ucrânia também se tornou independente.
Finalmente, no dia 31 de Dezembro de 1991, Gorbachev
anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,
renunciando ao cargo.
Assim termina a União Soviética, e também acaba
oficialmente a Guerra Fria.
Questões
01. (VUNESP PMSP) Os dois lados viram-se
comprometidos com uma insana corrida armamentista para a
mútua destruição. Os dois também se viram comprometidos
com o que o presidente em fim de mandato, Eisenhower,
chamou de “complexo industrial-militar”, ou seja, o
crescimento cada vez maior de homens e recursos que viviam
da preparação da guerra.
Mais do que nunca, esse era um interesse estabelecido em
tempos de paz estável entre as potências. Como era de se
esperar, os dois complexos industrial-militares eram
estimulados por seus governos a usar sua capacidade
excedente para atrair e armar aliados e clientes, e conquistar
lucrativos mercados de exportação, enquanto reservavam
apenas para si os armamentos mais atualizados e, claro, suas
armas nucleares.
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos – O breve século XX – 1914-1991.
São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p. 233. Adaptado)
O historiador refere-se à situação da política internacional
que resultou, em grande medida, da Segunda Guerra Mundial,
e que pode ser definida como a
(A) democratização do uso de armas nucleares, o que
tornou possível o seu emprego por pequenos grupos de
guerrilheiros.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 14
(B) existência de equilíbrio nuclear entre as maiores
potências, somada à grande corrida armamentista.
(C) expansão da ideologia da paz armada, que estimulou as
potências a equiparem os países pobres com armas nucleares.
(D) predominância de uma potência nuclear em escala
global, que interfere militarmente nos países
subdesenvolvidos.
(E) formação de uma associação internacional de
potências nucleares, que garantiu uma paz duradoura entre os
países.
02. Período histórico denominado de Guerra Fria, referese
(A) à rivalidade de dois blocos antagônicos liderados pelos
EUA e URSS.
(B) às sucessivas guerras pela independência nacional
ocorridas na Ásia.
(C) ao conjunto de lutas travadas pelo povo iraquiano
contra a dinastia Pahlevi.
(D) às disputas diplomáticas entre árabes e israelenses
pela posse da península do Sinai.
03. Sobre a queda do muro de Berlim, no dia 10 de
novembro de 1989, é correto afirmar que
(A) o fato acirrou as tensões entre Oriente e Ocidente,
manifestas na permanência da divisão da Alemanha.
(B) resultou de uma longa disputa diplomática, que
culminou com a entrada da Alemanha no Pacto de Varsóvia.
(C) expressou os esforços da ONU que, por meio de acordos
bilaterais, colaborou para reunificar a cidade, dividida pelos
aliados.
(D) constituiu-se num dos marcos do final da Guerra Fria,
política que dominou as relações internacionais após a
Segunda Guerra Mundial.
(E) marcou a vitória dos princípios liberais e democráticos
contra o absolutismo prussiano e conservador.
04. O lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e
Nagasaki, em 6 de agosto de 1945, provocou a rendição
incondicional do Japão, na Segunda Guerra. Nesse momento, o
mundo ocidental vivia a dualidade ideológica, capitalismo e
socialismo. Nesse contexto, o lançamento da bomba está
relacionado com
(A) o descompasso entre o desenvolvimento da ciência,
financiado pelos Estados beligerantes (em guerra), e os
interesses da população civil.
(B) a busca de hegemonia dos Estados Unidos, que
demonstraram seu poder bélico para conter, no futuro, a União
Soviética.
(C) a persistência da luta contra o nazifascismo, pelos
países aliados, objetivando a expansão da democracia.
(D) a difusão de políticas de cunho racista associadas a
pesquisas que comprovassem a superioridade da civilização
europeia.
(E) a convergência de posições entre norte-americanos e
soviéticos, escolhendo o Japão como inimigo a ser derrotado.
05. (SEDUC-PI – História – NUCEPE) O século XX foi
marcado por conflitos de diferentes matizes, principalmente
após a 2ª Guerra Mundial. Sobre esse período, podemos
afirmar corretamente, EXCETO que
(A) a Guerra do Vietnã, que durou entre 1967 e 1975, teve
início quando as tropas do Vietnã do Norte invadiram Saigon,
capital do Vietnã do Sul. Considerada a maior derrota militar
dos Estados Unidos no século XX, teve entre seus motores de
reação a guerrilha, a militância pacifista e a cobertura crítica
da imprensa.
2 MARTINEZ, Rogério; et. al. Novo olhar: Geografia. 1ª edição. São Paulo: FTD.
(B) na União Soviética, o governo de Mikhail Gorbatchev
implantou a glasnost no campo político e a perestroika na área
econômica, decisões que evidenciaram a crise do “socialismo
real” naquele país, contribuindo para seu esfacelamento
político.
(C) na década de 1950, os Estados Unidos implantaram a
política conhecida como macarthismo, que restringiu-se ao
apoio financeiro para a reconstrução das economias
europeias, devastadas após a 2ª Guerra Mundial.
(D) a Queda do Muro de Berlim, em 1989, é considerada a
metáfora do fim da Guerra Fria, e repercutiu no mundo inteiro,
com o fim de diversos regimes socialistas do Leste Europeu,
tendo repercutido até nas eleições presidenciais brasileiras, ao
promover um discurso de descrédito às esquerdas brasileiras.
(E) a Revolução Cubana, na década de 1950, combateu o
governo de Fulgêncio Batista e implantou um governo dirigido
pelo Partido Comunista na América Central.
Respostas
01. B / 02. A / 03. D / 04. B / 05. C
Globalização e Fragmentação do espaço2
O termo “globalização” (tradução do inglês globalization)
disseminou-se ao longo da década de 1980 nos meios
acadêmicos e empresariais, e em seguida chegou à mídia,
tornando-se uma palavra corriqueira. Mas, como tema de
análise e reflexão entre economistas, sociólogos,
historiadores, geógrafos e outros estudiosos de várias áreas do
conhecimento, o fenômeno da globalização é um conceito
complexo e ambíguo, até mesmo de divergências entre
especialistas.
De qualquer forma, há certo consenso de que o processo de
globalização constitui o ápice da expansão e da hegemonia do
capitalismo em escala planetária, tal como se apresenta desde
o final do século XX e início do século XXI.
[...] As forças decisivas, pelas quais se dá a globalização do
mundo, instituindo uma configuração histórico-social nova,
surpreendente e determinante, são as forças deflagradas com a
globalização do capitalismo, processo esse que adquiriu ímpetos
excepcionais e avassaladores desde a Segunda Guerra Mundial e
mais ainda com a Guerra Fria, entrando em franca expansão
após o término desta.
IANNI, Otávio. A era do globalismo. In: OLIVEIRA, Flávia
Arlanch Martins de. Globalização, regionalização e
nacionalismo. São Paulo: Editora Unesp, 1999, p.16.
Nesse sentido, o processo de globalização só começa a
tomar vulto a partir da segunda metade do século XX, quando
a expansão do capitalismo, alternando fases de avanços e
recuos intrínsecos ao seu desenvolvimento, ingressou em uma
nova fase marcada por progressos técnicos e científicos, que
levaram a uma verdadeira revolução tecnológica. Conhecida
como Terceira Revolução Industrial, esse desenvolvimento
científico e tecnológico, liderado e impulsionado pelos países
mais ricos e desenvolvidos (Estados Unidos, Canadá,
Alemanha, Inglaterra, França, Japão), atingiu as mais variadas
áreas do conhecimento, especialmente as chamadas
tecnologias da informação (informática, telecomunicações,
telemática).
Aliada à expansão dos fluxos comerciais proporcionada
pelo desenvolvimento de meios de transportes cada vez mais
eficientes (navios de grande calado, aviões cargueiros de
grande porte), essa situação criou as condições necessárias
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 15
para o avanço da globalização. Esse processo pode ser
caracterizado, portanto, pela integração cada vez mais efetiva
do espaço mundial proporcionado pela crescente circulação de
mercadorias, informações e pessoas entre as diferentes
regiões do planeta.
Essa globalização, que se estende em múltiplas dimensões,
como a socioeconômica, a política e a cultural, já havia sido
anunciada, na década de 1960, pelo canadense Marshall
McLuhan (1911-1980), um dos mais respeitados estudiosos
dos meios de comunicação de massa do século passado,
defensor da ideia de que, sob a “era da informação”, o mundo
se transformaria em uma “aldeia global”.
Embora muito difundida, a expressão “aldeia global”
passou a ser criticada por outros teóricos da globalização, para
os quais o mundo estaria longe de se tornar uma “aldeia
global” de fato. Isso porque esse conceito exprime a ideia de
que todos se conhecem e participam da vida e das decisões de
maneira comunitária, o que, de fato, não condiz com a
sociedade contemporânea. O termo “global”, por sua vez, não
leva em consideração que uma imensa parcela da população
mundial, sobretudo aquela que vive nas regiões mais pobres
do globo, se encontra totalmente excluída dos benefícios
tecnológicos trazidos pela globalização.
A Globalização Econômica
A expansão e a hegemonia do capitalismo em escala
planetária, processos que ocorreram apoiados nos avanços
dos meios de transportes e de comunicações, além de
viabilizados pela nova fase de progressos técnicos e científicos
gerados com a Revolução Técnico-científica (segunda metade
do século XX), criaram as condições indispensáveis para a
consolidação de uma economia (capitalista) globalizada,
caracterizada pela integração econômica cada vez mais efetiva
do espaço geográfico mundial. Essa expansão do capitalismo
em escala planetária se deu acompanhada pelo intenso
crescimento do comércio internacional, fato que intensificou
as relações econômicas entre os países do mundo e produziu,
ao mesmo tempo, grandes mudanças na organização do
sistema produtivo em escala mundial.
A origem dessas mudanças reside basicamente na
dispersão da atividade industrial pelo mundo, fenômeno
provocado pelo processo de expansão das grandes
corporações multinacionais, que passaram a desenvolver suas
atividades em países espalhados em todo o planeta.
Favorecidas pela revolução tecnológica em andamento e
também pelos avanços dos transportes ocorridos a partir da
segunda metade do século passado, essas grandes empresas
multinacionais, que até então atuavam quase que
exclusivamente nos países mais ricos e industrializados do
hemisfério Norte, expandiram suas atividades e instalaram
filiais em países com economia menos desenvolvida, com a
finalidade de conquistar novos mercados.
Assim, a área geográfica de atuação dessas empresas se
expandiu em direção às economias periféricas e menos
desenvolvidas, mas que apresentavam mercados
economicamente promissores, caso de países como Brasil,
México e Argentina (na América Latina), África do Sul (no
continente africano), Índia, Coreia do Sul, Singapura, Taiwan e
Malásia (no continente asiático).
Além da decisão estratégica visando o domínio desses
novos mercados, o direcionamento dos investimentos para os
países subdesenvolvidos também foi motivado por inúmeras
outras vantagens oferecidas por esses países, como o baixo
custo de mão de obra; a disponibilidade de recursos naturais
(matérias-primas) a baixos custos; a existência de legislações
trabalhistas e ambientais menos rígidas; a presença de
grandes mercados consumidores em expansão; a liberdade
para remeter os lucros às matrizes no país de origem; e até
mesmo a concessão de incentivos fiscais (redução ou isenção
de impostos , etc.).
Convém destacar também que a partir da década de 1970,
o processo de expansão das empresas multinacionais em
direção aos países periféricos entrou em uma fase marcada
pela diversificação dos investimentos nos mais diversos ramos
de atividades. Os investimentos que até então se restringiam
ao setor industrial, incluindo a indústria extrativa mineral,
passaram a ser direcionados a outros setores da economia,
como o de serviços (bancos, corretoras, financeiras,
seguradoras), de comércio atacadista e varejista (redes de
lanchonetes, hipermercados, lojas de departamentos), de
infraestrutura (geração de energia, construção) e também ao
setor agropecuário.
A expansão das multinacionais pelo mundo produziu
mudanças significativas nas relações econômicas e comerciais
entre os países, provocando o estabelecimento de uma nova
Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Isso ocorreu porque
muitas economias periféricas, até então voltadas quase que
exclusivamente para a produção e exportação de gêneros
primários (matérias-primas agrícolas e minerais), também se
industrializaram, tornando-se exportadoras de bens
manufaturados. É importante lembrar, entretanto, que a
grande maioria dos países menos desenvolvidos da América
Latina, da África e da Ásia ainda possui economia
essencialmente agrária, continuando, portanto, como
produtores de gêneros primários.
Assim, mesmo que as empresas multinacionais tenham
contribuído para o crescimento econômico e industrial dos
países onde passaram a desenvolver suas atividades,
sobretudo com o aumento e a diversificação da produção e
com a abertura de novos postos de trabalho, a dependência
econômica e tecnológica desses países vem se acentuando
cada vez mais em relação às nações ricas e industrializadas.
A expansão das grandes corporações multinacionais pelo
mundo ampliou enormemente a hegemonia dos países
desenvolvidos (mais ricos e mais industrializados) sobre a
economia e o comércio mundial. Atualmente, esses países
geram cerca de 67% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial,
respondem por cerca de dois terços de toda a produção
industrial do planeta e aproximadamente 70% de todo o
comércio mundial. O poderio econômico das grandes
multinacionais do mundo empregam sete milhões de pessoas
e faturam cerca de três trilhões de dólares ao ano, valor
superior ao PIB de muitos países do mundo.
A fragmentação do processo produtivo
O processo de expansão das multinacionais pelo mundo
também trouxe mudanças significativas na organização do
sistema produtivo das grandes empresas em escala mundial.
Isso porque, além de expandir suas atividades no mundo, as
multinacionais se aproveitaram dos avanços tecnológicos para
também dividir, ou fragmentar, as diferentes etapas de
fabricação e montagem de seus produtos entre suas
subsidiárias espalhadas pelo mundo. Também passaram a
transferir, ou seja, a terceirizar, parcelas inteiras do processo
de produção para empresas instaladas e, diferentes países.
[...] As novas tecnologias de transporte e informação
permitiram fragmentar ainda mais o processo de produção
criando uma divisão do trabalho pautada sobretudo nos
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 16
diferentes níveis tecnológicos envolvidos em cada estágio de
produção. Assim, determinadas peças que exigem mais mão de
obra ou matéria-prima ainda podem ser fabricadas [...] em
países periféricos, enquanto a produção de componentes que
incorporam alto grau de tecnologia fica restrita a alguns
núcleos seletos (tecnopolos ou “vales” e “montanhas” do
silício) nos centros do capitalismo mundial.
[...] HAESBERT, Rogério (Org.). Globalização e
fragmentação no mundo contemporâneo. Niterói: Ed. Uff, 2001,
p.25.
Foi com a estratégia de diminuir os custos operacionais de
produção e ampliar sua lucratividade em uma economia
globalizada extremamente competitiva que as grandes
empresas multinacionais direcionaram parcelas específicas de
suas atividades produtivas para os lugares do mundo em que
as condições fossem mais vantajosas, a mão de obra fosse mais
barata, por exemplo. Ao contrário, aliás, do que ocorria
décadas atrás, quando as empresas multinacionais tinham a
incumbência de executar todas, ou quase todas, as etapas de
produção de uma determinada mercadoria em uma mesma
unidade fabril instalada em determinado lugar.
Hoje, por exemplo, aviões, automóveis, computadores,
aparelhos eletrônicos, entre outros produtos de maior
complexidade, podem ter parte de seus inúmeros
componentes fabricados em países diferentes, sendo depois
encaminhados para uma unidade de montagem final instalada
em outro país, de onde será exportado para os mais diferentes
mercados mundiais.
Embora a fragmentação do processo produtivo possa ser
tipicamente observada na produção d bens industrializados,
esse fenômeno também ocorre nos demais setores de
atividades como o de serviços. No caso do telemarketing, por
exemplo, grandes empresas sediadas nos Estados Unidos, no
Canadá, na Inglaterra, e em outros países desenvolvidos,
utilizam as centrais de atendimento ao cliente, conhecidas
como call centers, instaladas na Índia, formando naquele país
o maior polo de call center do mundo.
Ao expandir suas atividades pelo mundo em busca de
novos mercados para seus produtos e serviços, as grandes
multinacionais acabaram acirrando a concorrência entre si.
Para enfrentar essa concorrência e se tornar ainda mais
competitivas no mercado, essas grandes corporações
adotaram uma série de estratégias, tais como: aplicação
intensiva de tecnologias no processo produtivo
(informatização, automação e robotização) como forma de
ampliar a produtividade e diminuir os custos com mão de
obra; otimização dos processos de produção e implantação de
novos métodos de trabalho voltados para a economia de
matérias-primas, a eliminação do desperdício e a redução dos
estoques, concomitantemente à melhoria da qualidade dos
produtos e serviços; investimentos agressivos em propaganda
e marketing como forma de projetar e valorizar a marca (e seus
lançamentos) nos mercados mundiais.
Além disso, essas grandes corporações também
enfrentaram a concorrência se valendo da formação de
monopólios e oligopólios em suas mais diversas variações. O
monopólio ocorre quando uma empresa domina a oferta (o
mercado) de determinado produto ou serviço. O oligopólio,
considerado uma forma mais avançada de monopólio, ocorre
quando um grupo de empresas domina o mercado de
determinado produto ou serviço.
A Globalização Financeira
É por meio dessa intrincada e complexa rede de
comunicações mundial que também circulam os fluxos de
capitais, aqueles que envolvem as transações econômicas
realizadas de maneira contínua e ininterrupta no circuito
financeiro internacional (compra e venda de ações de
empresas, títulos e moedas mais valorizadas no mercado).
Por intermédio dos investidores nesse mercado financeiro
global, são necessários apenas alguns minutos para que
grandes negócios, envolvendo cifras que chegam a centenas de
milhões de dólares, sejam fechados em um país e abertos em
outros.
A cada 24 horas, essas operações financeiras movimentam
mais de dois trilhões de dólares ao redor do planeta. Grande
parte desses fluxos de capitais ocorre por meio de operações
financeiras negociadas nas principais bolsas de valores do
mundo, sobretudo nas que localizam nas metrópoles de países
desenvolvidos, como as de Nova York (Estados Unidos),
Frankfurt (Alemanha), Londres (Inglaterra), Milão (Itália) e
Tóquio (Japão), embora também existam outras importantes
bolsas de valores no mundo subdesenvolvido, especialmente
nas economias emergentes, como as de São Paulo (Brasil),
Xangai (China), Seul (Coreia do Sul) e Jacarta (Indonésia).
Os fluxos de capitais especulativos, por sua vez, são
investimentos que buscam apenas a obtenção de vantagens
imediatas (de curto prazo) em razão de certas oportunidades
oferecidas pelo mercado. Um exemplo típico disso é aquele
dinheiro do exterior que entra na bolsa de valores num dia e
sai logo em seguida, assim que as ações se valorizem dando
altos lucros ao investidor. Na busca por lucros exorbitantes, o
capital especulativo se torna extremamente volátil, podendo
ser transferido para vários países de uma hora para outra. Por
conta da grande rapidez com que o capital especulativo circula
pelo mundo, ele também passou a ser conhecido por outras
denominações sugestivas: smart Money (dinheiro esperto), hot
Money (dinheiro quente).
Questões
01. (Prefeitura de Marilândia/ES – Auxiliar
Administrativo – IDECAN) Arte é a atividade humana ligada
a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de
percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse
interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada
obra de arte possui um significado único e diferente.
(Disponível em: http://www.significados.com.br.)
Da afirmativa anterior subentende‐se que a arte possui,
EXCETO:
(A) Identidade.
(B) Globalização.
(C) Humanidade.
(D) Intencionalidade.
02. (SEDUC/PI – Professor de Geografia – NUCEPE) As
transformações no mundo do trabalho são influenciadas pela
globalização que estabelece alterações no ritmo da indústria,
comércio, comunicações e transporte, com nova organização
na economia mundial a partir do avanço científico e
tecnológico e da concentração de capital.
São características da globalização, EXCETO,
(A) as empresas multinacionais definem a articulação
entre a produção, mão-de-obra, mercado e matéria-prima.
(B) comporta processos relacionados à
internacionalização da produção.
(C) articulação de diversas partes que compõem um todo,
com ampliação de distâncias, encolhimento de contextos e
limitação de intercâmbios.
(D) requalificação dos espaços para atender aos interesses
dos atores hegemônicos da economia, da cultura e da política.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 17
(E) dinamismo renovado da divisão internacional do
trabalho, principalmente nos países subdesenvolvidos.
03. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) A
mundialização não diz respeito apenas às atividades dos
grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas
provocam. Inclui também a globalização financeira, que não
pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser imposta
a adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo:
Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto
apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
Mundialização do capital ou globalização refletem a
capacidade estratégica de grandes grupos oligopolistas,
voltados para a produção industrial ou para as principais
atividades de serviços, em adotar, por conta própria, enfoque
e conduta globais.
(....) Certo (....) Errado
04. (IF/RS – Professor de Geografia – IF/RS) A
globalização é um fenômeno multidimensional. Apesar de
apresentar uma faceta econômica mais evidente, há também
impactos em outras dimensões como a social, política ou
cultural. Neste sentido diversas partes do mundo sofrem os
efeitos do fluxo de capitais especulativos e produtivos, do fluxo
de informações, do fluxo de pessoas, características principais
deste fenômeno.
Sobre a globalização e seus impactos é CORRETO afirmar:
(A) o fluxo de capitais especulativos trabalham com a
possibilidade de maximizar lucros em qualquer tempo, não
interessando o lugar ou continente em que se encontram nem
as características de infraestrutura desses lugares.
(B) a circulação de capitais produtivos é mais rápida, pois
são investimentos de longo prazo que requerem agilidade e
certeza na sua aplicação e retorno imediato ao(s) centro(s) de
poder econômico, as sedes de empresas multinacionais.
(C) a internet, como símbolo de uma revolução técnicocientífico,
ampliou e democratizou o acesso a dados e
informações em todo o mundo, igualando todas as nações para
receber os impactos positivos da globalização.
(D) os lugares que formam o espaço geográfico mundial
estão conectados a uma rede de fluxos, controlada a partir de
poucos centros de poder econômico e político, mas seus efeitos
se dão em larga escala em praticamente todas as partes do
mundo.
(E) o fluxo de pessoas na era da globalização baseia-se na
modernização do transporte aéreo e dos aeroportos no mundo
todo, impactando econômica e culturalmente diversos lugares,
que incorporam e aceitam os novos preceitos de cultura e
consumo sem resistência.
05. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) A
mundialização não diz respeito apenas às atividades dos
grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas
provocam. Inclui também a globalização financeira, que não
pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser imposta
a adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo:
Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto
apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
O princípio geográfico da localização, no mundo
globalizado economicamente competitivo, é superado pelos
sistemas técnicos e de informação.
(....) Certo (....) Errado
Respostas
01. B/ 02. C/ 03. Certo/ 04. D/ 05. Errado
Era Vargas
A Era Vargas é o período da história do Brasil em que
Getúlio Vargas governa o país. Esse período tem início na com
a Revolução de 30, continuando pelos próximos 15 anos em
que Vargas se mantém no poder. Esse período é marcando
para a história do Brasil, tento grandes alterações sociais e
econômicas. Esse período é dividido em três momentos,
Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.
Revolução de 1930
Antes de 1930, o governo brasileiro era controlado por
grupos ligados a produção e exportação de café – oligarquia
cafeeira – principalmente dos estados de São Paulo e de Minas
Gerais. Essas oligarquias, conseguiam se manter no poder
através das fraudes nas eleições, escolhendo candidatos que
representassem seus interesses. Essa política, ficou conhecida
como republica do “café-com-leite”.
Esse controle ficou abalado nas eleições de 1930, quando o
estado de São Paulo e Minas Gerais, entram em conflito. Como
o presidente Washington Luís, havia sido indicado pelo estado
de São Paulo, estava na vez de Minas Gerais indicar qual seria
o candidato nas eleições. Contudo os paulistas apresentam
Júlio Prestes como candidato à presidência. Minas Gerais,
junto com a Aliança Liberal, formada pelo Rio Grande do Sul e
Paraíba, defendiam a candidatura de Getúlio Vargas.
Em março, nas eleições, o candidato Júlio Prestes ganha,
mas com grande indicio de fraude, o que gerou mais
descontentamento entre os opositores. No mesmo ano, em
julho, o candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, é
assassinado. Esse ocorrido acaba gerando grande revolta na
população. Além disse, em 1929, com a quebra da bolsa de
Valore de Nova York atingiu fortemente o Brasil, causando
desemprego e dificuldades financeiras. Com a crise o nível de
insatisfação com o atual presidente cresce. Esses conflitos
preocuparam o setor militar, que chegou a pensar na
possibilidade de haver uma guerra civil no Brasil.
Com a crise já instaurada no Brasil, uma revolta militar
estoura, saindo do sul do país, com o objetivo de derrubar o
atual governo. A situação do então presidente Washington
Luís estava crítica, mas ele não pretendia renunciar. Então,
militares do exército de marinha acabam por tirar o presidente
e no dia 3 de novembro Getúlio Vargas assume o poder em
caráter provisório.
Constituição de 1934
Graças a grande conturbação causada pela Revolução
constitucionalista de 1932, o então governo de Getúlio Vargas
foi obrigado a tomar medidas que sanasse o regime
republicano. Foi criado então uma nova lei, chamada de Lei
Eleitoral, convocando eleições que seriam realizadas no ano
posterior. A partir daí, uma nova assembleia constituinte foi
convocada, tomando posso no final de 1933.
2. HISTÓRIA DO BRASIL
2.1. A Revolução de 1930 e a Era
Vargas. 2.2. As Constituições
Republicanas.
2.3. A estrutura política e os
movimentos sociais no período
militar. 2.4. A abertura política e a
redemocratização do Brasil.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 18
No dia 16 de julho de 1934, uma nova constituição é
lançada, contentando 187 artigos. Nessa constituição, novos
direitos foram adquiridos, como na questão trabalhista, onde
ficava garantido por lei a proibição de distinção salarial
fundamentada no sexo, idade, estado civil ou nacionalidade.
Outras conquistas importantes surgiram nesta constituição,
como a criação do salário mínimo, redução da carga de
trabalho para 8 horas diárias, repouso semanal, férias
remuneradas, indenização ao trabalhador demitido sem justa
causa e proibição do trabalho para jovens menores de 14 anos.
Essa constituição também atingiu o âmbito econômico,
onde medidas foram tomadas para promover o
desenvolvimento da indústria nacional. Foi permitido a
criação de fundações e institutos de pesquisas, linhas de
crédito foram criadas para viabilizar uma modernização na
economia por meio do crescimento do parque industrial do
país. Na agricultura, foi tomado medidas que favorecessem
uma variação de itens para exportação.
Na área educacional, foi incentivado o desenvolvimento de
um ensino superior e médio. Um ensino primário público foi
criado, sendo gratuito e obrigatório. O grande objetivo coma
educação, era o de formar jovens que fossem capacitados para
trabalhar nas indústrias, que estaria mais avançadas, graças
aos investimento no setor econômico. Foi garantido o voto
para todos os maiores de 21 anos, as mulheres também teriam
o direito de votar.
Apesar de todas as conquistas garantidas pela constituição,
ela também teve seu lado autoritário. Na Carta Magna, ficou
determinado que as novas leis eleitorais não valeriam para a
escolha de um novo presidente. Assim Getúlio Vargas seria
eleito indiretamente pelos membros da Assembleia
Constituinte.
Intentona Comunista (1935)
A Intentona Comunista, foi uma revolta contra o governo
de Getúlio Vargas. O movimento tinha o objetivo tirar o
presidente e tomar o poder. O movimento eclodiu em
novembro de 1935, liderada pela Aliança Nacional Libertadora
(ANL), mas foi contida pela Força de Segurança Nacional.
Ação Integralista Brasileira x Aliança Nacional
Libertadora
O período do governo de Getúlio Vargas foi marcado por
uma grande polarização de ideias políticas e ideológicas. De
uma lado estava a Ação Integralista Brasileira (AIB), que
defendia e simpatizava a ditadura fascista de Mussolini na
Itália. A AIB foi fundada em 1932 e foi liderada pelo político e
jornalista Plínio Salgado. O lema do movimento era “Deus,
Pátria e Família”. Para eles o governo devia manter sob seu
controle a economia do estado e a democracia representativa
devia ser extinta e controlada por um só partido.
Já a Aliança Nacional Libertadora (ANL), sugue em 1935,
liderada pelo comunista Luís Carlos Prestes. Assim como a AIB,
eles eram nacionalistas, mas suas semelhanças acabam por ai.
A ANL defendia os ideais comunistas como o não pagamento
da dívida externa, a reforma agrária e a nacionalização das
empresas estrangeiras.
No dia 5 de julho de 1935, Luís Carlos Prestes lança seu
apoio à ANL, incentivando uma relação contra o governo. Após
o apoio, Getúlio Vargas decretou a ilegalidade do movimento,
e mandou prender os líderes. Desde então esse grupo passou
a agir na ilegalidade. A ANL liderou diversos movimentos
militares em diversos estados, como Natal, Recife e Rio de
Janeiro, com o intuito de tomar o poder e implantar o
comunismo. Esses levantes ficaram conhecidos como
Intentona Comunista, mas todas fracassaram, gerando uma
forte repressão a todos os movimentos de esquerda no Brasil.
Estado Novo
Após o fracasso da Intentona Comunista, iniciou-se as
articulações para presidente. O mandato de Vargas deveria
acabar no início de 1938. No decorrer de 1937 três candidatos
surgiram, Armando Sales de Oliveira, José Américo de Almeida,
e Plínio Salgado. Embora Getúlio apoiasse José Américo, sua
verdadeira intenção era a de continuar no poder. Para que sua
vontade pudesse se concretizar, ele contou com o apoio do
alto-comando militar.
Em setembro, foi anunciado a descoberta de um plano
comunista, onde estes iriam promover uma revolução, onde
centenas de pessoas morreria. Esse plano ganhou o nome de
Plano Cohen. Na verdade, tudo isso não passou de uma
invenção, que serviria de pretexto para Getúlio dar o golpe. O
plano deu certo e no dia 10 de novembro foi instituído o Estado
Novo.
No mesmo dia, Vargas anunciou uma nova Constituição.
Através dela foram dissolvidas as câmaras legislativas, as
garantias individuais foram suspensas e os opositores
passaram a ser perseguidos, Os Estados eram governados por
interventores nomeados por Vargas, os quais, por sua vez,
nomeavam os prefeitos municipais. A nova constituição
afirmou o caráter ditatorial do novo governo, ela concedia
muito poder ao governo federal e limitava os demais.
Essa constituição foi inspirada nas constituições fascistas
da Itália e da Polônia, a Carta de 1937 acabou com a autonomia
dos estados e garantiu a Getúlio um governo extremamente
autoritário. Os partidos foram todos dissolvidos e a imprensa
passou a ser censurada. Somente a legislação trabalhista foi
mantida.
Economia
No âmbito econômico, o Estado Novo conseguiu promover
a industrialização do país. Devido ao seu caráter nacionalista,
foi suspendido o pagamento da dívida externa, entretanto, as
negociação fitas para atrair capital foram mantidas. Essa
política teve como elemento principal a intervenção do Estado
em todas as atividades econômicas. O processo de
industrialização foi favorecido pela Segunda Guerra Mundial,
quando as dificuldades de importações estimularam a
produção interna de bens industrializados. As principais
empresas criadas nesse período foram: Companhia
Siderúrgica Nacional (1941), Companhia Vale do Rio Doce
(1942), Companhia nacional de Álcalis (1943), Companhia
Hidroelétrica do São Francisco (1945), Fábrica Nacional de
Motores (1943).
Direitos Trabalhistas
Durante seu governo, diversas leis trabalhistas foram
criadas, a maioria ainda está em vigor no Brasil. Umas das
medidas mais importantes foi a criação do salário mínimo, que
garantia ao trabalhador o dinheiro necessário para cobrir suas
despesas básicas, como alimentação, habitação higiene,
transporte e vestuário. Essa lei instituída em meio as
festividades do dia Primeiro de Maio de 1940.
Em 1943, foi criado um documento que estabelecia regras
como, horário de trabalho, férias, descanso remunerado,
pagamento de aviso prévio, jornada de oito horas, entre
outros. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), deveria
reger as relações empregado-patrão.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 19
Fim da Ditadura Vargas.
Com o início da Segunda Guerra Mundial o Brasil tentou se
manter neutro para que as relações comerciais se
mantivessem com ambos os lados. Contudo, sem ter pra onde
correr, o país entra na guerra, em 1942 ao lado dos Aliados.
Por essa atitude, os opositores começaram a criticar a sua
contradição, já que os Aliados lutavam contra a ditadura
nazista e fascista. Em 1944 foram mandados 25.000 soldados
da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália,
marcando a participação do Brasil no conflito.
Após 1944, alguns nomes apoiaram e contribuíram para
que Vargas conseguisse se manter no poder, como Oswaldo
Aranha, ministro das Relações Exteriores. Contudo, vários
movimentos oposicionistas surgiram, como os estudantes, que
por meio da União Nacional dos Estudantes (ENE), passou a
fazer diversos protestos, pedindo a sida de Getúlio.
Em meio a pressão, foram convocadas novas eleições,
assim que as eleições foram marcadas, novos partidos foram
criados, como o PTB e o PSD. Na tentativa de permanecer no
poder, foi articulado o movimento queremista, com o slogan
“Nós queremos Getúlio”. No entanto esse movimento teve
repercussão negativa entre os liberais. Temendo um novo
golpe, os oposicionistas articularam um golpe, depondo
Getúlio Vargas. Era o fim da Era Vargas, mas não o fim de
Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo
voto popular.
As Constituições Republicanas
As Constituições Brasileiras3
Ao estudarmos as constituições que o Brasil já teve, e suas
principais emendas, fazemos uma importante revisão sobre
conteúdos de nossa história. Os contextos econômicos, sociais
e políticos do Brasil de cada época, desde a independência até
os dias atuais, estão refletidos nas linhas mestras de nossas
cartas magnas.
Precisamos lembrar que nossas constituições são apenas
textos. Se serão meras utopias ou se servirão de indicativos
para a conquista de direitos e, consequentemente, para a
construção de uma sociedade mais justa e digna vai depender
de nossa participação enquanto homens e mulheres em busca
de uma verdadeira cidadania.
1824
- Nome do país – Império do Brasi.
- Outorgada (tornada pública) pelo imperador D. Pedro I.
- Estado centralizado / Monarquia hereditária e
constitucional.
- Quatro poderes (Executivo / Legislativo / Judiciário /
Moderador (exercido pelo imperador).
- Fortaleceu o poder pessoal do imperador com a criação
do quarto poder (moderador), que permitia ao soberano
intervir, com funções fiscalizadoras, em assuntos próprios dos
poderes Legislativo e Judiciário.
- Províncias passam a ser governadas por presidentes
nomeados pelo imperador.
- O mandato dos senadores era vitalício.
3 Adaptado. Fonte:
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2771/1/CONSTITUICOESBRASILEIRAS-
DE-1824-A-1988/Paacutegina1.html
- Estabeleceu eleições indiretas e censitárias (homens
livres, proprietários e condicionados ao seu nível de renda).
- Estado confessional (ligado à Igreja – catolicismo como
religião oficial).
- Modelo externo – monarquias europeias restauradas
(após o Congresso de Viena).
1891
- Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
- Promulgada pelo Congresso Constitucional, elegeu
indiretamente para a Presidência da República o marechal
Deodoro da Fonseca.
- Três poderes (extinto o poder moderador).
- Estabeleceu o voto universal, não-obrigatório e nãosecreto;
ficavam excluídos das eleições os menores de 21 anos,
as mulheres, os analfabetos, os soldados e os religiosos.
- Instituiu o presidencialismo, eleições diretas para a
Câmara e o Senado e mandato presidencial de quatro anos.
- Estado Laico (separado da Igreja).
- Modelo externo – constituição norte-americana
1934
- Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
- Promulgada pela Assembleia Constituinte no primeiro
governo de Getúlio Vargas.
- Instituiu a obrigatoriedade do voto e tornou-o secreto;
ampliou o direito de voto para mulheres e cidadãos de no
mínimo 18 anos de idade. Continuaram fora do jogo
democrático os analfabetos, os soldados e os religiosos. Para
dar maior confiabilidade aos pleitos, foi criada a Justiça
Eleitoral.
- Instituiu o salário mínimo, a jornada de trabalho de oito
horas, o repouso semanal e as férias anuais remunerados e a
indenização por dispensa sem justa causa. Sindicatos e
associações profissionais passaram a ser reconhecidos, com o
direito de funcionar autonomamente.
1937
- Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
- Outorgada (concedida) no governo Getúlio Vargas.
- Inspiração fascista – regime ditatorial, perseguição e
opositores, intervenção do estado na economia.
- Suprimiu a liberdade partidária e extinguiu a
independência dos poderes e a autonomia federativa.
Governadores e prefeitos passaram a ser nomeados pelo
presidente, cuja eleição também seria indireta. Vargas, porém,
permaneceu no poder, sem aprovação de sua continuidade, até
1945.
- Instituiu o regime ditatorial do Estado Novo: a pena de
morte, a suspensão de imunidades parlamentares, a prisão e o
exílio de opositores.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conhecimentos Gerais 20
- Mandato presidencial prorrogado até a realização de um
plebiscito (que nunca foi realizado).
- Modelo externo – Ditaduras fascistas (ex., Itália, Polônia,
Alemanha).
1946
- Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
- Promulgada no governo de Eurico Gaspar Dutra, após o
período do Estado Novo, restabeleceu os direitos individuais e
extinguiu a censura e a pena de morte.
- Instituiu eleições diretas para presidente da República,
com mandato de cinco anos.
- Ampla autonomia político-administrativa para estados e
municípios.
- Retomou a independência dos três poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) e a autonomia dos estados e
municípios.
- Defesa da propriedade privada (e do latifúndio).
- Restabeleceu o direito de greve e o direito à estabilidade
de emprego após 10 anos de serviço.
- Garantia liberdade de opinião e de expressão.
- Contraditória na medida em que conciliava resquícios do
autoritarismo anterior (intervenção do Estado nas relações
patrão x empregado) com medidas liberais (favorecimento ao
empresariado).
- Retomou o direito de voto obrigatório e universal, sendo
excluídos os menores de 18 anos, os analfabetos, os soldados
e os religiosos.
- Retomada do pleno estado de direito democrático após o
período militar.
- Ampliação e fortalecimento das garantias dos direitos
individuais e das liberdades públicas.
- Retomada do regime representativo, presidencialista e
federativo.
- Destaque para a defesa do meio ambiente e do patrimônio
cultural da nação.
- Garantia do direito de voto aos analfabetos e aos maiores
de 16 anos (opcional) em eleições livres e diretas, para todos
os níveis, com voto universal, secreto e obrigatório.
Reformas Constitucionais
1961
Adoção do parlamentarismo.
Foi aprovada na Câmara dos Deputados, em primeira
discussão, por 234 votos contra 59, e, em segunda discussão,
por 233 votos contra 55, a ementa constitucional que instituiu
um regime parlamentar no Brasil semelhante ao vigente na
República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), cujos
dispositivos visavam impedir a queda sucessiva de gabinetes e
limitar a casos muito específicos o poder do Presidente da
República de dissolver a Câmara dos Deputados.
1963
Volta ao presidencialismo.
Cerca de 80% dos eleitores votaram pelo restabelecimento
do presidencialismo. O plebiscito foi convocado pelo
presidente João Goulart (Jango) para decidir sobre a
manutenção ou não do sistema parlamentarista, em vigor
desde a renúncia de Jânio Quadros, em 1961. A partir da vitória
no plebiscito, João Goulart passou a governar o país com todos
os poderes constitucionais.
1964-1967
Com o golpe de Estado e até 1967, são decretados quatro
atos institucionais que permitem ao governo legislar sobre
qualquer assunto. É instituída, entre outras coisas, a Lei de
Greve e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);
decretam-se o fim da estabilidade no emprego, as eleições
indiretas para presidente da República e governadores de
estados. O Poder Judiciário torna-se mais dependente do
Executivo. São extintos os partidos políticos e é criado o
bipartidarismo.
1967
- Nome do país – República Federativa do Brasil.
- Documento promulgado (foi aprovado por um Congresso
Nacional mutilado pelas cassações).
- Uma Carta constitucional institucionaliza o regime militar
de 1964.
- Mantêm-se os atos institucionais promulgados entre
1964 e 1967.
- Fica restringida a autonomia dos estados.
O presidente da República pode expedir decretos-leis
sobre segurança nacional e assuntos financeiros sem submetêlos
previamente à apreciação do Congresso. As eleições
presidenciais permanecem indiretas, com voto descoberto.
1968
Ato Institucional nº5
Suspensão da Constituição.
Poderes absolutos do presidente: fechar o Congresso,
legislar sem impedimento, reabrir cassações, demissões e
demais punições sumárias, sem possibilidade de apreciação
judicial.
1969
Nova emenda constitucional, que passou a ser chamada de
Constituição de 1969. Foi promulgado pelo general Emílio
Garrastazu Médici (escolhido para presidente da República
por oficiais de altas patentes das três Armas e com ratificação
pelo Congresso Nacional, convocado somente para aceitar as
decisões do Alto Comando militar).
Incorporou o Ato Institucional nº5.
Mandava punir a todos que ofendessem a Lei de Segurança
Nacional. Extinguiu a inviolabilidade dos mandatos dos
parlamentares e instituiu a censura aos seus
pronunciamentos. Suspendeu a eleição direta para
governadores, marcada para o ano seguinte.
1979
Reforma da Constituição de 1969, em que é revogado o AI-
5 e outros atos que conflitavam com o texto constitucional.
Quanto às medidas de emergência, o presidente poderia
determiná-las, dependendo apenas da consulta a um conselho
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