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O ILUMINISMO E A MODERNIDADE
Em meio às inúmeras transformações que ocorriam na Europa no século XVIII, notava-se um
prodigioso processo de desenvolvimento científico e cultural, jamais vivenciado pelo mundo. Um período
marcado por inúmeras revoluções, como a Revolução Industrial, a Independência dos EUA e a Revolução
Francesa figurava como o ápice de um longo processo de amadurecimento e prenunciava as feições do
mundo contemporâneo.
Calcado na crítica ao regime absolutista e na valorização da racionalidade humana, o Iluminismo
representou o ponto mais alto da revolução intelectual vivenciada no século XVIII, marcando
profundamente a história do pensamento humano com elementos que perduram até os dias atuais. Cerca
de três séculos depois de tamanha revolução, torna-se crucial saber que rumos tomaram as idéias
iluministas e como dialogam com a nossa concepção de mundo atual.
OS CONTORNOS DA MODERNIDADE
O termo modernidade relaciona-se com um arcabouço de idéias advindas dos ideais iluministas e,
em grande parte, consolidadas através da Revolução Industrial e do modelo capitalista de produção.
Compreende o processo de racionalização que une o conhecimento patrocinado pelas ciências ao
progresso humano e social ligado ao surgimento de novas concepções éticas e morais no mundo.
A Modernidade, portanto, não se confunde com a Idade Moderna, divisão temporal que marcou a
história do ocidente, compreendida entre os séculos XV e XVIII, para alguns, mais precisamente entre os
anos de 1453 e 1789. Tomar indistintamente as duas expressões seria isolar a Modernidade no tempo,
sem mensurar a sua real repercussão nos fenômenos históricos e sociais do nosso tempo.
O IDEAL DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO
Acompanhando a revolução intelectual iluminista, alguns filósofos franceses, com destaque para
Denis Diderot e Jean d’Alembert, desenvolveram a chamada Enciclopédia como forma de reunir e
difundir todo o conhecimento doutrinário produzido na época, contando com mais de 300 colaboradores.
Principalmente com as idéias de d’Alembert, defendia-se a difusão dos novos conhecimentos entre as
pessoas mais humildes.
Considerando-se o estágio de globalização mundial e os avanços tecnológicos do mundo atual,
trazendo recursos como a internet e outros meios de difusão em massa do conhecimento, seria possível
associar a era atual do conhecimento com o ideal trazido pelo Iluminismo. No entanto, mesmo com as
semelhanças, o potencial difusor do conhecimento não garante a distribuição igualitária do conhecimento.
Mesmo com todo o aparato necessário, o mundo ainda sofre com os números do analfabetismo e da
exclusão social.
A CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA
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De acordo com as idéias do Iluminismo, a razão seria o único caminho para o alcance do
conhecimento, excluindo-se o saber baseado na tradição e na autoridade. Uma das bases do pensamento
iluminista advém das idéias de René Descartes com o pensamento cartesiano. Além do pensamento
racionalista, o filósofo também contribuiu com a construção da concepção mecanicista do universo,
posteriormente reforçada pelas idéias de John Locke e pelos estudos de Isaac Newton, que trouxeram a
idéia de leis físicas invariáveis que regeriam o universo. Perdurando por mais de 300 anos no pensamento
científico, esta noção mecanicista do funcionamento do universo permaneceu e ainda permanece
entranhada no nosso modo de perceber a realidade. Até o início do século XX esta concepção apoiou a
produção científica do mundo.
Foi durante o Iluminismo que se estabeleceram as bases do pensamento científico. No entanto, os
novos paradigmas do conhecimento, baseados em estudos como os da Física Quântica, vão de encontro à
noção causalista dos acontecimentos, desconstruindo a própria noção de tempo como algo linear, por
tanto tempo aceita como absoluta. Atualmente, a ciência é vista uma das formas de se interpretar o
mundo, não mais como a única possível.
A ECONOMIA LIBERAL
Contestando a concepção econômica posta pelas bases mercantilistas, os economistas do
Iluminismo introduziram a noção de liberalismo econômico, segundo o qual a economia seria regida por
suas próprias leis naturais, sem que houvesse necessidade de intervenção do Estado.Esta visão produziu
uma influência muito significativa sobre a Revolução Industrial e as doutrinas econômicas do século XIX.
Com o decorrer dos tempos, o liberalismo ganhou novas feições. O declínio da concepção
liberalista clássica foi acentuado por fatos históricos como a quebra na bolsa de valores de Nova Iorque
na crise de 1929, a partir dos quais fortaleceram-se as idéias de intervenção do Estado na economia. É o
caso do neoliberalismo, que bebe das fontes do liberalismo iluminista, mas com novos contornos calcados
na intervenção do Estado no domínio econômico como forma de afastar possíveis desequilíbrios.
A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Os fundamentos iluministas influenciaram diretamente o processo histórico de reconhecimento dos
direitos humanos. As idéias de John Locke foram quase inteiramente reproduzidas na declaração da
Independência Norte Americana e na declaração de direitos dos revolucionários franceses em 1789 e
ainda na Declaração Universal dos Direitos do Homem elaborada pela Organização das Nações Unidas,
mais de duzentos e cinqüenta anos depois, em 1948.
PROGRESSO E DESENVOLVIMENTO
Após a Revolução Industrial, evidenciou-se uma concepção de progresso intrinsecamente
relacionada com o desenvolvimento econômico, em que o crescimento de um país era associado à
implantação do maquinário industrial para a obtenção do melhor rendimento econômico com base no
aproveitamento dos recursos e matérias-primas disponíveis.
As severas conseqüências trazidas pela implementação desta visão, principalmente no tocante ao
meio ambiente, trouxeram a necessidade de reconstruir o próprio conceito de progresso e
desenvolvimento para o alcance de um ideal que abarcasse outros aspectos de uma nação. A concepção
atual de desenvolvimento é pluridimensional, que engloba os aspectos econômico, pessoal e ambiental do
progresso, analisando-os de maneira integrada. Os diálogos e tratados internacionais apontam para
necessidade de adaptação dos países à esta concepção na busca do desenvolvimento sustentável.
Mesmo representando um grande passo rumo ao progresso humano, o impulso iluminista não foi
capaz de sanar guerras e conflitos entre os povos. A modernidade figura como um período marcado a
fundo por inúmeras contradições.
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Trata-se de um momento carregado de ambigüidades, em que coexistem e influenciam-se
mutuamente movimentos de guerra e de paz, de preservação e destruição do meio ambiente. Ao mesmo
tempo que se processam mudanças significativas na garantia de direitos e no crescimento do ser humano,
inúmeras novas questões e acontecimentos apontam para a necessidade de um novo olhar sobre mundo.
TEXTOS RELACIONADOS:
· O ILUMINISMO
· O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
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O ILUMINISMO
Publicada em 15/10/2007
Por volta do século XVIII, o mundo vivenciou uma série de revoluções de caráter burguês
decisivas para a consolidação do Sistema Capitalista, foi a chamada Era das Revoluções, na qual o
Iluminismo figurou como uma das revoluções mais importantes, influenciando diversos movimentos
posteriores, como a Independência dos EUA e a Inconfidência Mineira no Brasil.
O movimento burguês Iluminista teve início no século XVII, na França, a partir do choque de
interesses entre a Burguesia e o Sistema Absolutista (a participação política da burguesia era limitada e o
Rei ainda interferia na economia mercantilista). Para derrotar o poder absoluto do rei, a luta deveria ser
ideológica, pois este se encontrava embasado numa idéia fortemente enraizada na mentalidade da época: a
idéia do direito divino.
É importante perceber como a abertura científica, trazida pelo Renascimento Cultural, preparou
o terreno para o surgimento do Iluminismo. A Reforma Protestante também influenciou no mesmo
sentido, pois abalou a autoridade da Igreja Católica. O humanismo renascentista, pondo em xeque a visão
teocêntrica do mundo, estimulava o pensamento crítico e a especulação filosófica sobre as leis do mundo.
A Revolução Científica, trazida pelas inovações teóricas de Galileu e Isaac Newton, e
principalmente o pensamento racionalista trazido por René Descartes, forneceram a fundamentação
ideológica necessária para combater o Absolutismo. O pensamento cartesiano questionava as fontes
convencionais do conhecimento, valorizando a razão e o livre-arbítrio do homem.
O SÉCULO DAS LUZES E SEUS PENSADORES
A França do século XVIII presenciou o apogeu das idéias iluministas, difundidas aprofundadas
inicialmente com o apoio da própria monarquia. Era um marco da iluminação racional sobre os
sedimentos medievais. Nem todos os filósofos criavam teorias pensando em beneficiar a burguesia, mas
suas idéias caíam como uma luva para o propósito burguês. Diversos pensadores contribuíram para este
esclarecimento:
Voltaire: Um dos mais importantes pensadores franceses, defendia que a forma de governo ideal deveria
respeitar as liberdades individuais. Era contra o absolutismo, mas entendia ser possível o regime
monárquico, desde que ele fosse aberto aso direitos e interesses da classe burguesa. Também criticava
veementemente os privilégios da nobreza e da Igreja. Ajudou a difundir idéias de outros pensadores,
como o inglês John Locke.
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John Locke: Sustentava que o governo passava a existir a partir de uma delegação de poder pelos
governados, portanto, o bem-estar e a felicidade da população deveriam ser prioridades. A liberdade
política de escolha do povo deveria ser suficiente para retirar do governo o soberano que não cumprisse o
seu dever. Foi o idealizador da primeira forma de governo burguês: a Monarquia Parlamentar, em que,
mesmo havendo um rei, que governa é o Primeiro Ministro, eleito pelo Parlamento (composto por
membros escolhidos pelo povo).
O primeiro país a adotar esse modelo foi a Inglaterra, após a Revolução Gloriosa (1688/ 1689),
caracterizada por um “acordo” entre a nobreza e a fortíssima burguesia, que visava o domínio político. A
burguesia assumiria o poder sem maiores problemas, desde que conservasse o prestígio e as regalias da
classe nobre.
Montesquieu: Sua obra principal foi “O Espírito das Leis”, que prezava a concepção das leis como
fruto da realidade social e histórica vivida, e não da vontade pessoal do governante. A partir da idéia de
que todo indivíduo que alcança o poder tende a abusar dele, concebeu um dos legados mais importantes
para as futuras gerações: a idéia de tripartição dos poderes em Executivo, legislativo e Judiciário, que se
fiscalizariam entre si. Era uma afronta direta ao Absolutismo.
Jean-Jacques Rousseau: Um dos mais radicais autores iluministas, defendia que a pobreza era originada
pela própria forma de organização do homem, como o poder despótico e sua aceitação passiva. O homem
seria bom por natureza e a sociedade civilizada é que traria o mal; a idéia de propriedade seria a grande
causadora das desigualdades. Destacou-se pela concepção do “Contrato Social”, segundo o qual, o poder
emana do povo e deve ser utilizado em prol deste. Tratava-se da Democracia Representativa, segundo a
qual, o interesse individual não poderia nunca superar o interesse geral nacional. O contrato ainda traria a
idéia de renovação periódica do governo, com base nas eleições.
Adam Smith: Em sua principal obra “A Riqueza das Nações”, condenava as práticas mercantilistas,
pois o controle do Estado dificultaria a própria expansão do comércio, que possuiria suas próprias regras
auto-reguladoras. O trabalho seria a o caminho para o progresso e a riqueza de uma nação. Influenciado
pela industrialização inglesa, ainda incorporou a noção de divisão do trabalho como um caminho de
melhorar a qualidade da produção.
Denis Diderot e Jean d’Alembert: Foram os principais incentivadores da Enciclopédia, o veículo mais
importante de difusão das idéias iluministas, reunindo em uma só obra todos os conhecimentos filosóficos
e científicos da época em linguagem acessível à população.
A REAÇÃO ABSOLUTISTA
Os monarcas combateram intensamente os movimentos iluministas, mas não foram capazes de
contê-los, sobretudo porque as idéias eram muito populares. Diversas monarquias, ao notar que não
teriam força para combater a ideologia burguesa, resolveram se unir a ela, iniciando o chamado
Despotismo Esclarecido, responsável pela manutenção de monarquias como Portugal, Espanha, Russia,
etc., pois se tratava de uma adequação mais flexível que permitia a participação burguesa.
OS PROBLEMAS DO TRANSPORTE NO BRASIL
10/09/2008
A evolução das relações de troca, bem como a intensificação do fluxo de pessoas entre as diversas
regiões do globo geraram a necessidade de modernização e de ampliação das malhas ferroviária,
rodoviária, dos portos e aeroportos e da rede de transporte urbano ao redor do mundo. Esta revolução foi
marcada pelo aumento da velocidade, da segurança e da capacidade de transporte de cargas e pessoas e
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também revelou as intrínsecas relações entre planejamento e infra-estrutura de transporte e o bem-estar
econômico e social.
No Brasil, o setor de transportes desempenhou um papel importante no crescimento econômico,
na expansão das fronteiras urbanas e na integração nacional do território, mas atualmente apresenta sérios
problemas relacionados ao desenvolvimento do país. O transporte, dentro e um modelo capitalista, pode
ser tomado como uma das condições de produção, cuja eficiência reflete em melhorias nas diversas áreas
da sociedade e da economia.
UMA MATRIZ DESEQUILIBRADA
No sistema de transportes brasileiro, da segunda metade do século XIX até a década de 30 do
século XX predominaram os meios hidroviários e ferroviários. Até a década de 40, em decorrência do
desenvolvimento do complexo agroexportador do café, o transporte rodoviário cresceu
consideravelmente. Este crescimento foi intensificado com os acordos e condições de implantação da
indústria automobilística brasileira na década de 1950, o que definiu a base da matriz de transporte do
país como sendo de maioria rodoviária.
Rodovias são o meio mais indicado para ligar pontos próximos, em virtude dos elevados custos de
construção e manutenção das estradas. Com as ferrovias, o investimento inicial de implantação é alto,
mas é compensado pela sua maior capacidade de transporte de cargas. Estas são indicadas para o
transporte de grandes quantidades de mercadorias por distâncias médias. As hidrovias trazem a vantagem
da possibilidade de transporte de milhares de toneladas de um produto por longas distâncias. Para países
de dimensões continentais como o Brasil, o ideal seria uma matriz com 1/3 para cada meio de transporte,
mas a proporção atual é de 58% de rodovias contra 25% de ferrovias e apenas 13% de hidrovias.
Trata-se de um dos poucos países de grande extensão territorial em que predomina o transporte
rodoviário, que, além de apresentar a desvantagem da restrita capacidade de transporte, se comparado ao
hidroviário e ao ferroviário, possui um maior consumo proporcional de combustível. Isso acarreta grande
dependência do petróleo, matriz energética associada a inúmeros problemas ambientais. Além das
ferrovias e hidrovias, uma pequena parcela dos produtos transportados no país fica por conta do
transporte aéreo e por meio de dutos (gás e petróleo).
O perfil geográfico do Brasil revela um enorme potencial hidroviário, com cerca de 43 mil
quilômetros de rios, dos quais 28% são navegáveis e outros 15 % poderiam também ser aproveitados com
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alguns investimentos. Atualmente, as hidrovias instaladas somam apenas 10 mil quilômetros, o que
reflete os danos da opção histórica pelas rodovias.
O CAOS DO TRANSPORTE URBANO
Uma das faces da deficiência do transporte do país é malha urbana, responsável pelo
deslocamento diário de pessoas, sobretudo nas regiões metropolitanas. Os inúmeros problemas
enfrentados com o transporte estão intimamente relacionados à falta de planejamento estratégico das
cidades em face do intenso crescimento da população urbana do país nas últimas décadas. Há muito
tempo o trânsito nas metrópoles brasileiras enfrenta cotidianamente engarrafamentos quilométricos, a
exemplo do que ocorre com a cidade de São Paulo, cujo problema ainda é agravado pela intersecção da
cidade com um dos maiores entroncamentos rodoviários do país.
No Brasil, a maior parcela do transporte urbano de pessoas é realizada através dos ônibus
coletivos: uma frota de cerca de 95 mil ônibus atende cerca de 59 milhões de passageiros todos os dias.
No entanto, é crescente o uso do transporte individual, que, em algumas cidades, chega a superar o de
veículos coletivos. Este crescimento está associado ao próprio modelo econômico adotado, que estimula a
aquisição de carros atrelando-a à idéia de status social, e à precariedade dos transportes públicos
disponíveis.
Os investimentos na implantação das linhas de metrô, uma possível solução para o transporte nas
grandes cidades, são bastante dispendiosos, tanto na implantação, quanto na manutenção e, na maioria das
cidades, envolve o remanejamento de boa parte do fluxo de trânsito. A população menos abastada, que
sequer desfruta da alternativa de utilização dos veículos individuais, além de sofrer com a péssima
qualidade e distribuição do transporte urbano, em muitas cidades, ainda enfrenta as dificuldades em
custear as tarifas cobradas pelo serviço que devem atender às finalidades empresariais envolvidas na sua
gestão.
OBSTÁCULO AO CRESCIMENTO ECONÔMICO?
O desequilíbrio da matriz brasileira de transportes acarreta altíssimos custos de circulação da
mercadoria, que repercutem tanto nas exportações, interferindo na competitividade do produto nacional
no exterior, quanto no preço final do produto dentro do país. Esta última conseqüência acarreta a
diminuição do consumo e, por tabela, a retração da economia.
Além dos altos custos, a malha rodoviária apresenta problemas relacionados à própria estrutura:
segundo dados de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em 2006,
78% das rodovias brasileiras são classificadas como péssimas, ruins ou deficientes. As rodovias de
melhor qualidade são as que foram submetidas à exploração de concessionárias. Os trechos explorados
por consórcios privados já somam cerca de 10 mil quilômetros de rodovias.
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) implantado no país com o objetivo de
melhorias estruturais capazes de dar suporte ao crescimento econômico, pressupõe modificações nos
diversos setores sociais. Uma parte dos investimentos, suficiente para tornar razoável o estado das
rodovias do país, foi prevista pelo PAC para que seja aplicada até o ano de 2009.
Qualquer meta de crescimento nacional está atrelada a uma maior necessidade de escoamento de
mercadorias, a exemplo do crescimento nos setores agrícolas, e a um fluxo mais intenso de pessoas, o que
torna de fundamental importância os investimentos nas melhorias das matrizes de transporte do país.
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· A INFLAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO
A FALTA DE ÁGUA NO MUNDO
A escassez da água é uma questão cada vez mais preocupante em todo mundo. O esgotamento dos
recursos hídricos tornou-se realidade em algumas regiões do planeta, de modo que muitos países já
sofrem extremamente com o problema. Estima-se que 18% da população mundial não tenham água
disponível para suprir suas necessidades, e em 2050, as estimativas são ainda mais catastróficas: caso a
situação atual não se altere, três quartos dos habitantes da Terra não terão acesso a este recurso essencial à
vida.
Embora vivamos num planeta abastado deste líquido precioso, 97,5% dele encontra-se nos mares
e oceanos. A água doce só representa apenas 2,5%, e deste percentual, apenas 22% podem ser
diretamente aproveitados, através de rios, lagos e aqüíferos subterrâneos. O restante está acumulado nas
geleiras e montanhas.
Conforme a sua dinâmica natural, mesmo esta pequena parcela de água consumível não deveria se
esgotar, uma vez que, através do seu ciclo, segue em contínua renovação. Acontece que a ação humana
vem degradando-a através da poluição ambiental, do mau uso e do desperdício, o que acaba sendo
acentuado pelo crescimento demográfico e, por conseqüência, pelo aumento do consumo.
O ESTRESSE HÍDRICO
A questão da falta de água não se dá somente em conseqüência da ação antrópica. A distribuição
deste recurso não ocorre de maneira igual em todas as regiões da Terra. Geograficamente, certos países
possuem muito mais água do que outros. Enquanto o Canadá e o Brasil, por exemplo, detêm enorme
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capacidade hídrica, países do norte da África, do Oriente Médio e a China enfrentam problemas graves
com a carência de água.
Quando a questão geográfica une-se à falta de chuvas e a problemas sociais e econômicos, como pobreza
e alto crescimento populacional, regiões vivenciam o chamado “estresse hídrico”. É o caso da África
Subssariana, região que, mesmo com potencial hídrico “razoável”, não apresenta infra-estrutura e
gerenciamento eficazes para o aproveitamento da água, não proporcionando saneamento básico aos
habitantes. Tudo isso acaba por acarretar um dos piores quadros de escassez de água no planeta. Em casos
extremos, prevê-se que um africano sobreviva com 10 litros de água por dia, ao passo em que um
canadense dispõe de 600 litros diários.
Coisa semelhante já ocorre com a China e pode acentuar-se nas próximas décadas. A enorme população e
o crescimento econômico e industrial, que geram a poluição dos recursos hídricos com o lixo urbano,
esgotos, resíduos industriais e etc. já causam a falta de água em 50% das cidades chinesas.
CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DA ESCASSEZ
Sem dúvida, a má utilização da água e a poluição são os grandes responsáveis por esse problema,
sendo possível destacar a parcela de culpa da agropecuária e da atividade industrial. Em torno de 65% da
água do planeta é consumida pela agropecuária, a qual ainda não possui técnicas econômicas e eficientes
de aproveitar a água, embora venha evoluindo neste aspecto. Para se ter uma idéia, cada quilo de carne
produzido exige uma quantidade média de 15 mil litros de água; 1 quilo de trigo, cerca de 1,5 mil litros. A
indústria consome cerca de 24% da água do planeta, além de poluir lagos e rios, causando também perda
de biodiversidade.
Outras causas relevantes têm ligação com a falta de consciência global, o que ocasiona
desperdício; e com a falta de estrutura no transporte de água dos reservatórios para as cidades, o que
ocasiona vazamentos e perdas.
As conseqüências são realmente alarmantes. A carência de água prejudica a produção de
alimentos, a economia em geral, e provoca um alto índice de mortes por sede e por doenças. Na falta de
saneamento básico, estima-se que em torno de 2,2 milhões morram por ano em decorrência de doenças
como malária, diarréia e cólera, causadas pelo consumo de água contaminada.
Logicamente, dado o tamanho do problema da escassez, muitos conflitos foram e ainda são
gerados pela posse de reservas de água. Neste sentido, podem ser citadas as guerras que ocorrem no
Oriente Médio, como a que se dá entre palestinos e israelenses, que lutam pelos lençóis da Cisjordânia.
As previsões elucidam a possibilidade de uma crise geral de água no planeta nas próximas
décadas. O crescimento populacional, a industrialização, e a urbanização das cidades são fatores que
evidenciam um aumento significativo no consumo de água. Acredita-se, todavia, que o problema atual
relaciona-se muito mais ao gerenciamento e distribuição da água, do que à própria escassez. Se quisermos
propiciar um planeta que reúna condições de sobrevivência às próximas gerações, é necessário que
busquemos a conservação dos bens naturais, baseada na perspectiva sustentável e até nas pequenas
medidas individuais.
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· GOTA D'ÁGUA
· POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
· O RIO SÃO FRANCISCO E A TRANSPOSIÇÃO
GOTA D'ÁGUA
Você já imaginou uma 3ª Guerra Mundial, povos se enfrentando por causa de água? Parece estranho, mas
é uma previsão feita por estudiosos que acreditam que em breve a água será a principal causa dos
conflitos entre nações. No Oriente Médio e na África já há sinais de tensão neste sentido.
No Brasil, onde se encontra 12% da água doce superficial do mundo, a distribuição desigual e o mau uso
deste recurso, fazem dela um bem precioso. Na última década, a quantidade de água distribuída aos
brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%) e o
desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos.
A principal ameaça às reservas de água doce do planeta, segundo considera a Organização das Nações
Unidas (ONU), é a falta de saneamento básico e o uso inadequado da água na agricultura.
Para resolver este problema, no início de 2006, o Ministério do Meio Ambiente apresentou à sociedade o
Plano de Águas do Brasil, chamado de Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que define metas
para o destino da água no Brasil até 2020.
O PNRH se propõe a reduzir as disparidades regionais e a potencializar as oportunidades de
desenvolvimento no País, que abriga em torno de 12% da reserva de água potável do planeta.
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O Brasil é um dos primeiros países a concluir seu “plano de gestão de águas”, recomendação da
Organização das Nações Unidas na agenda da Cúpula de Joanesburgo para o Desenvolvimento
Sustentável (Rio + 10) e das Metas do Milênio.
Embora privilegiado em suas condições hídricas, o Brasil apresenta situações de extremo contraste entre
suas populações, como a da escassez de água no Semi-Árido e de abundância na região Amazônica.
Para entender um pouco sobre o quadro mundial da água, o REVISÃO ENEM faz um balanço deste ouro
do planeta: a água.
SITUAÇÃO MUNDIAL (Fonte: ipcdigital.com.br)
ı Em 2025, cerca de 3 bilhões de pessoas viverão em países com conflito por falta de água.
ı Apenas 1% da água da Terra pode ser utilizada para o uso e consumo humano. Desde 1950 o uso
da água triplicou no mundo.
ı A água potável salva mais vidas que todas as instituições médicas do mundo: segundo a ONU, a
água contaminada causa 80% das doenças do planeta.
ÁFRICA
ı Conta somente com 9% dos recursos mundiais de água potável.
ı No continente negro os desastres naturais mais graves são as secas, inundações e desertização
devido a má distribuição do recurso.
ı Na última década, a África sofreu um terço das catástrofes mundiais causadas pela água ou pela sua
carência, que afetaram 135 milhões de pessoas.
ı A questão mais complexa para o continente é como solucionar os problemas de pobreza e acesso à
água. Quase 230 milhões de africanos sofrerão pela escassez de água em 2025.
AMÉRICA LATINA
ı É uma região muito rica em recursos hídricos.
ı Pelas bacias do Amazonas, Orinoco, São Francisco, Paraná, Paraguai e Magdalena corre 30% da
água superficial da Terra.
ı Apesar da abundância de recursos hídricos, dois terços da região são zonas áridas e semi-áridas.
Destacam Argentina, Bolívia, o nordeste do Brasil, Chile, o centro e norte do México, Peru.
ı Um quarto da população da América Latina e Caribe vive em regiões onde a demanda de água é
maior do que a capacidade de recuperação deste recurso.
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AMÉRICA DO NORTE
ı Registra a maior cobertura de abastecimento e saneamento de água no mundo.
ı Toda a população conta com água potável e saneamento.
ı Cerca de 49% da água doce dos Estados Unidos é usada para a agricultura. Esse país é o segundo
maior produtor de hidroeletricidade do mundo com 10% a 12% da produção mundial.
ı A contaminação dos rios é a maior preocupação da área. Nos EUA, 120 das 822 espécies de peixes
de água fluvial estão em perigo de extinção.
ORIENTE MÉDIO
ı Cerca de 5% da população mundial vive no Oriente Médio e o norte da África, mas contam com
menos de 1% da água disponível no planeta.
ı Os desafios da região são a falta de água, a perda da qualidade, a defasagem na administração do
recurso e a falta de saneamento.
ı Cerca de 85% da região corresponde a zonas áridas.
ÁSIA-PACÍFICO
ı Cerca de 86% da água consumida na região Ásia-Pacífico é destinada à agricultura, acima da média
mundial de 71% para essa atividade. Outros 8% são para a indústria e apenas 6% para uso doméstico.
ı Um terço da população da região, que representa 58% da mundial, não desfruta de saneamento
básico.
ı China, Índia e Indonésia guardam a metade de toda a água da região.
ı O desafio crescente são os desastres naturais, pois a região concentrou 35% dos desastres naturais
relacionados com a água no período 1990-2001. Entre os mais graves está o causado por um tsunami no
sudeste asiático no dia 26 de dezembro de 2004. Nesse dia morreram mais de 230 mil pessoas nos 12
países afetados, a maioria da Ásia e sudeste da África.
EUROPA
ı Na Europa são consumidos 300 litros por habitante diariamente, duas vezes menos que nos EUA e
Japão, mas 20 vezes mais que na África subsahariana.
ı Existe um problema no sistema de distribuição, pois 40% da água transportada se perde.
ı A costa mediterrânea na Itália, Espanha e Turquia é afetada pela extração excessiva de água para
consumo humano, para o turismo e drenagem.
ı Cerca de 18% da população vive em países com escassez de água, entre eles Espanha, Chipre,
Malta e Itália.
ı O principal desafio na região é melhorar a distribuição do recurso.
NO BRASIL...
ı O Brasil detém 11,6% da água doce superficial do mundo.
ı Os 70 % da água disponível para uso está localizado na Região Amazônica.
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ı Os 30% restantes distribui-se desigualmente pelo País, para atender a 93% da população.
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
15/10/2007
Poluição pode ser entendida como a introdução de qualquer matéria ou energia que venha a alterar
as propriedades físicas ou químicas ou biológicas do meio ambiente. O foco da matéria será direcionado
para a poluição das águas. A atividade antrópica tem destruído os mananciais diminuindo a potabilidade
da água, afetando dessa forma uma grande parcela de indivíduos (humanos ou não) distribuídos pelo
mundo.
Na água há uma imensa variedade de seres vivos. O equilíbrio dos componentes físico-químicos é
essencial para a manutenção da vida aquática. Dentro dessa gama de variadas formas de vida, há
organismos que dependem dela inclusive para completar seu ciclo de vida. Enfim, a água é componente
vital no sistema de sustentação da vida na Terra.
SAÚDE DA ÁGUA:
A água é utilizada nas atividades agrícolas, industriais, abastecimento de cidades e atividades mais
simples feitas no ambiente doméstico. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar
isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu tratamento, desde a retirada
dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade
quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro
(como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose,
poliomielite etc.). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por
resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou
sedimentos vindos da erosão.
INIMIGOS DA ÁGUA:
A atividade agrícola tem como impacto direto a liberação de agrotóxicos utilizados em plantações,
enviando grandes quantidades de resíduos tóxicos para os rios através das chuvas ou pela infiltração dos
lençóis freáticos. Também há a utilização excessiva de adubos, acarretando o aumento de nutrientes do
ambiente, propiciando no aumento da população de microorganismos dependentes da grande carga de
resíduos.
A poluição de águas nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada
para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição
é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir
14
os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão na reivindicação de seus
direitos leva à impunidade às indústrias, que poluem cada vez mais.
MODOS DE POLUIÇÃO:
A poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de
efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição
biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por
deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização.
A eutrofização é o crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto
aderidas, a níveis tais que sejam considerados como causadores de interferências com os usos desejáveis
do corpo d’água. O principal fator de estímulo é um nível excessivo de nutrientes no corpo d’água,
principalmente nitrogênio e fósforo. O processo de eutrofização pode ocorrer também em rios, embora
seja menos frequente, devido às condições ambientais serem mais desfavoráveis para o crescimento de
algas e outras plantas, como turbidez e velocidades elevadas.
O impacto provocado pelo processo já descrito torna-se muito mais rápido se houver ocupação
urbana, pois a produção de esgotos representa um aporte muito grande de nutrientes, juntamente com a
drenagem pluvial. Os efeitos negativos da eutrofização podem ser sentidos por grande parte da população.
Podemos listar alguns problemas relacionados:
ı Problemas estéticos: lagos e lagoas frequentemente sofrem com o crescimento
excessivos da vegetação, distúrbios com odores mal-cheirosos, eventuais problemas com
morte de peixes e com aumento da população de mosquitos.
ı Condições anaeróbias no corpo d’água: O aumento da produtividade do corpo d’água
causa uma elevação da concentração de bactérias heterotróficas, que se alimentam da
matéria orgânica das algas e de outros microrganismos mortos, consumindo oxigênio
dissolvido do meio líquido. No fundo do corpo d’água predominam condições anaeróbias,
devido à sedimentação da matéria orgânica, e à reduzida penetração do oxigênio a estas
profundidades, bem como à ausência de fotossíntese devido à ausência de luz. Esse
processo em médio prazo pode deteriorar a qualidade da água prejudicando o
abastecimento.
ı Maior dificuldade e elevação nos custos de tratamento da água: A presença
excessiva de algas afeta substancialmente o tratamento da água captada no lago ou represa,
devido à necessidade de remoção da própria alga, da cor, de sabor e odor, maior consumo
de produtos químicos e por fim lavagens mais freqüentes dos filtros.
ı Modificações na qualidade e quantidade de peixes de valor comercial
ı Toxicidade das algas. Rejeição da água para abastecimento humano e animal em razão
da presença de secreções tóxicas de certas algas. Esse último evento foi bastante divulgado
nos veículos de comunicação como fenômeno da maré-vermelha (conseqüência da
proliferação das algas).
Recentemente Saubara, Salinas da Margarida, Ilha dos Frades, São Francisco do Conde, Santo
Amaro e outras localidades da Baía de Todos os Santos sofreram com o impacto promovido pela marévermelha.
Várias famílias perderam a principal fonte de sustento dificultando sua sobrevivência no local.
Mais de cinqüenta toneladas de peixes apareceram mortos na baía. Os especialistas investigaram uma
possível contaminação da água. Pesquisadores do Centro de Recursos Ambientais, CRA, pesquisaram se
houve despejo de efluentes químicos por parte de fábricas, criatórios de camarões ou de um gasoduto da
Petrobras próximos da baía. Mas um laudo técnico emitido com auxílio da Universidade Federal da Bahia
divulgou que o fenômeno foi desenvolvido por causas naturais. O resultado das pesquisas foi de encontro
à opinião da população que colocou a culpa pelo evento nas indústrias locais. Os órgãos de fiscalização
precisam ficar mais atentos aos acontecimentos locais, pois o impacto das atividades industriais é lesivo
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demais ao ambiente. Os mananciais precisam ser conservados ao máximo assegurando uma melhor
qualidade de vida à população.
Vinicius Oliveira Casais é professor do curso Central do Vestibular, Colégio Lince e
A ÁGUA NA ATMOSFERA E AS CHUVAS ÁCIDAS
Publicada em 24/04/2008
A presença da água na atmosfera e sua distribuição interferem diretamente nas condições do tempo e na
caracterização do clima de cada região. A maior parte da água do planeta encontra-se em constante
circulação compondo o chamado ciclo hidrológico. Entenda um pouco mais sobre o funcionamento deste
ciclo e como o desequilíbrio causado ao meio ambiente pela ação antrópica pode interferir nele.
O ciclo hidrlógico é formado a partir da evaporação da água dos rios, mares, lagos e lençóis
subterrâneos e da evapotranspiração da água presente nos vegetais. Quando transferida para a atmosfera,
a água se encontra sob a forma de vapor de água que se condensa e retorna à superfície terrestre através
da precipitação, que se dá sob a forma líquida (chuvas) ou sólida (neve e granizo). Ao retornar, a água
percorre diferentes caminhos como infiltração para as reservas subterrâneas, o escoamento na própria
superfície como águas correntes ou acumulando-se sob a forma de lagos, lagoas e oceanos.
Elementos como a radiação solar, a disponibilidade hídrica da região, o tamanho da superfície evaporada
e os ventos são essenciais para a manutenção do ciclo, pois interferem na intensidade da evaporação e da
evapotranspiração.
A UMIDADE ATMOSFÉRICA
É a presença de vapor de água na atmosfera. Pode variar de um momento para o outro e em diferentes
regiões em decorrência dos próprios fatores que condicionam o ciclo hidrológico. Mesmo representando
uma pequena quantidade da massa atmosférica, o vapor de água é extremamente importante, pois:
ı condiciona a condensação e determina a ocorrência ou não de precipitações de acordo com a
sua quantidade;
ı funciona como regulador térmico ao absorver o calor proveniente da radiação solar e da terra.
16
ı Influi no bem estar da população, pois quando a umidade está muito baixa, as mucosas do
corpo humano se ressecam.
A variação da umidade ocorre ainda em função da altitude que, quanto maior for, menor será a presença
de vapor e da latitude, sendo que as regiões equatoriais e as baixas latitudes são em geral mais úmidas.
A chamada umidade absoluta é a quantidade de vapor de água presente na atmosfera em um dado
momento. A atmosfera possui um ponto de saturação, também chamado de ponto de orvalho, que é
atingido quando recebe a quantidade máxima de vapor de água que pode suportar. A relação entre a
umidade absoluta do ar e seu ponto de saturação é a umidade relativa, que é expressa em porcentagem
(Ex.: sendo a umidade absoluta de 10g e o ponto de orvalho de 20g, a umidade relativa será de 50%).
AS PRECIPITAÇÕES ATMOSFÉRICAS
A condensação do vapor de água pode ocorrer junto à superfície terrestre, gerando as precipitações
superficiais, como orvalho, neblina e geadas, ou muito acima da superfície, formando nuvens que irão
desencadear as chamadas precipitações não-superficiais, como chuvas, neve e granizo.
Neblina ou nevoeiro: é uma massa de gotículas de água suspensas no ar, que ocorre próxima á superfície
quando esta se encontra mais fria que o ar, que se condensa ao ceder calor para a terra.
Orvalho: se forma durante a noite com o rápido resfriamento do ar próximo á superfície, que condensa o
vapor proveniente da terra originando gotas de água sobre os objetos e plantas.
Geada: é formada quando a superfície atinge a temperatura de congelamento antes que ocorra a saturação
do ar, o que transforma o vapor numa camada fina de gelo. É muito comum no inverno do sul do Brasil,
onde causa grandes prejuízos à agricultura.
Neve: é o resultado da cristalização do vapor de água no interior ou logo abaixo das nuvens quando a
temperatura encontra-se baixa, daí porque ocorrem geralmente no inverno e nas altas latitudes. É a
precipitação mais comum no domínio polar e o seu acúmulo é responsável pela formação das geleiras da
região.
Granizo: também denominado de “chuva de pedra”, ocorre durante o verão em razão das fortes correntes
convectivas que levam as gotas de água para regiões mais elevadas e mais frias onde ocorre o
congelamento. A precipitação se dá em razão de trovoadas ou nas tempestades, e pode causar inúmeros
prejuízos às cidades e à agricultura.
Chuva: é toda precipitação líquida que ocorre a partir do contato de uma nuvem saturada de vapor de
água com uma camada de ar frio. É a precipitação mais benéfica para o homem e pode ser de três tipos:
1. Convectiva: Origina-se do deslocamento vertical do ar, que se condensa ao entrar em contato com
ar mais frio das camadas superiores. São as chuvas mais fortes (maior torrencialidade) e
geralmente são rápidas e vêm acompanhadas de trovões.
2. Orográfica ou de relevo: Resulta do deslocamento horizontal do ar que se condensa a partir do
choque das massas com o relevo (serras e montanhas). A região situada antes da barreira
orográfica, onde ocorrem as chuvas, é chamada de barlavento. A região que fica depois da
barreira, por ficar privada das chuvas, é geralmente de clima árido ou semi-árido e é chamada de
sotavento.
3. Frontal: Ocorre a partir do encontro de uma massa de ar frio (frente fria) com uma massa de ar
quente (frente quente). São chuvas menos intensas e mais duradouras, sedo benéficas à
agricultura, já que não promovem erosão ou lixiviação (desgaste do solo provocado pela força da
chuva, que produz uma “lavagem”com a retirada de matéria orgânica e sais minerais).
CHUVAS ÁCIDAS
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Toda chuva possui caráter ácido, mas as chamadas chuvas ácidas são as precipitações cujo nível de
acidez é prejudicial ao geossistema. As gotas de água vêm carregadas de ácido nítrico, nitroso e sulfúrico
a partir da presença de elementos como o enxofre na atmosfera, advindo da própria natureza (emissão de
gases pelos vulcões) e principalmente da ação antrópica (lançamento de poluentes pelas indústrias, pela
queima de carvão e pelos veículos).
CHUVA ÁCIDA NATURAL
Em ambientes não-poluídos, o gás carbônico (CO2) presente na atmosfera provém do processo de
respiração de animais e vegetais e da queima de combustíveis fósseis. Esse óxido ácido reage com a água
da chuva (H2O), gerando como produto o ácido carbônico (H2CO3). Esse tipo de chuva ácida é natural,
não sendo, portanto, prejudicial ao ambiente.
CHUVA ÁCIDA DO NITROGÊNIO
Em ambientes com relâmpagos ou com grande quantidade de veículos com motores de explosão, ocorre a
reação entre o nitrogênio (N2) e o oxigênio (O2) que dá origem aos óxidos de nitrogênio, sobretudo ao
NO2. É importante salientar que essa reação é muito difícil de ocorrer, pois para isso é necessária uma
grande quantidade de energia. Tais óxidos de nitrogênio são capazes de reagir com a água da chuva,
deixando-a ácida. Essa chuva implica profundos estragos ao ambiente.
CHUVA ÁCIDA DO ENXOFRE
Em ambientes poluídos, tanto pela atividade industrial, quanto pela queima de combustíveis, ocorre um
outro tipo de chuva ácida devido aos óxidos de enxofre. O dióxido de enxofre (SO2), por exemplo, reage
com o oxigênio atmosférico (O2), gerando o trióxido de enxofre (SO3). Este também reage com a água
da chuva, deixando-a ácida, devido ao surgimento do ácido sulfúrico (H2SO4).
Dentre os inúmeros prejuízos decorrentes desse tipo de chuva ácida, podemos citar a poluição do solo,
tornando-se impróprio para a agricultura, a poluição dos rios, lagos e matas, devido à acidez, e os danos
causados aos vegetais. Elas possuem um efeito corrosivo que danifica não só as edificações, podendo
ainda causar problemas respiratórios no seres humanos. Em algumas regiões industrializadas dos EUA e
da Europa, diversos rios, lagos e represas não possuem mais nenhuma forma de vida em virtude da ação
violenta dessas chuvas.
TEXTOS RELACIONADOS:
· POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
· CICLOS DA MATÉRIA
· BIOCOMBUSTÍVEIS
18
· O RIO SÃO FRANCISCO E A TRANSPOSIÇÃO
· GOTA D'ÁGUA
CLIMATOLOGIA
Publicada em 09/10/2007
Para realizar o estudo do clima, é preciso primeiramente compreender o que este significa. O conceito de
clima não pode ser confundido com o conceito de tempo: enquanto o tempo se define por uma condição
momentânea e instável da atmosfera, o clima representa o somatório dos tempos habituais em
determinado lugar da Terra. Trata-se, portanto de algo duradouro e estável, pois não muda de um
momento para outro.
A composição do clima integra vários elementos como temperatura, pressão atmosférica, chuvas,
umidade, massas de ar e ventos, que devem ser associados a fatores como relevo, vegetação e massas
líquidas, além de outros como a ação antrópica e os movimentos terrestres, que também influenciam na
sua configuração.
O ELEMENTO CLIMÁTICO TEMPERATURA
Trata-se do estado térmico do ar atmosférico, que é definido pela presença de calor na atmosfera
proveniente sobretudo do Sol e do calor do interior do planeta pelo efeito da irradiação (liberação pela
superfície do calor excedente à sua capacidade de absorção que configura um aquecimento indireto).
A interpretação da temperatura de um dado local em determinado período de tempo fornece duas análises:
a média térmica (média aritmética das temperaturas, que pode ser diária, mensal ou anual) e a amplitude
térmica (balanço entre a máxima e a mínima temperatura, que também pode ser diária, mensal ou anual).
FATORES DE VARIAÇÃO DA TEMPERATURA:
1) ALTITUDE
É a altura do relevo com relação ao nível do mar. Quanto maior a altitude, menor será a temperatura e
vice-versa. Isso se dá em virtude do aquecimento por irradiação, que ocorre de baixo para cima e o fato
do ar ser mais rarefeito nos lugares mais elevados dificulta essa forma de aquecimento.
2) CORRENTES MARINHAS
São porções de água dotadas de temperatura, salinidade pressão e velocidade própria que se deslocam
pelos oceanos. As correntes quentes, formadas nas áreas equatoriais, irradiam calor para o ar atmosférico
por onde passam, enquanto as frias, oriundas das regiões polares, promovem a queda da temperatura nos
litorais próximos.
Podem interferir também na umidade, como é o caso das correntes frias de Humboldt e da Califórnia, que
resfriando o ar atmosférico em seu percurso contribuem para a condensação.
A corrente quente Sul-equatorial origina a Corrente do Brasil (banha os litorais leste e sul do Brasil) e a
Corrente das Guianas (banha o litoral norte do Brasil).
A Corrente do Golfo ou Gulf Stream interfere diretamente nas economias européia e norte-americana,
pois ameniza o clima do litoral ocidental europeu (impedindo o congelamento do Mar do Norte) e do
litoral oriental da América, permitindo o fluxo comercial entre as regiões.
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Dinâmica das correntes marítimas no planeta
3) LATITUDE
É a variação horizontal dos paralelos que dividem o planeta. Quanto maior a latitude, menor a
temperatura devido à forma esférica da Terra, já que quanto mais afastada do equador, maior será a
distância percorrida pelos raios solares que ainda incidirão de maneira mais inclinada.
É importante perceber, no entanto, que podem existir geleiras nas baixas latitudes, pois a altitude poderá
funcionar como um fator de “correção” da latitude, fazendo com que haja regiões gélidas mesmo em
latitudes tropicais.
4) CONTINENTALIDADE E MARITIMIDADE
Os meios sólidos se aquecem e se resfriam mais rapidamente que os líquidos. Essa diferença de
comportamento térmico resulta no fato de que os continentes se aquecem e se resfriam mais rapidamente
que os oceanos. Portanto, as áreas mais afastadas do oceano sofrerão maiores oscilações na temperatura
(efeito denominado de continentalidade térmica), enquanto as regiões litorâneas sofrerão menores
variações. O mar acaba por funcionar aqui como regulador térmico.
5) ESTAÇÕES DO ANO
Determinadas pelo movimento de translação e pela inclinação do eixo do planeta, as estações irão
influenciar as temperaturas de acordo com as características de cada uma delas. Assim, verões e
primaveras em uma dada região irão proporcionar temperaturas mais elevadas que os invernos e outonos.
ELEMENTOS CLIMÁTICOS PRESSÃO ATMOSFÉRICA, VENTO E MASSAS DE AR
a) Pressão Atmosférica:
É o peso que o ar exerce sobre a superfície terrestre. Os principais fatores de variação da pressão são a
temperatura, a altitude e a umidade. A temperatura é inversamente proporcional à pressão, pois quando a
temperatura diminui, o ar atmosférico torna-se mais denso, enquanto que a temperatura mais elevada faz
com que o ar se dilate tornando-o mais rarefeito.
A presença de água no ar, por sua vez, torna a pressão menor, pois o ar seco é composto por diversos
gases cujas moléculas pesam mais do que a da água, que ocupa o seu lugar quando o ar está úmido.A
variação da altitude é o fator que mais interfere na pressão atmosférica e em geral acaba por prevalecer
sobre os demais na análise de uma situação local. Quanto maior a altitude, menor será a pressão.
A pressão atmosférica interfere diretamente na circulação geral da atmosfera. As áreas de alta pressão
(anticiclonais) são dispersoras de ventos e de massas de ar e constituem um importante fator de formação
de desertos. As áreas de baixa pressão (ciclonais), por sua vez, são regiões convergentes de ventos,
marcadas pela chegada de massas de ar e que possuem elevados índices pluviométricos.
b) Ventos:
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O vento é o ar atmosférico em movimento, que decorre tanto das diferenças de pressão, pois sopram das
áreas de alta pressão para as de baixa pressão, quanto das diferenças entre as temperaturas dos diversos
locais da Terra. Podem ser de vários tipos:
· Planetários: ventos constantes que sopram a todo tempo promovendo a circulação geral da
atmosfera, como os ventos alísios, que sopram dos trópicos em direção ao Equador, área ciclonal
de convergência de ventos.
· Sazonais: ventos periódicos que sopram e virtude da diferença de pressão entre o oceano e o
continente. É o caso das brisas, que durante o dia sopram do oceano para o continente e durante a
noite fazem o sentido contrário, e das monções, ventos que, no verão, sopram do Oceano Índico
para continente asiático, trazendo chuvas (fundamentais para o desenvolvimento da rizicultura na
região) e no inverno sopram do continente para o oceano, reduzindo as chuvas da região.
· Locais: Circulam em localidades específicas percorrendo distâncias quilométricas, como é o
caso dos ventos Mistral, na França, Chenooca, nos EUA, Minuano, no sul do Brasil e Siroco,
que sopra do norte do Saara para o sul da Europa, lançando área sobre a região (isso interfere na
produção agrícola e até mesmo no transporte dos produtos). Quando sopra no sentido contrário, o
Siroco é conhecido como Simum.
· Ciclônicos: também chamados de tempestades tropicais, são ventos que giram em torno de
centros de baixa pressão e que possuem deslocamento incerto e velocidade variada.Ocorrem com
freqüência no verão da América central e do norte, onde são conhecidos como tornados ou
furacões, e na Ásia oriental, onde são chamados de tufões.
c) Massas de Ar:
São grandes porções de ar geralmente originadas em áreas como planícies, oceanos e desertos, que
carregam as características de umidade e temperatura da sua região de origem. Podem, portanto, ser frias
e secas, secas e úmidas, úmidas e frias, etc. , o que irá influenciar o clima das áreas do seu trajeto.
Entretanto, pode ocorrer de perderem suas características de origem ao longo do seu deslocamento,
adquirindo as características da região sobre a qual se deslocam.
S.O.S. MEIO AMBIENTE
Não restam dúvidas de que a interferência humana vem alterando o espaço em que vivemos. O
crescimento demográfico e o desenvolvimento da industrialização são os principais responsáveis pela
intensa degradação do meio ambiente.
Manter o delicado equilíbrio em que se sustenta a natureza exige uma consciência global consistente.
Torna-se, portanto, uma questão política, econômica, social e ecológica encontrar meios de reverter o
quadro atual, aliando a atividade econômica a uma política de preservação ambiental.
POLUIÇÃO AMBIENTAL
Ao se lançar resíduos industriais, gases tóxicos, substâncias radioativas ao ambiente, ocorrem alterações
nos ecossistemas, ameaçando os seres vivos. Denomina-se poluição ambiental estas alterações causadas
pelo homem, capazes de prejudicar o funcionamento da vida. A poluição pode atingir o ar, a água e o
solo.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
A poluição atmosférica se dá devido à emissão de gases poluentes à atmosfera, sobretudo pela atividade
industrial e pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural). As mais graves
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conseqüências desta poluição, que põem o nosso planeta em risco, são as chuvas ácidas, a intensificação
do efeito estufa, as mudanças climáticas profundas e a destruição da camada de ozônio.
Chuvas ácidas: Apesar de toda chuva conter certo nível de acidez, são classificadas como ácidas as
chuvas com a capacidade de danificar o geossistema. Nestes casos, tem-se a chuva ácida causada por
derivados do enxofre, resultante da queima de carvão mineral e óleo diesel, e a chuva causada por
derivados do nitrogênio, geralmente oriundos em lugares onde relampeja ou em que há veículos com
motores de explosão. Dentre os prejuízos, pode-se mencionar a perda da biodiversidade e das florestas,
improdutividade na agricultura e problemas respiratórios na espécie humana.
Efeito estufa: Alguns gases como o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o vapor d’ água e
principalmente o dióxido de carbono (CO2) podem reter o calor na superfície terrestre, tornando-a mais
quente. Esse fenômeno, chamado de efeito estufa, é essencial à vida na terra. O problema atual é que o
aumento destes gases na atmosfera passou a intensificar esse fenômeno, implicando o aumento da
temperatura média global (Aquecimento Global). Estima-se que o aquecimento global possa causar o
derretimento das geleiras, a extinção de diversas espécies, escassez de alimentos e muitas outras
conseqüências.
Camada de ozônio: o ozônio é um gás presente na atmosfera que funciona como filtro de quase toda
radiação ultravioleta emitida pelo sol. Caso esta camada não existisse, haveria a ação direta desses raios
na terra, o que aumentaria extremamente a temperatura e extinguiria a vida no planeta. A emissão de um
grupo de gases, os CFCs, utilizados em aerossóis, refrigeradores e solventes, causa a destruição dessa
proteção. Pesquisas apontam a diminuição de 3% a 4% da camada de ozônio na Antártida. Em 1987, no
Protocolo de Montreal, no Canadá, um acordo, a fim de reduzir a liberação de CFC, foi assinado por 24
países desenvolvidos. Os resultados são bons e nos levam a crer na possibilidade de que, em algumas
décadas, a camada seja reconstituída.
POLUIÇÃO DA ÁGUA E DO SOLO
São diversas as formas de poluição dos rios, mares e oceanos. Os agentes poluentes mais comuns são: o
mercúrio presente nos garimpos, os agrotóxicos agrícolas, os esgotos industriais e residenciais, o óleo
liberado por navios petroleiros, além dos materiais não-biodegradáveis como o plástico.
O resultado é realmente catastrófico: muitos rios e lagos, sobretudo os que estão próximos a regiões
industriais, não têm mais nenhum tipo de vida, oceanos e mares perderam parte da sua fauna, a água
potável torna-se cada vez mais escassa, sem contar a disseminação de doenças virais e bacterianas
ocasionadas pelo lançamento de dejetos humanos.
Outro problema gerado pelos esgotos e pelo lixo é a chamada maré vermelha, proliferação de algas
microscópicas que provocam a morte de seres marinhos em decorrência da disputa por oxigênio e por elas
liberarem substâncias tóxicas na água. O principal exemplo de poluição do solo é a causada pelos
agrotóxicos e fertilizantes. Eles deixam os solos inférteis e também acabam poluindo a água e,
consequentemente, provocando a morte de seres vivos.
QUEIMADAS E DESMATAMENTO
O desmatamento é um dos problemas que mais contribuem para o desequilíbrio ecológico do planeta. A
devastação das florestas se fundamenta em atividades econômicas extrativistas e relacionadas à
agricultura. As florestas brasileiras são vítimas do desmatamento desde a chegada dos portugueses em
1500. A exploração da Mata Atlântica proporcionava o Pau-Brasil que seria exportado para o mercado
europeu. Em seguida, a derrubada ilegal de árvores passou a ocorrer também na Floresta Amazônica com
a instalação de madeireiras na região. Estudos recentes afirmaram que resta cerca de 8% da Mata
Atlântica original e que o desmatamento da Amazônia, até o ano 2000, já alcançava 13% da sua
cobertura.
22
As queimadas e incêndios florestais constituem outro grave problema de agressão ao meio ambiente, pois
além de causarem danos aos seres vivos, também liberam poluentes à atmosfera. Essa ação é muitas vezes
realizada por fazendeiros, que, querendo expandir sua área de plantio ou criação de gado, derrubam e
queimam florestas.
POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Se quisermos que as nossas próximas gerações possam habitar o planeta, mudanças significativas
precisam ser consolidadas. Trata-se de uma verdadeira revolução, baseada tanto na educação ambiental,
quanto nos acordos internacionais que visem diminuir a poluição. A inserção de energias renováveis, a
redução da emissão de gases poluentes, um aprimoramento nas técnicas agrícolas, o tratamento e a
reciclagem do lixo, a fiscalização intensiva na questão do desmatamento e das queimadas são
possibilidades de reverter a situação. Mas logicamente existem interesses econômicos e políticos nessas
metas. E descobrir uma maneira de crescer e se desenvolver sem agredir a natureza, isto é, aplicar o
desenvolvimento sustentável, é o maior desafio da humanidade.
TEXTOS RELACIONADOS:
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
AQUECIMENTO GLOBAL
S.O.S. BIODIVERSIDADE
GOTA D'ÁGUA
O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
AQUECIMENTO GLOBAL - UMA VISÃO PANORÂMICA
A ÁGUA NA ATMOSFERA E AS CHUVAS ÁCIDAS
CRÉDITOS DE CARBONO: ECOLÓGICO X MERCADOLÓGICO
03/03/2008
A preocupação em torno das mudanças ambientais causadas pelo aquecimento do planeta incentivou a
criação de mecanismos de controle da emissão de gases poluentes na atmosfera. Os créditos de carbono,
estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 pela maioria dos países da ONU (Organização
das Nações Unidas), funcionam como um destes mecanismos.
O dióxido de carbono (CO2) contribui para a manutenção da temperatura do planeta e, quando
emitido em excesso, junto com os demais Gases do Efeito Estufa (GEE), atua na retenção do calor na
atmosfera do planeta, aumentando a temperatura global. O CO2, liberado a partir da queima de
combustíveis fósseis, chega a representar cerca de 80% dos gases responsáveis pelo Efeito Estufa
advindos da ação antrópica, segundo informações fornecidas pela ONU.
Tomando-se como base as indústrias mais poluentes de cada país, as agências reguladoras de proteção ao
meio ambiente concedem certificados de emissão de uma quota de gás poluente estabelecida com base
numa meta de redução. As indústrias que têm a emissão de dióxido de carbono reduzida recebem créditos
para a emissão deste poluente, de forma que a quantidade de créditos é proporcional à quantidade do gás
que deixou de ser emitida. Tais indústrias recebem também o direito de negociar estes créditos com os
interessados no mercado interno ou externo.
Desta maneira, os créditos de carbono, também chamados de “Reduções Certificadas de Emissões
- RCE”, funcionam como uma espécie de moeda de negociação das quotas de emissão entre os países que
os recebem e os países que não atingem as metas de redução traçadas. Um crédito equivale ao lançamento
de uma tonelada de CO2 na atmosfera e pode ser negociado no mercado internacional como qualquer
ação de uma empresa a partir da sua cotação em dólares na Bolsa de Valores.
23
Para muitos países, a redução na emissão de poluentes representa um obstáculo ao
desenvolvimento econômico, o que fortalece ainda mais o apelo mercantil das negociações dos créditos,
tornado cada vez mais rentáveis as transações em torno destes. Os países europeus e o Japão são os que
mais negociam créditos de carbono por conseguirem ótimos resultados na redução do lançamento dos
gases poluentes, sendo que os maiores compradores são a Austrália e os EUA.
De fato, a criação dos créditos funciona como um incentivo à preservação ambiental, tanto por
serem baseados em cotas iniciais já limitadas, quanto pelo próprio estímulo às empresas que desejem
negociar com os créditos obtidos, devendo, para tanto, criar projetos que resultem na redução dos Gases
do Efeito Estufa.
No entanto, cumpre notar que a atribuição de valor monetário às quotas de emissão de poluentes pouco
estimula a consciência ecológica global, na medida em que confere aos países mais desenvolvidos e
densamente industrializados o direito de continuar poluindo. Para muitos críticos do assunto, os grandes
favorecidos com as transações realizadas com os créditos de carbono são os intermediários financeiros e
especuladores, e não o meio ambiente em si.
AQUECIMENTO GLOBAL - UMA VISÃO PANORÂMICA
Publicada em 19/07/2008
O nosso planeta tem enfrentado profundas mudanças climáticas, sobretudo no que diz respeito ao
aumento da temperatura média terrestre. Esse ciclo, chamado de Aquecimento Global, é motivo de alerta
à sociedade e vem sendo causado pela alta emissão de gases poluentes à atmosfera.
No ano passado, a fim de informar e discutir as implicações desse ciclo, o Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou um relatório alusivo ao que vem acontecendo na terra,
ratificando que a ação humana é a principal responsável por este aquecimento.
O IPCC E O RELATÓRIO 2007
Instituído em 1988 e contando com a presença de 2500 especialistas em clima de 153 países, o
IPCC fornece regularmente informações sobre as variações climáticas do planeta, unindo os
conhecimentos obtidos através de inúmeros estudos. Em 2007, o relatório do IPCC chamou atenção para
um fato: a certeza de que a temperatura terrestre está aumentando e devido à interferência do homem.
Ainda segundo o relatório, a temperatura aumentou, nos últimos 100 anos, de 13,78 graus Celsius
para 14,5 graus. Estima-se que, ainda que os níveis de emissão de gás carbônico permanecessem os
mesmos do ano 2000 (algo extremamente difícil), a temperatura aumentaria 0,1 graus Celsius por década.
Aparentemente, parece ser uma variação termométrica pequena, porém quando se tem em vista a
fragilidade do equilíbrio dos processos naturais, essa pequena oscilação já é capaz de causar problemas
trágicos.
PREVISÕES ALARMANTES
Seguindo a tendência lógica das previsões, nas próximas décadas a temperatura média irá passar
dos 15 graus Celsius. Se assim for, as conseqüências serão realmente catastróficas. As chuvas serão
afetadas de forma significativa, teremos furacões mais fortes, possivelmente trombas-d’água, intensivas
ondas de calor, a acentuação do derretimento das geleiras, sem contar os danos que serão causados à
agricultura, o que acarretará fome numa faixa de 200 milhões a 600 milhões de pessoas.
Transpondo as estimativas para 2100, o quadro tornar-se ainda mais caótico. Submetido à
temperatura média de 16,5 graus Celsius (na pior das hipóteses 19 graus), o planeta provavelmente
perderá muito da sua biodiversidade, parte da capa de gelo do Ártico derreterá, a Floresta Amazônica
virará cerrado e o nível dos oceanos subirá de 18 a 59 centímetros, podendo, com isso, deixar submersas
ilhas, cidades costeiras e manguezais. Uma parcela do estrago causado é irreversível em decorrência de
24
todo o gás emitido à atmosfera embora seja possível atenuar tais conseqüências tomando-se medidas
imediatas.
O EFEITO ESTUFA – CAUSAS DO AQUECIMENTO
Quando a radiação solar chega à Terra, a maior parte dela é absorvida pela superfície (ar, terras e
águas) e, em seguida, emitida na forma de ondas infravermelhas (calor). Na atmosfera, alguns gases
como metano (CH4), óxido nitroso (N2O), vapor d’ água e principalmente gás carbônico ou dióxido
de carbono (CO2) são capazes de absorver e concentrar a maioria desse calor na Terra, tornando-a mais
quente. Assim, quanto maior a quantidade desses gases na atmosfera, maior será o calor retido e, por
conseguinte, maior o aquecimento do planeta. Esse fenômeno é chamado de Efeito estufa, pois se
assemelha ao que ocorre numa estufa de plantas, onde a temperatura interna é maior que a externa. Sem o
efeito estufa, a temperatura média da terra estaria em torno de 18 graus negativos, quase toda água
congelaria e provavelmente não haveria vida na terra.
O problema central é que a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) corroborada após
o desenvolvimento da industrialização, as queimadas, a decomposição de matéria orgânica presente no
lixo e outros fatores alteraram profundamente esse fenômeno, o que prova o quanto a atuação antrópica
influi no sistema natural.
O OUTRO LADO
Sem dúvida alguma, quaisquer previsões sobre fatores correspondentes ao clima não trazem consigo
certezas absolutas, visto que ele abrange vastos e complexos mecanismos. Alguns cientistas, climatólogos
e estudiosos acreditam haver muito sensacionalismo nos meios de comunicação quando se aborda esse
assunto, causando uma espécie de “terrorismo” na sociedade. Muitos deles se apóiam à idéia de que
ocorreram muitas variações naturais na temperatura do planeta durante os últimos 150 anos. Certamente,
não se pode descartar a hipótese de que esse seja mais um ciclo natural do planeta. De qualquer maneira,
a influencia humana contribui negativamente para que as proporções dessa fase se acentuem, seja com a
poluição do meio ambiente, seja com a extração exacerbada dos recursos naturais.
O QUE FAZER PARA REVERTER A SITUAÇÃO
25
A terceira parte do relatório do IPCC, divulgada em Bangcoc, na Tailândia, salienta alternativas
necessárias para solucionar, dentro do possível, os impactos do aquecimento global. Para isso, faz-se
imprescindível uma verdadeira revolução no estilo de vida mundial. Precisaremos diminuir a utilização
dos combustíveis fósseis, desenvolvendo meios econômicos e tecnológicos viáveis no desenvolvimento
de energias renováveis. Também, faz-se essencial reestruturar a organização da agricultura, reorganizar
o transporte e a coleta do lixo e, acima de tudo, reduzir substancialmente a liberação de gases poluentes.
O PROTOCOLO DE KYOTO
Pensando em estabelecer metas para tratar o aquecimento global, conferências diplomáticas mundiais são
realizadas desde 1988. Em 1997, em Kyoto, no Japão, depois de muitas reuniões, países do mundo todo
firmaram os primeiros acordos (Protocolo de Kyoto) quanto aos prazos e medidas para enfrentar o
problema. As principais medidas são a redução da emissão de gás carbônico (principal causador das
alterações no efeito estufa) por parte dos países desenvolvidos, entre 2008 e 2012, para 5% abaixo dos
níveis emitidos em 1990 e o controle das emissões por parte dos países em desenvolvimento. Também
estão previstas no Protocolo a diminuição das queimadas e as possibilidades de investimento em
alternativas renováveis de energia.
Embora estas metas tenham sido estabelecidas, o acordo só entrou em vigor a partir de 2005. Para que ele
vigorasse foi necessário que os países que lhe aderiram fossem responsáveis pela emissão de 55% dos
gases liberados à atmosfera. Como os Estados Unidos, responsáveis por 35% das emissões, não
ratificaram o acordo, ele só foi possível após a adesão da Rússia (somente em 2005). Hoje, o Protocolo de
Kyoto é integrado por 175 países. O desafio de ordem mundial é conciliar o crescimento econômico com
a preservação do meio ambiente, o que põe em voga o Desenvolvimento Sustentável.
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O RIO SÃO FRANCISCO E A TRANSPOSIÇÃO
05/10/2007
26
O São Francisco, rio genuinamente brasileiro, atravessa cinco estados – Minas Gerais, Bahia,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Este rio tem aproximadamente 2.800 km de extensão. Nasce em João de Roque
de Minas, na serra da Canastra, e lança suas águas, entre Alagoas e Sergipe, no oceano Atlântico.
O São Francisco foi descoberto por Américo Vespúcio em 04 de outubro de 1501, quando mapeava o litoral
brasileiro. A bacia hidrográfica representa 8% do território nacional e 57% da área do semi-árido. São 32 subbacias,
168 afluentes e envolve 505 municípios - 101 na calha do rio - onde vivem aproximadamente 15 milhões
de pessoas.
O rio possui importância socioeconômica atribuída à utilização de suas águas. Dentre os usos destacam-se
abastecimento humano, produção de energia elétrica, agricultura irrigada, piscicultura, navegação, turismo entre
outras funções.
IMPACTOS AMBIENTAIS
O “Velho Chico”, denominação legada pelos nordestinos, se encontra em estágio avançado de
degradação. O problema é atribuído às ações humanas como, por exemplo, devastação das nascentes e matas
ciliares, despejo de esgoto e lixo, atividades agropecuárias, queimadas entre outras. A retirada da cobertura
vegetal, sobretudo a mata ciliar, provoca erosão e, conseqüentemente, o assoreamento do leito fluvial. A poluição
doméstica e agroindustrial preocupa, já que somente 5% dos esgotos dos 505 municípios da bacia têm tratamento.
A produção de soja na margem esquerda do rio, cultivada sobre o chapadão ocidental da Bahia, também contribui
para a destruição das matas ciliares, acarretando impactos degradantes sobre todo tipo de vida existente na bacia.
Os impactos ambientais retratados acima, na região drenada pelo Velho Chico e seus afluentes, começaram a
ocorrer por volta de 500 anos, época em que se iniciou o povoamento no vale do rio. Hoje, o Velho Chico está
debilitado e causa aflição.
TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO
A idéia de transferir parte das águas do São Francisco remonta aos finais do século XIX e vem à tona,
neste início de século XXI. Continuam os debates calorosos em torno da obra de transposição. Uns dizem que a
obra de engenharia é viável tecnicamente e permitirá geração de empregos, aumento de renda e redução da
migração populacional, com a implantação de agronegócios. Outros defendem a necessidade de revitalização do
rio, pois o Velho Chico se encontra em quadro avançado de degradação, além da urgência de estudos técnicos
com fins de se prever os possíveis impactos socioambientais. Argumenta-se ainda a incerteza da viabilidade
econômica do projeto e a falta de clareza quanto aos benefícios sociais e à distribuição de renda que poderá trazer.
Por fim, alguns opositores da transposição traçam um histórico de dezenas de mega projetos inacabados e
destruídos por má gestão, ao longo do tempo.
O objetivo do projeto de transposição é levar água para o interior seco dos estados de Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, no semi-árido setentrional e oriental, a partir da represa de Sobradinho na
Bahia, a fim de abastecer açudes e rios intermitentes. O volume de água transferido para “integrar outras bacias”
será de 26 m³/s (Ciência Hoje, julho 2005). Para o Eixo Norte2 está prevista a construção de 400 km de canais e
para o Eixo Leste, um pouco mais de 200 km. A obra, estimada em US$ 2 bilhões, deverá ser executada em 20
anos.
Esse valor, ao invés de ser investido numa obra faraônica, poderia ser utilizado de outra maneira, como
por exemplo, na ampliação da construção de cisternas e na revitalização do próprio rio.
Considerando-se que, em épocas de chuvas torrenciais, que chegam todo ano até os vários sertões do
semi-árido, as cisternas funcionariam como estoque de água para o longo período de estiagem. Assim, a
ampliação na quantidade de cisternas beneficiaria um maior número de famílias sertanejas, amenizaria impactos
ambientais e reduziria o atual custo estimado para a obra de transposição.
A revitalização do rio envolve processos de recuperação, conservação e preservação ambiental na área da bacia.
As principais ações envolvem o reflorestamento das margens dos rios, com a finalidade de controlar a erosão e
evitar o assoreamento do leito fluvial, recuperação da navegação, erradicação de fontes poluentes e tratamento do
esgoto das cidades e da agroindústria.
27
PETRÓLEO: ESCASSEZ INEVITÁVEL
22/08/2008
Atualmente, a questão energética tem ganhado grande destaque no cenário geopolítico mundial,
gerando discussões quanto às possíveis medidas para o tratamento de dois problemas preocupantes: a
escassez do petróleo e a poluição ambiental causada por este e pelos outros combustíveis fósseis. De um
lado, aponta-se o aquecimento global, fenômeno climático acentuado com a queima dos combustíveis
fósseis e que pode acarretar conseqüências catastróficas à vida; do outro, a busca cada vez mais urgente
de fontes alternativas ao petróleo, cujas reservas, num futuro próximo, segundo estimativas, serão
incapazes de suprir a crescente demanda mundial.
Deve-se ressaltar que o petróleo fundamentou o desenvolvimento tecnológico e econômico do
século XX. Até os dias atuais, este combustível detém a maior parcela da matriz energética mundial.
Representa 95% da energia utilizada no setor de transporte, tendo também um importante papel na
produção de eletricidade. Outras vantagens, as quais contribuíram para tal dependência, são o seu baixo
custo e a sua alta produtividade quando comparado ao carvão e ao gás natural.
OS NÚMEROS DO CONSUMO
O que tem sido levado em consideração, entretanto, é o fato de o consumo exacerbado do ouro
negro vir crescendo de maneira assustadora. Especialistas apontam que 50% do petróleo existente na terra
já tenha sido consumido. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), no ano de 2005, o
mundo necessitava de 84 milhões de barris de petróleo diariamente. Estima-se que em 2030 este número
subirá para 116 milhões de barris por dia.
28
A elevação do consumo deste combustível pode ser justificada pelo intenso crescimento
econômico de países como a Índia e principalmente a China. A cada ano na China, há um aumento de
3,4% do consumo do petróleo, o que equivale a quase o dobro da média mundial. O motivo dominante é o
desenvolvimento do mercado de automóveis chinês, que atingiu a marca de 4,1 milhões de carros
vendidos em 2006. Os Estados Unidos não ficam atrás neste aspecto, sendo o país que mais consome
petróleo no mundo, cerca de 20,5 milhões de barris por dia.
A AMEAÇA DA ESCASSEZ
Embora demore ainda algumas décadas, a escassez do petróleo tornou-se inevitável, uma vez que
a descoberta de novos reservatórios não acompanhou a necessidade do planeta. Em torno deste fato,
tensões são criadas envolvendo os países que mais possuem esta riqueza, como também, aqueles que mais
a consomem. Muitos conflitos já se deram em decorrência disso, como o ocorrido entre os Estados
Unidos e o Iraque, em 2003. O Oriente Médio é a região mais abastada em petróleo, concentrando mais
de 60% de todas as reservas do planeta. Países como Venezuela e Rússia também se destacam como
grandes produtores de petróleo.
Em 1973, quando produtores árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
interromperam a distribuição do ouro negro para nações aliadas a Israel, país com o qual eles travavam
uma guerra, fez-se clara a idéia de que novas fontes precisavam ser desenvolvidas. Nesta época, a
gasolina sofreu aumentos assustadores, gerando grande impacto na economia mundial.
Desde lá, passou-se a utilizar com maior representatividade nas matrizes energéticas o carvão e o
gás natural, sendo construídas também usinas nucleares em diversos países. A busca por fontes
renováveis de energia crescia e era impulsionada pelo seu caráter não-poluente. No Brasil, o Programa
Nacional do Álcool (Proálcool), cuja origem ocorreu em 1975, fez com que o álcool da cana-de-açúcar
fosse aos poucos substituindo a gasolina. Hoje, o Brasil, juntamente com os Estados Unidos, é o precursor
na produção de biocombustíveis de vegetais como a soja, o pinhão-manso, a mamona, o dendê, o girassol
e a macaúba. Além de renováveis, eles são uma alternativa à gasolina, ao diesel e ao gás natural.
Mais do que nunca, encontrar um meio de reverter a atual situação torna-se de extrema
importância, tanto pelo fim da era do petróleo, quanto pela degradação ambiental, corroborada pelos
combustíveis fósseis. Pode-se destacar ainda a possibilidade de haver outras guerras entre as nações em
decorrência desta riqueza, cada vez mais valiosa.
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BIOCOMBUSTÍVEIS
02/06/2008
Os Biocombustíveis são fontes de energias renováveis que podem ser obtidas através de materiais
biológicos como a cana-de-açúcar, biomassa, plantas oleaginosas e muitos outros. Em razão dos danos
ambientais causados pelos combustíveis fósseis (petróleo, derivados, carvão e gás natural) e do possível
esgotamento do petróleo, torna-se uma questão substancial desenvolver energias renováveis e mais
limpas.
O último relatório divulgado pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas)
ratificou a gravidade do problema climático enfrentado pelo planeta. A emissão de gases poluentes (CO2,
CH4, N2O...) à atmosfera, advindos da queima de combustíveis fósseis, vem contribuindo para o aumento
da temperatura média terrestre (Aquecimento Global) o que pode acarretar grandes impactos ao planeta,
como a perda da biodiversidade, o derretimento das geleiras e a escassez de alimentos. Portanto, a busca
de uma saída compatível economicamente com a situação atual traz à tona a substituição dos
combustíveis fósseis pelos biocombustíveis e outras fontes renováveis.
CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS BIOCOMBUSTÍVEIS
Os exemplos mais comuns de biocombustíveis são: o etanol, o biodiesel, a biomassa, o metanol e o
biogás. Vejamos um pouco sobre eles:
30
Etanol
O etanol ou álcool etílico é obtido principalmente da cana-de-açúcar e a sua utilização tem o
intuito de substituir a gasolina. O Brasil destaca-se mundialmente como pioneiro na implantação de etanol
na sua matriz energética, sendo hoje o maior produtor, consumidor e exportador deste biocombustível.
Em torno de 73% dos veículos vendidos no nosso território aceitam tanto gasolina quanto álcool
(automóveis bicombustíveis).
Despertando o interesse mundial, o etanol se mostra uma alternativa vantajosa em relação à
gasolina e ao diesel, uma vez que o gás carbônico (CO2) liberado na sua queima é reabsorvido pelo
canavial, diminuindo, pois, a poluição atmosférica. Entretanto, esta alternativa possui fatores negativos,
pois pode induzir a monocultura da cana-de-açúcar, isto é, um vasto plantio de um único vegetal, o que
implica perda de diversidade, desgaste do solo, além do risco de uma praga ou doença prejudicarem
intensamente a produção.
Biodiesel
O biodiesel é um biocombustível originado de matérias-primas como a soja, o pinhão-manso, a
mamona, o dendê, o girassol e a macaúba. Desenvolvido com intuito de substituir o diesel do petróleo, ele
pode ser misturado a este normalmente, funciona como lubrificante (aumentando a resistência do motor) e
não possui enxofre em sua composição. Além disso, é menos poluente, mais econômico e estimula a
geração de empregos.
No Brasil, a implantação do biodiesel ocorreu no final do ano de 2004 de acordo com lançamento
oficial do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Desde o ano passado, é obrigatória a
inserção de 2% de biodiesel no diesel comum e aditivado. Em 2013, esta porcentagem atingirá 5%.
Biomassa
Classifica-se como biomassa a energia renovável proveniente de qualquer material orgânico.
Dessa maneira, restos de madeira, de cana-de-açúcar, óleo vegetal, estrume do gado, resíduos florestas,
lixo urbano são exemplos de biomassa. A biomassa é uma energia limpa, pode ser utilizada na geração de
energia elétrica através do bagaço da cana, diminui o lixo, pois este também poderá ser usado na
produção de energia e possui menor custo, sendo acessível a populações de baixas rendas. No Brasil, a
biomassa responde pela parcela de 30,1% da matriz energética.
Biogás
O biogás consiste numa mistura de gases, sobretudo o metano, gerada pela ação de bactérias na
decomposição da matéria orgânica. Ele pode ter como fontes os excrementos de animais ou resíduos
agrícolas. A utilização desta energia limpa e barata abrange diversas áreas, podendo atuar em geradores,
em aquecedores de água, geladeiras, fogões, na substituição do gás liquefeito do petróleo e em outros.
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31
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TRABALHO E ENERGIA - O LADO FÍSICO
Publicada em 22/05/2008
O conceito de energia, embora esta palavra seja muito difundida no nosso cotidiano, não é concretamente
definido pelos físicos. O que é concreto e importante são as associações da grandeza energia com outras
grandezas, inclusive com a grandeza trabalho. Para isso, faremos uma breve revisão sobre o que é
trabalho numa perspectiva física.
Trabalho: A idéia intuitiva que temos de trabalho estabelece relação com a realização de tarefas no diaa-
dia. No entanto, esta grandeza, do ponto de vista físico, se associa a forças, e nunca a corpos.
Trabalho de uma força constante: O trabalho de uma força (W) constante pode ser calculado
multiplicando o deslocamento que ela causa a um corpo (d) pela sua intensidade (F). Assim, temos que:
W = F.d
Dicas:
· A fórmula acima se aplica aos casos em que a força é paralela ao deslocamento e tem o mesmo
sentido dele.
· Se a força resultante possuir sentido contrário ao deslocamento, o seu trabalho será negativo: W =
- F.d.
· Quando o trabalho está a favor do deslocamento (W > 0), ele é chamado de trabalho motor;
quando ele está contra (W< 0), é chamado de trabalho resistente.
· O trabalho é uma grandeza escalar e depende da trajetória considerada.
· No SI, a unidade de medida do trabalho é o joule (J), que equivale ao newton vezes o metro
(N.m). Outras unidades de trabalho é o quilowatt-hora e o elétron-volt. Observe as relações:
1 kWh = 3,6 . 106 J
1 eV = 1,6 . 10-19 J
Trabalho da força peso: A partir da própria definição de trabalho, podemos obter o trabalho da força
peso. Se o trabalho de uma força (nesse caso, o peso) é igual a sua intensidade (P) multiplicada pelo seu
deslocamento (nesse caso, a altura), temos:
W = P. h ou W = - P.h
Se o corpo for atirado para cima, o trabalho será resistente (W < 0); se o corpo estiver caindo, o trabalho
será motor (W > 0).
Trabalho da força elástica: O trabalho da força elástica não pode ser calculado com base na definição
acima de trabalho. Isso ocorre, porque a força elástica (Felast = k . x) não é uma força constante; ela varia
com a deformação da mola. Para obter a fórmula de tal trabalho, devemos analisar graficamente a força
elástica em função do deslocamento da mola.
32
Assim, resumidamente, podemos dizer que o trabalho da força elástica corresponde à área do triangulo (A
= b.h/2). Como a base do triângulo corresponde a x (deformação da mola) e a sua altura corresponde à
força elástica (k.x), temos:
W = A W = x . k . x W = k . x2
2 2
Energia cinética: A energia cinética está associada ao movimento dos corpos. Podemos obter a fórmula
da energia cinética com base na segunda lei de Newton (FR = m.a) e na equação de Torricelli (VB
2 = VA
2
+ 2.a.d). O resultado final é:
EC = m . v2
2
· Assim como o trabalho, a unidade de medida da energia, no SI, é o joule (J).
Energia potencial: Como já foi dito acima, a energia cinética é a energia de movimento. Contudo, um
corpo que não possui movmivento também pode possuir energia. Considerando a atuação de uma força
vertical para cima (contrária ao peso) num corpo, deslocando-o da posição A de repouso até a altura
máxima atingida (posição B), concluímos que, nessa altura máxima, o corpo não possui energia cinética
(VB = 0), já que sua velocidade será nula. Ainda assim, se este corpo cair, ele realizará trabalho,
adquirindo energia cinética. Chamamos de energia potencial essa energia capaz de produzir movimento
num corpo, transformando-se em energia cinética. Nesse caso, relativo à queda dos corpos, a energia
potencial é chamada de energia potencial gravitacional e pode ser calculada pela mesma fórmula do
trabalho do peso:
EP.grav = P . h = m . g . h
De modo análogo, ao aplicarmos uma força numa mola com constante elástica k, onde está preso
um corpo de massa m, provocamos nela uma deformação x, que é igual ao deslocamento da posição
inicial à posição final. Nessa posição final de repouso, a mola não possui energia cinética (V = 0), mas se
nós a saltarmos, ela realizará trabalho. Então, classificamos essa energia, que pode se transformar em
energia cinética, realizando trabalho, de energia potencial elástica. A fórmula da energia potencial
elástica é igual à do trabalho da força elástica:
EP.elas = k . x2
2
33
Aqui, apresentamos associações da energia potencial e da energia cinética, voltadas para o estudo da
mecânica. A energia mecânica é igual à soma da energia potencial com a energia cinética. (Emec.= Ec +
Ep). Segundo a conservação de energia mecânica, temos que a energia mecânica, livre da ação de forças
dissipativas, sempre permanece constante, pois a energia cinética e a potencial estão sempre se
transformando. Existem muitos outros tipos de energia indispensáveis ao funcionamento da vida e das
bases da nossa cultura e sociedade, como por exemplo, a energia solar, a térmica, a elétrica...
O princípio da conservação de energia, em geral, afirma que a energia está em constante transformação.
Assim, o surgimento de um tipo de energia acarreta o desaparecimento de outro proporcionalmente.
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UM RETRATO DA VIOLÊNCIA NO BRASIL
11/08/2008
Os números da violência no Brasil são alarmantes. Conforme pesquisa da OEI (Organização dos
Estados Ibero-Americanos), divulgada em 2007, para cada grupo de 100 mil pessoas, 27 morrem
assassinadas. Tratando-se da faixa etária entre os 20 e os 24 anos, o quadro se torna ainda mais
preocupante, chegando aos 64,9 homicídios. O estudo situa o Brasil na 4ª posição dos países mais
violentos de um total de 84 pesquisados.
Um problema que desemboca em tantas outras mazelas encontra suas raízes em um complexo de
fatores das mais variadas espécies que vão desde o crescimento urbano desordenado, o tráfico de drogas e
a dificuldade de acesso à educação, até a desigualdade social, uma das principais causas do fenômeno.
QUEM SÃO OS MAIS ATINGIDOS?
A violência se concentra principalmente nas regiões metropolitanas, em que a população tende a
se aglomerar e, junto com ela, os problemas decorrentes da falta de estrutura e condições básicas de
saúde, moradia e educação. As zonas mais afetadas são as periferias, em que problemas como o tráfico de
drogas se estruturam com maior força.
Dados ainda do estudo desenvolvido pela OEI revelam que, dentre os indivíduos da faixa etária
mais atingida (20 a 24 anos), 92,1 % são do sexo masculino e que o percentual de vítimas negras chega a
ser 73% superior ao de brancas. Este último dado, juntamente com outros, a exemplo da predominância
de negros também na composição da população carcerária, revelam a necessidade de se observar as reais
causas do maior impacto da violência sobre a população negra em detrimento da branca. Ocorre que o
problema da desigualdade racial, traçado historicamente na sociedade brasileira, acaba por ser reforçado e
perpetuado pela disparidade de renda que reflete nas condições gerais de vida da população negra.
DESIGUALDADE SOCIAL
O Brasil possui um dos mais altos índices de desigualdade social do mundo: a renda de cerca de
1% da parcela mais abastada da população equivale ao rendimento dos 50% mais pobres. Nas grandes
cidades, os contrastes entre os centros e as vastas periferias, em que se concentra a população menos
favorecida, evidenciam ainda mais a tensão social. Frutos de um processo desordenado de urbanização,
as favelas carecem da estrutura básica para abrigar esta parcela marginalizada da população. A violência
surge então atrelada a processos de fortalecimento de poderes paralelos ao do estado, justamente nas áreas
em que este se revela mais ausente.
A ESTRUTURAÇÃO DO CRIME
Um dos grandes pilares da criminalidade no país é o poderio do crime organizado, que controla
inúmeros negócios ilegais e movimenta bilhões anualmente. Consolidado no Brasil por volta da década
de 70, fincou suas bases no tráfico de ilícitos como maconha e cocaína e impôs o seu poder com o uso de
armas extremamente sofisticadas, possibilitando o fortalecimento de uma estrutura de poder paralelo que,
em muitos casos, encontra nas brechas da corrupção dos próprios agentes públicos um meio de
estabelecer-se.
34
A falta de acesso à educação e o desemprego, sobretudo das parcelas mais jovens da sociedade,
associados às “oportunidades” oferecidas pelo lucrativo mercado ilegal de drogas atraem para o crime
milhares de jovens e até mesmo crianças. Para muitos, um dos caminhos para solucionar o problema é a
redução da maioridade penal para que os mais jovens, muitas vezes aproveitados ao crime justamente por
não serem penalmente punidos, possam ser penalizados.
Redução da maioridade penal: Infratores menores de 18 anos estão sujeitos ao regimento do ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), que prevê a detenção por período não superior a 3 anos em
instituições com fins ressocializadores. Se reduzida a maioridade penal para 16 anos, como prevê o
projeto de Emenda Constitucional que está em fase de aprovação pelo Poder Legislativo do Brasil, jovens
entre 16 e 18 anos estarão sujeitos às penas previstas no Código Penal.
É cada dia mais alarmante o número de jovens envolvidos com a violência e a criminalidade, mas uma
mudança como esta envolve também a exposição de adolescentes em pleno processo de formação à
realidade lastimável dos presídios brasileiros, reduzindo ainda mais as chances de ressocialização.
Comércio ilegal de armas: Este é um dos grandes problemas a serem enfrentados no combate à
violência no país. Em 2003, a implantação do Estatuto de Desarmamento colocou um freio ao crescente
número de homicídios, mas o ingresso ilegal de armas de fogo para alimentar o crime organizado,
principalmente nas fronteiras com Paraguai e Bolívia, onde a fiscalização é deficiente, dificulta o controle
da situação. Estimativas da CPI do Tráfico de Armas, instaurada em 2005, apontam para o ingresso de 30
mil armas ilegais anualmente no Brasil.
O crime dentro da cadeia: As organizações criminosas também atuam no interior dos presídios, que
muitas vezes abrigam os centros de controle do crime organizado que se desenvolve do lado de fora. O
sistema carcerário encontra-se bastante degradado e a falta de investimentos em estrutura associado ao
aumento disparado da população carcerária, que entre 1995 e 2005 chegou a crescer mais de 100%, gera o
problema da superlotação e dificulta ainda mais o controle e a ordem dentro das instituições.
O COMBATE À VIOLÊNCIA
O complexo problema da violência revela a crise em diversos setores da organização do Estado
brasileiro. Quando um problema social encontra supedâneo dentro dos próprios órgãos de controle, como
é o caso da violência institucional, praticada pela própria polícia, agentes representantes do estado na
manutenção da ordem, ou mesmo da corrupção dos agentes, que permite um ponto de toque entre rotas
supostamente paralelas de poder, salta aos olhos a necessidade da adoção de medidas urgentes.
Há um conjunto de medidas que podem ser tomadas para afastar as conseqüências da
criminalidade, como alterações na legislação criminal capazes de garantir maior efetividade aos
mecanismos de repressão e a redução da impunidade, investimentos em reformas nos presídios e no
tratamento dispensado aos presos, de maneira que o tempo ocioso seja reduzido, dentre outras. Entretanto,
como em inúmeros outros problemas vivenciados pelo país, as transformações mais profundas envolvem
reformas de base que ataquem as causas da questão, como investimento em educação, cidadania e
dignidade à grande maioria da população, que vive marginalizada em face de um Estado que deixa a
desejar.
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· NOÇÕES DE GEOGRAFIA URBANA
· 120 ANOS DE ABOLIÇÃO: DA LEI ÁUREA ÀS COTAS
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ENERGIA NUCLEAR: VANTAGENS E RISCOS
30/07/2008
Tendo em vista a provável escassez do petróleo e a poluição causada pela queima de combustíveis
fósseis, a busca por fontes de energia limpas, renováveis e vantajosas economicamente, ganha destaque
nos dias atuais. Neste aspecto, a energia nuclear surge como uma alternativa viável, embora haja
discussões e controvérsias em torno da sua utilização.
Os núcleos atômicos são constituídos basicamente por dois tipos de partículas: os prótons,
partículas com carga elétrica positiva; e os nêutrons, partículas desprovidas de carga elétrica. Dentro do
núcleo, ocorrem constantes repulsões entre os prótons, já que eles possuem cargas elétricas iguais. Assim,
chama-se de energia nuclear a energia capaz de equilibrar estas repulsões, deixando as partículas
nucleares ligadas e tornando possível a existência de um sistema balanceado.
Com descoberta da energia nuclear, um dos primeiros desafios da ciência foi obter meios de
utilizá-la. Hoje, pode-se aproveitá-la com base nos processos de fissão e fusão nuclear. O primeiro
método diz respeito à divisão do núcleo atômico de um determinado elemento químico em dois ou mais
núcleos menores; o segundo, à união de no mínimo dois núcleos atômicos, a fim de gerar um único
núcleo.
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Processo de fissão nuclear
A aplicação principal desta energia é baseada na fissão do urânio. Na maioria das usinas
nucleares, a energia obtida com o rompimento dos núcleos produz energia elétrica. Um fator positivo
desse processo é que ele dispensa o uso de combustíveis fósseis, não poluindo, portanto, a atmosfera.
Além disso, de maneira geral, a nuclear é uma forma de energia rentável pelo fato de gerar quantidades
grandes, utilizando pouco espaço. O número de usinas nucleares tem crescido bastante. No Brasil, há as
usinas Angra I e Angra II, que juntas correspondem a 3% do consumo de eletricidade no país.
Ainda que os processos nucleares sejam eficazes na produção de energia, muitos são os riscos
trazidos por eles. Ambientalistas alertam sobre os perigos trazidos pelo lixo nuclear gerado,
extremamente tóxico ao meio ambiente e à saúde das pessoas em razão da radioatividade que emite. O
risco de que ocorram novos acidentes também é preocupante, sobretudo em face do histórico relacionado
às usinas nucleares, marcado por dois acidentes catastróficos: o de Three Mile Island (EUA) e o de
Chernobil (Ucrânia), os quais causaram milhares de mortes e impactos ambientais profundos.
É importe salientar ainda que o conhecimento das reações nucleares propiciou a implementação
das bombas atômicas. Estas destruíram Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial,
matando mais de 100 mil pessoas e muitas outras nos anos seguintes em decorrência da radioatividade.
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URBANIZAÇÃO
19/07/2008
Pode-se entender como urbanização, de maneira simplificada, o processo caracterizado pelo
resultado do deslocamento de pessoas da área rural para a área urbana. No ano passado, tal processo
atingiu um marco histórico, quando o número de habitantes no campo se equiparou ao das cidades.
As implicações desse fenômeno, cujo desenvolvimento histórico se deu de forma diferente no
mundo, relacionam-se diretamente com a estrutura social e política das sociedades, tendo aspectos
positivos e desfavoráveis. Conciliar estas conseqüências, de modo a trazer bons resultados, consiste,
portanto, num organizado planejamento urbano.
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A Revolução Agrícola, ocorrida no século XVIII, foi a responsável pelo início da urbanização. A
modernização da agricultura com a descoberta de novas técnicas fez com que parte da mão-de-obra fosse
dispensada ao tempo em que era maior a produtividade. Durante a Revolução Industrial, no entanto, é que
as migrações para os centros urbanos ocorreram com maior intensidade. A industrialização e a evolução
tecnológica formaram zonas de atração nas cidades, as quais ofereciam melhores condições de vida e
trabalho ao homem rural, que se encontrava sem perspectivas nas áreas rurais. Esse quadro caracteriza um
fenômeno denominado êxodo rural, que, como foi visto, confere um enorme incentivo à urbanização.
É importante salientar que a urbanização aconteceu de maneira distinta nos países desenvolvidos e
subdesenvolvidos. O êxodo rural, nos países centrais (desenvolvidos), se iniciou a partir do século XVIII,
de forma lenta e planejada. Como desenvolvimento e urbanização se relacionam, estes países também são
os que obtiveram o maior índice de população urbana, chegando, em alguns casos, a atingir mais de 90%.
Por outro lado, os países em desenvolvimento se urbanizaram a partir de 1950 e mais rapidamente. No
Brasil, por exemplo, a população urbana passou de 36% em 1950 para 81% em 2000.
A ausência de planejamento, sobretudo nos países subdesenvolvidos, dá origem a um leque de
problemas de ordem social e ambiental. Com deslocamento descontrolado de pessoas para as cidades, as
autoridades não conseguem investir em setores básicos como educação, infra-estrutura, saneamento
básico, saúde etc. As conseqüências da falta de investimentos são a favelização, violência, desemprego,
criminalidade, escassez de moradias, entre outras. Além disso, as aglomerações urbanas são responsáveis
por agressões ao meio ambiente como a poluição atmosférica com os automóveis, a devastação de
ambientes florestais para a construção de moradias ou a desorganização no tratamento do lixo e do
esgoto.
Há ainda, em algumas cidades, um fator de grande preocupação: dentro de um mesmo universo, os
símbolos de riqueza, representados por nobres edifícios, shoppings, ruas e avenidas estruturadas se
contrapõem às paisagens pobres dos morros, favelas e vilas, onde reside a população de baixa renda.
Assim, a segregação econômica se reflete na segregação espacial.
Em suma, a urbanização é inevitável, embora venha diminuindo nos países desenvolvidos. Não se
pode esquecer da importância desse processo, uma vez que a evolução da civilização moderna e o
crescimento econômico e tecnológico nele fortemente se basearam. A eliminação, porém, dos seus danos
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conseqüentes conflui com a implantação de medidas concretas e
emergenciais, visando aliar desenvolvimento e qualidade de vida.
TEXTOS RELACIONADOS
· MIGRAÇÕES POPULACIONAIS
· POPULAÇÃO
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POPULAÇÕES, CIDADES E POBREZA
Publicada em 26/07/2008
A dinâmica populacional de crescimento e de ocupação dos espaços urbanos e rurais está
intimamente relacionada com a geração de inúmeras mazelas sociais. Quando o crescimento da população
urbana acontece de maneira rápida e desordenada, como ocorre nos países subdesenvolvidos, sem o
devido planejamento e investimento em infra-estrutura, saúde, educação, transportes, etc., dá-se margem
a uma série de desequilíbrios sociais como a mendicância, o subemprego, o aumento da criminalidade e a
favelização.
A pobreza deve ser distinguida da desigualdade social. O conceito de pobreza está relacionado ao
padrão de vida absoluto de uma parcela da população que não tem acesso à satisfação de necessidades
básicas de sobrevivência. A desigualdade, por sua vez, está relacionada com a relação entre os padrões de
vida dos diversos segmentos de uma sociedade.
Em uma economia de mercado, como a brasileira, o critério mais utilizado para medir o grau de
pobreza da população é a renda salarial de cada pessoa ou família. No entanto, outros indicadores
socioeconômicos são também tomados na avaliação, como a expectativa de vida, a mortalidade infantil, a
distribuição da renda, e o acesso a saneamento básico.
OS CENTROS DE POBREZA
As cidades, enquanto pólos de poder e centros de consumo, cultura e tecnologia, atrativos para a
população que sai do campo oprimida pelas péssimas condições de vida, concentram a maior parte dos
problemas sociais. Tais mazelas ficam ainda mais acentuadas com a segregação do espaço urbano, através
da ocupação de morros e encostas pela população mais carente, que necessita de moradas mais baratas,
enquanto os centros são ocupados pelas parcelas mais abastadas.
Desde o início do processo de urbanização, o desenvolvimento industrial, ao mesmo tempo em
que criou empregos na zona urbana, trouxe a mecanização do campo, acentuando a migração de pessoas
para as áreas urbanas, que saíram do setor secundário da economia para ocupar o terciário. Este êxodo
rural, impulsionado pelo processo de automação do trabalho no campo e pelo fascínio urbano, é ainda
hoje uma realidade marcante. Na busca por melhores condições de vida e melhores oportunidades de
trabalho, este movimento acaba, no entanto, por contribuir para o aumento da grande massa de excluídos
dos grandes centros.
Uma das conseqüências dos processos de industrialização, urbanização e o conseqüente
desemprego é o inchaço no setor terciário da economia, que abriga os serviços e os mercados, inclusive o
mercado informal e os serviços domésticos, que se apresentam como alternativas para a população de
baixa escolaridade e baixa renda.
Além disso, um dos fatores preponderantes na distribuição da renda das populações, o
desemprego, é, em grande parte dos casos, ocasionado pelo descompasso entre o crescimento
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populacional e o crescimento econômico de um país. Quando isto ocorre, a demanda por empregos nas
cidades supera a sua oferta, o que caracteriza o inchaço dos centros urbanos, que também implica o
crescimento da exclusão social e econômica.
A globalização da economia, gerando o aumento da competitividade e das exigências em torno do
aumento da produção e da redução dos custos, contribui para a eliminação de postos e trabalho em razão
dos investimentos na automação da produção. Ocorre aí o aumento da produtividade com a redução do
número de empregos.
UM PROBLEMA GLOBAL E LOCAL
Ao contrário do que se pensa, a pobreza, assim como o desemprego, não é um problema apenas
restrito aos países subdesenvolvidos e emergentes. Em quase todo o mundo são registradas taxas
crescentes de desemprego a cada ano que passa. No Brasil, mesmo com o crescimento no número de
empregos, o desemprego cresce assustadoramente, sobretudo entre os indivíduos jovens. A fome no
mundo também atinge números alarmantes em decorrência de fatores não só populacionais, mas também
econômicos envolvendo diversos países.
A gama de fatores causadores da pobreza e da desigualdade social aponta para um esforço global
integrado para o alcance de melhorias, no entanto, não podem ser afastadas as medidas internas que
podem ser tomadas em cada país para vencer a miséria e a pobreza. Um dos principais caminhos a serem
tomados é o investimento em educação para o aumento das taxas de escolaridade e a melhoria na
qualidade do ensino, a fim de que a igualdade seja alcançada ao menos em termos de oportunidades.
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· URBANIZAÇÃO
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NOÇÕES DE GEOGRAFIA URBANA
Publicada em 15/10/2007
Para que se considere uma área em que se concentre uma dada população como urbana, utiliza-se,
em diversos países, a referência em torno do número de pessoas aglomeradas. De acordo com a ONU,
este número seria de 20.000 habitantes, mas há uma variação de um país para outro. No Brasil, sequer
interessa o número de habitantes, pois uma região será definida como cidade quando abrigar a sede de
um município (prefeitura). Trata-se de um critério político-administrativo.
As cidades são uma forma de organização do espaço geográfico e, como tal, revelam os traços
culturais e econômicos da população habitante, sendo moldadas para a satisfação das suas necessidades.
Podem ser espontâneas, quando estabelecidas naturalmente advindas, por exemplo, de um povoado, ou
planejadas, como é o caso da nossa capital Brasília, cujo plano foi previamente elaborado.
A presença dos prédios representa o fenômeno da verticalização que advém da valorização do
espaço urbano, substituindo a expansão horizontal. (Imagem: Google)
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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Urbanização: ocorre quando a população urbana supera numericamente a rural em razão da migração de
pessoas do campo para a cidade.
Crescimento Urbano: pode ser definido de duas maneiras: como o próprio crescimento da área da
cidade, ou ainda como o crescimento da população urbana por meios naturais, ou seja, sem que ocorra
migração.
Sítio Urbano: é o local onde a cidade foi construída. Refere-se à sua topografia, podendo ser, por
exemplo, um planalto (Brasília), uma colina (São Paulo), ou mesmo uma planície (Manaus).
Situação Urbana: relaciona-se com os motivos naturais, geográficos ou históricos que influenciam o
surgimento da cidade, como ocorre com as cidades fluviais, marítimas ou de entroncamento, a exemplo
de Feira de Santana na Bahia.
Função Urbana: atividade básica ou principal desenvolvida pelas cidades, que podem ser turísticas,
como Olinda e Ouro Preto, administrativas, como Brasília e Washington, comerciais, como Londres e
São Paulo, etc.
Conurbação: é o encontro ou superposição de duas ou mais cidades em virtude do seu crescimento.
Ocorre a fusão das áreas urbanas, a exemplo das cidades de Salvador e Lauro de Freitas, ou mesmo de
Juazeiro e Petrolina, na região do São Francisco.
Metrópole: é a cidade que apresenta intensa rede de serviços e melhores equipamentos urbanos de um
país (metrópole nacional, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro e Nova Iorque), ou de uma região
(metrópole regional, a exemplo de Salvador e Belém) e que influencia as regiões ou municípios ao seu
redor.
Região Metropolitana: é o conjunto de regiões ou municípios integrados social e economicamente a
uma cidade principal (metrópole), que usufruem de serviços públicos de infra-estrutura comuns. O Brasil
possui 17 regiões metropolitanas, sendo São Paulo a maior de todas, com 39 municípios. A região
metropolitana de Salvador engloba cerca de 10 municípios.
Hierarquia Urbana: é a polarização que uma cidade exerce sobre outra em virtude das atividades e
serviços ofertados. O conjunto dessas relações hierárquicas é chamado de rede urbana.
Megalópole: é a conurbação entre duas ou mais metrópoles ou regiões metropolitanas. A “Boswash”, nos
EUA, foi a primeira megalópole a se formar unindo Boston a Washington, com destaque para Nova
Iorque, maior centro financeiro do mundo. Destaca-se ainda a megalópole japonesa, grande centro
tecnológico que vai de Tóquio a Osaka e a megalópole brasileira, ainda em formação com a conurbação
de São Paulo e Rio de Janeiro.
DESEQUILÍBRIO SOCIAL
Os centros urbanos, ao mesmo tempo em que representam focos de cultura, tecnologia e consumo,
concentram também diversos problemas sociais como a criminalidade, a poluição e a falta de moradia.
Os países subdesenvolvidos possuem as maiores populações urbanas absolutas do mundo e a
origem desorganizada da urbanização, como é o caso do êxodo rural, resulta na oferta precária de
elementos básicos como saúde, transporte e saneamento, bem como em fenômenos como a mendicância,
a marginalidade e o subemprego, visto que os setores secundário e terciário não acompanham o ritmo da
urbanização.
A segregação econômica da população resulta numa segregação espacial, notável no contraste
entre a riqueza e organização dos centros e a pobreza e a ocupação desordenada nas periferias. A maior
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parte dos benefícios trazidos pela urbanização não pode ser desfrutada por todos e as cidades se tornam,
cada vez mais, palcos da elitização e da luta pela sobrevivência de uma classe cada vez mais oprimida
MIGRAÇÕES POPULACIONAIS
Publicada em 18/06/2008
As migrações populacionais ocorrem desde os tempos mais remotos da existência humana.
Acredita-se, segundo evidências arqueológicas, que a humanidade surgiu na África há cerca de 100.000
anos. Esses povos principiaram as primeiras migrações, dispersando-se em todos os continentes ao longo
dos séculos. Nos dias atuais, as migrações fazem parte da dinâmica populacional dos países de modo que
o crescimento demográfico de uma nação é baseado no contingente de imigração (pessoas que migram
para outros países) e no de emigração (pessoas que saem dos seus países). Com base nisso, o que
ocasiona esse deslocamento de pessoas para outras regiões?
CAUSAS DAS MIGRAÇÕES
São inúmeros os fatores que originam migrações. Entre estes, pode-se citar os políticos, como a
formação de novos países e as guerras civis; os conflitos religiosos, como a perseguição de judeus no
século XX; os naturais, como enchentes e terremotos e, sobretudo os econômicos. A estrutura
econômica é um fator preponderante nos processos migratórios, visto que muitas pessoas migram a fim
de obter condições de vida mais satisfatórias, como também, oportunidades em relação ao mercado de
trabalho. Dessa maneira, a ocorrência de migrações estabelece uma relação direta com o panorama
socioeconômico mundial e regional a partir do momento em que são propiciadas por razões econômicas
estruturais e conjunturais. Nos países subdesenvolvidos, em geral, a estagnação econômica (razão
estrutural) é responsável pelas migrações. Crises políticas e econômicas, revoluções e perseguições são
exemplos de razões conjunturais, as quais também podem acontecer nos países desenvolvidos.
TIPOS DE MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
As migrações podem ser classificadas em definitivas ou temporárias quanto ao tempo de
duração. No primeiro caso, a parcela de migrantes se instala definitivamente no seu respectivo destino.
No segundo, os migrantes podem se deslocar por questão de trabalho (diárias), por questões de lazer
(turismo), por questões religiosas, como no caso das peregrinações, a exemplo das visitas a templos
sagrados, ou por tempo indeterminado, no qual pessoas ficam certo período no exterior e depois retornam
ao seu país de origem. No Brasil, ocorre ainda outro tipo de migração temporária chamada de sazonal,
isto é, estabelece relação com as estações do ano. Este é o caso dos bóias-frias, que, em épocas de
colheita, locomovem-se para lugares em que há trabalho.
Quanto ao espaço de deslocamento, as migrações classificam-se em internas, quando realizadas
dentro de um mesmo país, e externas, quando realizadas de um país para o outro. Vejamos algumas
destas atividades migratórias:
MIGRAÇÃO INTERNA
Êxodo rural: Consiste no deslocamento de pessoas da área rural para a área urbana. Este importante
exemplo de migração interna teve início nos países desenvolvidos no século XVIII. A Revolução
Industrial, trazendo consigo um intenso crescimento urbano e tecnológico, fez com que o êxodo rural
aumentasse muito, já que as cidades necessitavam de mão-de-obra. A mecanização da agricultura também
contribuiu para o deslocamento de pessoas em decorrência da falta de trabalho no campo. Depois da
Segunda Guerra Mundial, nos países subdesenvolvidos, o êxodo rural aumentou assustadoramente. No
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Brasil, por exemplo, em 1940, a população rural representava 69% de toda a população. Em 2000, este
número caiu para 20%.
Transumância: Trata-se de um tipo migração interna periódica determinada por condições climáticas
(sazonalidade). Um exemplo de transumância no Brasil é o caso dos nordestinos do Agreste que se
deslocam, durante a estiagem, para a Zona da Mata para a colheita e moagem da cana-de-açúcar. No
início do período úmido, eles voltam para as suas roças.
Nomadismo: Sendo a forma como a humanidade vivia em tempos passados, o nomadismo caracteriza-se
pela constante mudança de povos ou tribos de um lugar para o outro, a fim de encontrar alimentos ou
pastagens. Hoje em dia, este tipo de migração ocorre apenas com alguns povos, como os das estepes
semi-áridas do Saara (Sahel) e alguns da Ásia central e do Oriente Médio.
MIGRAÇÃO EXTERNA
Nos séculos XVI e XVII, a colonização propiciou o surgimento de migrações externas, havendo as
migrações espontâneas de povoamento, em decorrência do imperialismo colonial, e as forçadas, como a
que ocorreu com os escravos africanos, comercializados para outros continentes. Durante o século XIX e
na primeira metade do século XX, ocorreu um enorme movimento migratório. Em torno de 60 milhões de
europeus se deslocaram por todo mundo, em especial, para a América e Oceania. Milhões de asiáticos
migraram para a América e outros continentes. Assim, costuma-se dizer que neste tempo a Europa e a
Ásia eram continentes emigratórios ou de repulsão populacional enquanto a América e a Oceania eram
continentes imigratórios ou de atração.
Todavia, no período pós-Segunda Guerra Mundial, a Europa foi desenvolvendo condições
favoráveis, o que a torna atualmente um pólo de atração populacional. Isso se deu principalmente pela
recuperação do continente em relação às guerras, à fome, a epidemias e etc. Por outro lado, a estagnação e
crises econômicas, em países subdesenvolvidos como o Brasil e a Argentina, fizeram com que estes se
tornassem pólos de repulsão populacional.
CONSEQÜÊNCIAS DAS MIGRAÇÕES
As migrações interferem diretamente na distribuição geográfica populacional do planeta, no
processo de miscigenação e mistura de diferentes povos e culturas, e no desenvolvimento econômico dos
países. Migrações internas como o êxodo rural, acarretam fenômenos como a periferização e o inchaço do
setor terciário da economia, que acolhe, em atividades informais, o excedente de mão-de-obra não
comportado pelos outros setores. Os efeitos deste fenômeno podem ainda resvalar em conflitos
ideológicos, políticos e étnico-raciais entre as populações, uma vez que em geral envolvem a competição
por melhores oportunidades de vida.
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CRISE MUNDIAL DE ALIMENTOS
09/07/2008
A combinação de inúmeros fatores de diversas ordens, acarretando uma alta generalizada nos
preços dos produtos agrícolas, levou inúmeros países ao redor do mundo a vivenciar uma crise de
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alimentos. A questão é alarmante não só por tratar-se de pessoas passando fome, mas também por
ameaçar a paz e a segurança mundial em virtude da eclosão de conflitos e revoltas populares pela falta de
comida, já registradas em países como Haiti, Indonésia, Egito e Camarões.
Entenda os principais fatores que interferem nesta crise:
A PROSPERIDADE GLOBAL
Até que se iniciasse a atual crise de créditos nos EUA, o mundo vinha passando por um longo
período de prosperidade que, aquecendo o comércio exterior, gerou um aumento na renda, sobretudo dos
países mais pobres, fornecedores de matérias-primas. O crescimento nos países emergentes, dentre eles o
Brasil e a China, gerou um aumento significativo no consumo de alimentos pela população interferindo
na relação de demanda e oferta dos produtos.
CRESCIMENTO POPULACIONAL
Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas) a população mundial vivencia uma
expansão acentuada. O número de 6,5 bilhões de pessoas em 2005, passaria para 8,3 bilhões em 2030 e
para cerca de 9,0 bilhões em 2050. Note-se ainda que a maioria destas pessoas nasce na África e na Ásia,
continentes cujo ritmo de consumo de alimentos é mais elevado em virtude do estágio de
desenvolvimento econômico.
OS PREÇOS DO PETRÓLEO
A cotação do petróleo interfere de maneira indireta no preço final dos alimentos. Os preços do
produto atingem níveis recordes, o que causa impactos em toda a cadeia de produção e distribuição dos
alimentos em virtude de fatores como a utilização do óleo diesel nas máquinas agrícolas, dos
componentes de fertilizantes que são em parte derivados do petróleo e da elevação dos preços do
combustível utilizado no transporte das cargas para os centros de consumo.
SECAS E QUEBRA DE SAFRAS
A ocorrência de secas em alguns dos principais países produtores de alimentos, a exemplo do
Brasil e da Austrália, acarretou um forte impacto sobre o volume dos estoques, agora ainda mais reduzido
pela elevação do consumo. No Brasil e no Leste europeu, a estiagem foi registrada entre 2005 e 2006,
mas na Austrália, o problema já perdura por seis anos.
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ALTA NOS CUSTOS
As variações na disponibilidade e nos preços das commodities (nome dado às matérias-primas)
gera o aumento dos custos de produção de outros bens de consumo. É o caso, por exemplo, das carnes em
geral, que recebem o impacto tanto do petróleo quanto dos gêneros agrícolas utilizados na ração dos
animais.
ESPECULAÇÃO FINANCEIRA
A relação de compra e venda envolve a realização pelos investidores de mecanismos de
investigação sobre as tendências de queda e aumento de preços. A especulação proporciona a formação
do chamado mercado futuro, em que são negociadas as intenções dos investidores estabelecendo-se numa
data prévia o preço futuro da mercadoria. O crescimento no número de investidores em alimentos, que
apostam no aumento dos preços, faz disparar mais ainda o seu preço futuro.
ENFRAQUECIMENTO DO DÓLAR
As commodities agrícolas são cotadas com base no dólar na maioria dos mercados futuros. Nos
últimos tempos, a moeda americana vem alcançando níveis consideráveis de queda em comparação a
outras moedas, a exemplo do Euro, o que faz com que os investidores forcem a alta dos preços dos
alimentos no mercado futuro para compensar a desvalorização.
PRODUÇÃO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
A crescente produção dos Biocombustíveis, decorrente da tentativa de redução dos danos
ambientais causados pelo uso dos combustíveis fósseis, tem causado um desvio de parte da produção
agrícola, que é utilizada como sua matéria-prima. Isso acarreta uma redução na oferta dos produtos em
meio a um processo de crescimento de demanda, interferindo no aumento dos preços. Críticas de
entidades internacionais como ONU e FMI apontam para o caso da produção de milho dos EUA,
destinada à produção de álcool, fazendo disparar os preços do produto no mercado mundial no ano de
2007. Um dos alvos de críticas também é a substituição das lavouras tradicionais pelas de cana-de-açúcar,
produto utilizado da fabricação do álcool, como tem ocorrido no Brasil, principal exportador de álcool do
mundo.
FREIO NAS EXPORTAÇÕES
Recentemente, diversos produtos como o trigo argentino e o arroz oriundo do Vietnã e da Índia
sofreram um freio nas exportações. Isso reflete uma das conseqüências da própria crise: o efeito causado
pelo risco de desabastecimento, que leva países exportadores a segurarem as exportações de alimentos,
prejudicando ainda mais a situação dos países importadores.
Inúmeros encontros entre os líderes mundiais para discutir a crise dos alimentos apontam para a
importância da ação global coordenada na solução do problema e na redução dos efeitos sobre as
populações mais afetadas (atualmente, cerca de 862 milhões de pessoas já sofrem com a fome no mundo).
Apenas a atuação conjunta é capaz de resolver um problema que entrelaça causas e conseqüências
tocantes à política e à economia de diversos países.
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O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Publicada em 26/08/2008
O agronegócio pode ser definido como o conjunto de relações entre produção, distribuição e
processamento de produtos da agricultura e pecuária, em face da globalização dos mercados atuais. Neste
aspecto, o Brasil desponta como um dos países mais promissores no mercado agropecuário, por reunir
condições climáticas favoráveis e vastas terras agricultáveis. Tal atividade movimenta a economia
brasileira, respondendo por cerca de 33% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Brasil também representa um grande mercado consumidor no âmbito mundial sendo que 80%
de toda a produção do país é destinada ao consumo interno. Além disso, destaca-se na exportação de
diversos produtos, possuindo a liderança na produção e exportação de açúcar, café e álcool. Quanto às
vendas externas, é líder no mercado da soja, carne bovina, tabaco, couro, entre outros.
Embora possuam grande destaque, é importante salientar que as exportações agropecuárias
brasileiras encontram dificuldades no mercado internacional, devido a muitos países praticarem a política
dos subsídios, na qual os governantes propiciam melhores possibilidades aos seus agricultores, como a
redução de impostos e financiamentos, de modo que eles oferecem preços mais baixos em relação aos
produtos brasileiros. Geralmente, esta prática é realizada por países desenvolvidos sobre os países em
desenvolvimento.
BIOCOMBUSTÍVEIS: EXPECTATIVAS E PERIGOS
Nos últimos tempos, o que vem aquecendo negociações no agronegócio brasileiro é o potencial no
desenvolvimento dos biocombustíveis. Estes são fontes renováveis de energia, originados de materiais
orgânicos como a cana-de-açúcar, a mamona, o pião-manso, o girassol, a macaúba e etc. Em face do
esgotamento do petróleo e da degradação ambiental, os biocombustíveis tornam-se alternativas viáveis
aos derivados do petróleo, uma vez que são renováveis e menos poluentes.
Acordos internacionais são cada vez mais discutidos em torno desta tecnologia. No ano passado,
houve um acordo entre Brasil e Estados Unidos para pesquisa e desenvolvimento dos combustíveis
orgânicos. Nosso país é pioneiro na implantação do álcool obtido através da cana-de-açúcar, sendo o
maior produtor e exportador deste biocombustível. Atualmente, em média 73% dos veículos vendidos no
país aceitam álcool e gasolina.
Apesar das expectativas de expansão econômica brasileira neste setor, existem inúmeros riscos
que podem trazer problemas sociais e ambientais. O crescimento na demanda do álcool, como se estima,
pode implicar a monocultura da cana-de-açúcar. Caso isso se efetive, haveria a expansão das plantações
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de cana por todo o país, causando a perda de biodiversidade e o desemprego no campo, já que a plantação
de um único vegetal dispensa parte da mão-de-obra pela mecanização do processo. Coisa semelhante já
acontece com a soja, que, segundo estudos, em 2005 representava 44% da cadeia produtiva brasileira.
AGRICULTURA FAMILIAR
A agricultura familiar é de extrema importância para o Brasil. Dentre os diversos fatores que a
tornam essencial, estão a geração de empregos, o abastecimento do mercado interno com a diversidade de
alimentos e o impacto ambiental muito menor quando comparado ao da produção em grande escala. Ela
diz respeito a 40% da cadeia produtiva nacional e é responsável pela maior parte da produção de feijão,
mandioca e leite.
Prevê-se ainda que a corrida na produção dos biocombustíveis venha a alterar a produção de
alimentos, causando dessa maneira uma grande crise e escassez, como já ocorre em alguns países. Os
agricultores familiares podem optar por substituir as plantações de alimentos pela plantação de vegetais
relacionados aos biocombustíveis. Medidas vêm sendo criadas visando instruir os agricultores e controlar
este processo, elucidando que o centro da agricultura familiar é a produção de alimentos.
AGRICULTURA ORGÂNICA
A agricultura orgânica consiste na face sustentável da agricultura e que busca a preservação
ambiental. Não há a utilização de fertilizantes, agrotóxicos, pesticidas ou alimentos transgênicos. Ela se
baseia no manuseio do solo através de técnicas como a rotação de culturas, isto é, a alternância de
vegetais numa colheita para fortalecer o solo, a adubação verde e etc.
Este mercado tem crescido intensamente em decorrência da exigência dos consumidores, os quais
têm procurado com freqüência alimentos mais saudáveis. Mediante os apelos ambientais, esta é uma área
promissora, que cresce em média 20% ao ano e que proporciona melhor qualidade de vida à humanidade
ao tempo em que os recursos naturais são preservados.
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CHINA: UMA POTÊNCIA DO ORIENTE
03/07/2008
Surgida há cerca de 4.000 anos, a civilização chinesa, uma das mais antigas do mundo, presenciou
inúmeras transformações até os dias atuais, quando desponta como uma grande potência econômica
emergente, alcançando o posto de quarta maior economia do mundo, ficando atrás apenas de EUA, Japão
e Alemanha.
O trabalho na China (foto: Edward Burtynsky)
A grande virada de um regime comunista, baseado no forte controle estatal na economia, na
coletivização das terras e na nacionalização de empresas estrangeiras, para a abertura à economia de
mercado, promovida por volta de 1980, resultou em um ritmo de crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) de cerca de 9% ao ano, que vem sendo mantido dos últimos 25 anos para cá. Atualmente, a China
já responde por cerca de 20% das importações e exportações de todo o mundo, além de liderar a produção
de alimentos.
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A FÓRMULA MÁGICA
A receita desta grande guinada foi um modelo de desenvolvimento baseado na fartura de mão-deobra
barata, em medidas estatais de incentivo à aplicação do capital estrangeiro, como a redução de
impostos e o fornecimento de estrutura e matérias-primas baratas e na exportação de mercadorias baratas
para todo o mundo. As reformas econômicas de feições capitalistas foram realizadas, no entanto, sob a
estrutura política socialista, o que resultou na criação do termo “socialismo de mercado”, para designar o
modelo adotado.
A china abriga cerca de 20% de toda a população mundial, o que lhe confere um enorme mercado
consumidor, contribuindo também para atrair as multinacionais. Em meio a esse processo de mudança,
intensificaram-se os investimentos em educação, sobretudo no ensino técnico, alimentando a demanda de
trabalhadores das fábricas e montadoras instaladas no país.
As transformações se deram também na própria estrutura física do país, para que pudesse sediar o
modelo econômico de mercado. Ao longo do litoral, foram estrategicamente criadas as chamadas Zonas
Econômicas Especiais (ZEE), próprias para a instalação de empresas e com a abertura de portos de
reduzidos impostos ou mesmo com isenção total para determinados equipamentos.
AUTORITARISMO E DIPLOMACIA
O regime político da China, mesmo com todas as transformações no plano econômico, manteve-se
rígido e autoritário. As liberdades advindas da abertura mercadológica não se estenderam para outros
planos da vida social, uma vez que a liderança atual, exercida pelo PCCh (Partido Comunista Chinês)
mantém uma severa repressão às manifestações de oposição. O próprio regime jurídico adotado revela a
intolerância do Estado, que chega a executar cerca de 8.000 pessoas por ano, segundo estimativas, o que
desafia a defesa dos Direitos Humanos ao redor do mundo.
No plano externo, no entanto, a postura do Estado chinês tende a se flexibilizar cada vez mais,
adaptando-se aos mecanismos de mercado. A partir de 2001, a China foi aceita como membro da
Organização Mundial do Comércio (OMC), o que a submete a diversas regras do comércio internacional,
a exemplo da abertura aos investimentos estrangeiros em setores estratégicos, como telecomunicações e
bancos. A adesão às condições da OMC também dá vazão às pressões internacionais em torno das
privatizações.
A OUTRA FACE DO DESENVOLVIMENTO
Mesmo com todo o progresso, a China enfrenta ainda diversos problemas sociais. Além das
questões referentes à violação dos Direitos Humanos e à censura instaurada pelo Partido Comunista
Chinês, um grande problema paira sobre a garantia dos direitos da grande massa trabalhadora que
alimenta o mercado de mão-de-obra barata do país e sobre as desigualdades entre ricos e pobres e entre o
campo e os centros urbanos, intensificadas desde a criação das ZEE.
O progresso da China ainda tem trazido sérios prejuízos ao meio ambiente. A china é atualmente o
segundo lugar na lista dos países que mais emitem gases poluentes na atmosfera. Grande parte do
crescimento da economia se deu com base na utilização do carvão mineral (cerca de 2/3 de toda energia
utilizada). A enorme demanda de combustíveis torna o país o maior consumidor mundial de carvão e o
segundo maior de petróleo, combustíveis responsáveis pela emissão dos gases do efeito estufa, chegando
a emitir cerca de 14% destes.
Por ser considerada como uma nação emergente, em desenvolvimento, conforme o Protocolo de
Kyoto, ao menos até 2012, não há metas de redução na emissão dos gases do efeito estufa. No entanto,
isso não afasta a necessidade de investimentos em fontes alternativas, sobretudo em face do ritmo de
crescimento do país, que aponta para a previsão de aumento no consumo de energia.
TEXTOS RELACIONADOS:
49
· BIOCOMBUSTÍVEIS
· O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
· CRÉDITOS DE CARBONO: ECOLÓGICO X MERCADOLÓGICO
· AQUECIMENTO GLOBAL: UMA VISÃO PANORÂMICA
· ENERGIAS FONTES E CRISES
UNIÃO EUROPÉIA: UM PODEROSO BLOCO ECONÔMICO
20/06/2008
A expansão da globalização aliada à economia mundial tem como reflexo a associação dos países
através de blocos econômicos. Tais blocos são alternativas viáveis buscadas pelas nações com o intuito
básico de ratificar políticas comuns ao passo que fortalecem as suas economias e protegem os seus
mercados. No cenário atual, a União Européia (UE), cuja formação engloba 27 países europeus, constitui
o principal e mais desenvolvido exemplo de bloco econômico.
Dentre as razões que levaram à formação da UE, pode-se citar a necessidade de seus estadosmembros
reagirem à influência e ao crescimento das transnacionais norte-americanas e japonesas. Nesse
caso, a integração econômica e política traria melhorias significativas no panorama europeu.
UM POUCO DA HISTÓRIA
Para alcançar as proporções de hoje, a União Européia passou por contínuos processos de
evolução. Em 1950, ainda entre os vestígios e desavenças da Segunda Guerra Mundial e os rumores da
Guerra Fria, a Europa necessariamente buscava paz e fortalecimento econômico. Em tal contexto, surge,
no Tratado de Paris, como o primeiro estreitamento de laços, a CECA (Comunidade Européia de Carvão
e Aço), acordo firmado em 1951 pela Alemanha Ocidental, França, Itália, Países Baixos, Luxemburgo e
Bélgica. A meta principal da CECA era a integração das indústrias do carvão e do aço entre estes países.
Um pouco depois, em 1957, o Tratado de Roma fortalece a UE, criando a Comunidade Econômica
Européia (CEE), a qual deu aos seus integrantes, dentre outras coisas, estabilidade econômica e
intercâmbios acadêmicos. Em 1973, a Dinamarca, o Reino Unido e a Irlanda aderem à União Européia.
Nesta constante expansão, um outro marco é atingido tendo em vista a unificação: o Tratado de
Maastricht em 1991. Nele foi estabelecida de maneira sólida a União Monetária e Econômica.
Por fim, mais países se tornaram membros: em 2004, Chipre, Malta, Estônia, Letônia, Lituânia,
Hungria, Polônia, República Tcheca, Eslováquia e Eslovênia; e em 2007, Bulgária e Romênia. Países
como Croácia, Turquia e Macedônia mostram-se fortes candidatos à adesão ao bloco, buscando
desenvolver as devidas condições, com base em reformas, para chegar a esse ideal.
ECONOMIA, CONSTITUIÇÃO E EURO
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Basicamente, a economia adotada pela UE é o capitalismo liberal, cujas bases resvalam a
liberdade econômica e o mercado concorrencial, voltado à livre circulação de mercadorias e visando
proporcionar benfeitorias à população.
A fim de aumentar ainda mais a força do bloco e o poder na política externa, foi proposta a
inserção de um Estado Único, organizado por uma Constituição. Assim sendo, todas as decisões seriam
tomadas em conjunto, abandonando o seu caráter individualista. Embora 18 países tenham aceitado o
projeto da Constituição Européia, ele não entrou em vigor, pois que, em 2005, países como a França e a
Holanda, por exemplo, assumiram posições contrárias.
Em dezembro de 2007, os 27 chefes de Estado dos Estados-Membros da UE assinaram o Tratado
de Lisboa que, em substituição ao fracassado projeto da Constituição Européia, traz novamente à tona a
discussão em torno da implantação de uma base comum para os países. Para ser implantado, no entanto,
este tratado precisa ser ratificado por cada um dos Estados, sendo que a sua entrada em vigor está prevista
para 1° de janeiro de 2009. Atualmente, o processo de ratificação está e curso na Itália, Espanha, Bélgica,
Países Baixos, Suécia e Chipre. Em recente referendo realizado este mês na Irlanda, o Tratado de Lisboa
foi rejeitado, o que poderá representar um obstáculo à sua implantação, a despeito de a maioria dos
integrantes da UE já o terem ratificado.
A implantação de uma única moeda, o Euro, foi uma das grandes conquistas da União Européia.
Esta moeda comum possibilita facilidades no comércio dos estados-membros e já foi introduzida em 15
dos 27 membros. Prevê-se que, com a exceção da Grã-Bretanha e da Dinamarca, a tendência de todas as
outras nações é adotar o Euro, o qual cada vez mais se valoriza e ganha força no mercado internacional,
ocasionando perdas ao dólar.
METAS E OBJETIVOS
Os objetivos centrais deste poderoso bloco econômico tangem a expansão da unidade política,
social e econômica, que já se mostra bastante desenvolvida. Outra meta essencial baseia-se em conferir
melhor qualidade de vida e de trabalho aos cidadãos à medida que se exerce controle nas desigualdades
sociais entre os membros do bloco, um problema que ainda predomina.
A INFLAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO
08/06/2008
51
Recentes dados do Banco Mundial sobre as taxas de inflação preocupam diversas nações ao redor
do mundo. Fatores como a crise nos alimentos e o preço do barril de petróleo são apontados como causas
pelos economistas. Entenda um pouco mais como funcionam os mecanismos por trás da inflação.
Mapa da Inflação no mundo(2006). Fonte: Wikipédia
CONCEITO E CAUSAS
Podemos definir inflação como a queda no poder de compra da moeda de um país, o que, de
maneira geral, equivale a uma alta generalizada nos preços. Entende-se também a inflação como a
expressão do valor real do dinheiro a cada tempo; desta perspectiva, funcionaria como um termômetro
para os investimentos.
Os principais fatores que interferem nos índices de inflação são o aumento nos custos de produção
e o aumento no consumo. Quando ocorre redução dos fatores de produção disponíveis, o custo de
produção tende a aumentar, o que acarreta a redução na produção e, por conseguinte, a redução na oferta
dos bens de consumo e o aumento nos seus preços. Os preços podem subir ainda em virtude de um
aumento na demanda de consumo sem que haja aumento da oferta. Este último processo é a causa mais
comum de inflação.
O aumento de preços de gêneros alimentícios faz com que a inflação se “espalhe” pela economia,
pois eleva os custos de toda cadeia produtiva. Em alguns casos, é difícil distinguir a inflação gerada por
custos ou por demanda; as causas podem vir entrelaçadas.
Muitos economistas destacam ainda a influência da especulação na alta dos preços. É o que teria
ocorrido, por exemplo, com a subida dos preços do barril de petróleo, que há pouco mais de um ano
custava U$ 60 e atualmente chegou a atingir cerca de U$ 139 em Nova Iorque. Muitos investidores teriam
apostado na tomada do produto como lastro econômico, em face da desvalorização do dólar.
CONSEQÜÊNCIAS
A inflação pode trazer inúmeras conseqüências tanto para a economia quanto para a sociedade.
Em geral, ela freia o crescimento econômico do país, uma vez que causa perda de renda e decorrente
contenção no consumo.
Seus impactos ocorrem de maneira distinta em diferentes economias. Mesmo sendo um problema
que assola todos os países, os que estão em desenvolvimento, como o Brasil, e as populações de menor
poder aquisitivo sofrem mais, pois têm maiores dificuldades para proteger a sua renda.
52
Quando ocorre desvalorização da moeda, em face da dificuldade de renegociação de contratos e
salários, a compensação é feita com o aumento geral dos preços. Diante deste mecanismo, alguns
economistas entendem como saudável para o equilíbrio do comércio uma leve taxa inflação; a
manutenção de uma taxa zero, caracterizada pelo congelamento de preços, poderia sacrificar outros
setores econômicos com perda de lucros e empregos.
BRASIL
No Brasil, no período inicial do governo de José Sarney, o índice inflacionário alcançou os 223,8
% ao ano. Em 1986, o Plano Cruzado conteve o aumento com o congelamento dos preços e salários e o
fim da correção monetária. A inflação disparou novamente e só foi derrubada no final do governo Itamar
franco com o Plano Real em 1994, mantendo-se baixa durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
No atual governo, o controle da inflação é uma das metas a serem cumpridas. Em 2006, a média
da inflação foi de 3,6% ao ano, em 2007, este número chegou a 4,7%. O principal mecanismo de controle
utilizado é o aumento das taxas de juros (taxas cobradas pelo empréstimo de dinheiro. A taxa básica é
definida pelo Banco Central), o que levanta crítica de setores que querem baratear o crédito para estimular
o crescimento da economia.
SITUAÇÃO MUNDIAL
A taxa de inflação mundial atingiu o seu maior índice desde 1999, chegando à casa dos 5,5% ao
ano. A economia mundial não vivenciava um surto inflacionário como este desde 1970, quando tensões
no Oriente levaram a uma alta generalizada nos preços do petróleo.
O fantasma da inflação ameaça o crescimento mundial. Na Europa, a taxa chegou aos 3,5%, maior
nível desde o início da década de 1990. Nos Estados Unidos, bate na casa dos 3,9%; na China está em
8,5%, a maior em 12 anos; na Rússia, passou de 8% para 14%.
No entanto, atualmente, as causas do aumento na inflação não são vinculadas a um problema
específico como este na década de 1970, mas está associado à soma de inúmeros fatores. Essa recente
escalada de preços vem apoiada principalmente nos preços de petróleo, produtos agrícolas e metais, sendo
que a subida nos preços do petróleo acaba por pressionar os preços dos alimentos e dos metais pela via
dos custos de produção.
Os alimentos e os metais têm sofrido forte alta nos últimos meses. Com o crescimento sem
precedentes de países como Índia e China, a uma taxa que chegou a dois dígitos anuais, o consumo
mundial desses produtos disparou. No entanto, muitos economistas relutam em atribuir o atual aumento
da inflação ao aumento do consumo em países emergentes.
Alguns economistas apontam como causa a expansão da produção dos biocombustíveis, que
compete pelos investimentos com a produção de alimentos. Nos EUA e em alguns outros países, grande
parte da área antes dedicada ao cultivo de alimentos passou a ser usada na produção de matérias primas
para os biocombustíveis. Ainda interferem nos preços fatores sazonais como a seca pela qual passa a
Austrália, uma das grandes produtoras agrícolas do mundo, e a quebra de safras na Ásia de produtos
como o arroz, o que reduziu a sua oferta acarretando a alta nos preços.
Diante da complexidade da questão, a análise das suas causas requer a consideração de diversos fatores
relacionados com as diversas economias mundiais, cada vez mais entrelaçadas em meio ao processo de
globalização.
TEXTOS RELACIONADOS:
· BIOCOMBUSTÍVEIS
· RAZÃO, PROPORÇÃO E PORCENTAGEM
53
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE
Publicada em 30/08/2008
Os aspectos econômicos e sociais de um país estão intimamente relacionados. O deslocamento da
população, seus hábitos de consumo e a oferta de empregos são elementos influenciados por aspectos
econômicos. No entanto, o conceito de desenvolvimento econômico não coincide com o de
desenvolvimento social.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E PROBLEMAS SOCIAIS
No Brasil, por muito tempo acreditou-se que o crescimento econômico por si só seria capaz de
eliminar problemas como a pobreza e a desigualdade social. A onda de crescimento econômico
vivenciada no período pós Segunda Guerra Mundial conferiu ao Brasil a posição de 8ª maior economia do
mundo, mas a parcela pobre da sociedade sofreu as conseqüências deste crescimento. A crise econômica
vivenciada na década de 1980 revelou as bases de um desenvolvimento excludente e concentrador,
evidenciando o acúmulo da maior parte da riqueza gerada nas mãos de uma pequena parcela da
população.
O sistema econômico brasileiro, de bases capitalistas e industriais tem seus contornos delineados
em grande parte pela atividade das empresas de iniciativa privada, o que favorece a canalização dos
lucros para as classes que detém os meios de produção.
O crescimento econômico não só diferencia-se do desenvolvimento social, como, em muitos
casos, pode ir de encontro a este gerando desequilíbrios. Um típico exemplo desta relação é a
interferência do crescimento econômico nos processos migratórios como o êxodo rural; a ascensão
econômica e industrial de determinada região pode acarretar o crescimento desordenado das cidades, o
crescimento de favelas e a geração de subempregos. Tal situação evidenciou-se no Brasil com o fluxo
migratório de nordestinos para o sudeste do país em busca de melhores condições de vida. Na década de
1980, pelo próprio desaquecimento da economia, este fluxo reduziu, mas a cidade de São Paulo ainda
hoje é um dos locais que mais recebe migrantes no país.
Na década de 1990, houve um aumento no acesso a bens duráveis como automóveis, geladeiras,
televisores e uma melhoria nos serviços de infra-estrutura, como coleta de lixo, saneamento básico,
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fornecimento de energia, etc. No entanto, tais conquistas não significam que todos os brasileiros
conseguiram sair da linha da miséria e da exclusão social; grande parte da população até hoje sequer tem
acesso às redes de água encanada.
A implantação do Plano Real, em 1994, com o controle da inflação e o aumento dos investimentos
na economia, trouxe o equilíbrio nas contas e um momento de estabilização econômica, acarretando
mudanças nos hábitos de consumo da população, que obteve um aumento no poder de compra. Este
movimento, influindo nas demandas de consumo, gerou fenômenos como a explosão automobilística e
imobiliária, mas uma enorme parcela da população continuou e continua segregada e privada de
condições dignas de vida.
A SITUAÇÃO ATUAL DA SOCIEDADE
Pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela o crescimento da classe média do
país, que já chega a 52% do total da população. O aumento na classe C, composta pelas famílias com
rendimento entre R$ 1064 e R$ 4.591, superou o pico notado em 2004, quando representava 42,49% dos
brasileiros.
A classe E, formada por famílias que ganham no máximo R$ 768, apresentou redução, sendo que
em 2002 era de 42,80% e atualmente representa 32,59% dos brasileiros. Esta classe abriga a parcela da
população classificada como miserável, que atualmente corresponde a 21,16% da população. Essa é a
menor taxa desde 2002, mas representa 36 milhões de brasileiros.
Também houve redução nas classes A e B - com rendimentos maiores que R$ 4.590 - que hoje são
15,52% contra 19,99%, em 2002. A classe D, que recebe entre R$ 768 e R$ 1064, ficou estável no
período. Com base nas pesquisas mensais de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e dados do próprio Ministério do Trabalho, o estudo da FGV verificou ainda diminuição das
desigualdades sociais e da miséria, que caiu 30% nos últimos seis anos.
Atualmente, o país experimenta um ritmo de crescimento econômico mais acelerado do que o
previsto, mas fica cada vez mais evidente a necessidade de fortalecer um plano de desenvolvimento que
garanta o direcionamento dos êxitos econômicos a efetivas melhorias sociais.
TEXTOS RELACIONADOS:
· POPULAÇÕES, CIDADES E POBREZA
· A INFLAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO
BIOCOMBUSTÍVEIS
02/06/2008
Os Biocombustíveis são fontes de energias renováveis que podem ser obtidas através de materiais
biológicos como a cana-de-açúcar, biomassa, plantas oleaginosas e muitos outros. Em razão dos danos
ambientais causados pelos combustíveis fósseis (petróleo, derivados, carvão e gás natural) e do possível
esgotamento do petróleo, torna-se uma questão substancial desenvolver energias renováveis e mais
limpas.
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O último relatório divulgado pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas)
ratificou a gravidade do problema climático enfrentado pelo planeta. A emissão de gases poluentes (CO2,
CH4, N2O...) à atmosfera, advindos da queima de combustíveis fósseis, vem contribuindo para o aumento
da temperatura média terrestre (Aquecimento Global) o que pode acarretar grandes impactos ao planeta,
como a perda da biodiversidade, o derretimento das geleiras e a escassez de alimentos. Portanto, a busca
de uma saída compatível economicamente com a situação atual traz à tona a substituição dos
combustíveis fósseis pelos biocombustíveis e outras fontes renováveis.
CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS BIOCOMBUSTÍVEIS
Os exemplos mais comuns de biocombustíveis são: o etanol, o biodiesel, a biomassa, o metanol e
o biogás. Vejamos um pouco sobre eles:
Etanol
O etanol ou álcool etílico é obtido principalmente da cana-de-açúcar e a sua utilização tem o
intuito de substituir a gasolina. O Brasil destaca-se mundialmente como pioneiro na implantação de etanol
na sua matriz energética, sendo hoje o maior produtor, consumidor e exportador deste biocombustível.
Em torno de 73% dos veículos vendidos no nosso território aceitam tanto gasolina quanto álcool
(automóveis bicombustíveis).
Despertando o interesse mundial, o etanol se mostra uma alternativa vantajosa em relação à
gasolina e ao diesel, uma vez que o gás carbônico (CO2) liberado na sua queima é reabsorvido pelo
canavial, diminuindo, pois, a poluição atmosférica. Entretanto, esta alternativa possui fatores negativos,
pois pode induzir a monocultura da cana-de-açúcar, isto é, um vasto plantio de um único vegetal, o que
implica perda de diversidade, desgaste do solo, além do risco de uma praga ou doença prejudicarem
intensamente a produção.
Biodiesel
O biodiesel é um biocombustível originado de matérias-primas como a soja, o pinhão-manso, a
mamona, o dendê, o girassol e a macaúba. Desenvolvido com intuito de substituir o diesel do petróleo, ele
pode ser misturado a este normalmente, funciona como lubrificante (aumentando a resistência do motor) e
não possui enxofre em sua composição. Além disso, é menos poluente, mais econômico e estimula a
geração de empregos.
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No Brasil, a implantação do biodiesel ocorreu no final do ano de 2004 de acordo com lançamento
oficial do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Desde o ano passado, é obrigatória a
inserção de 2% de biodiesel no diesel comum e aditivado. Em 2013, esta porcentagem atingirá 5%.
Biomassa
Classifica-se como biomassa a energia renovável proveniente de qualquer material orgânico.
Dessa maneira, restos de madeira, de cana-de-açúcar, óleo vegetal, estrume do gado, resíduos florestas,
lixo urbano são exemplos de biomassa. A biomassa é uma energia limpa, pode ser utilizada na geração de
energia elétrica através do bagaço da cana, diminui o lixo, pois este também poderá ser usado na
produção de energia e possui menor custo, sendo acessível a populações de baixas rendas. No Brasil, a
biomassa responde pela parcela de 30,1% da matriz energética.
Biogás
O biogás consiste numa mistura de gases, sobretudo o metano, gerada pela ação de bactérias na
decomposição da matéria orgânica. Ele pode ter como fontes os excrementos de animais ou resíduos
agrícolas. A utilização desta energia limpa e barata abrange diversas áreas, podendo atuar em geradores,
em aquecedores de água, geladeiras, fogões, na substituição do gás liquefeito do petróleo e em outros.
TEXTOS RELACIONADOS:
· AQUECIMENTO GLOBAL - UMA VISÃO PANORÂMICA
· S.O.S. MEIO AMBIENTE
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· ENERGIA FONTES E CRISES
· O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
· CRÉDITOS DE CARBONO: ECOLÓGICO x MERCADOLÓGICO
· CLIMATOLOGIA
A SITUAÇÃO DOS ÍNDIOS NO BRASIL
23/05/2008
Composta pelos primeiros habitantes da América, a população indígena, a partir do processo de
colonização do continente, sofreu um grande decréscimo. Estima-se que, na região que atualmente
corresponde ao território brasileiro, à época da chegada dos europeus, existiam entre 2 milhões e 5
milhões de índios que se distribuíam entre cerca de 1,4 mil povos que falavam 1. 300 línguas distintas.
A colonização agressiva e dominadora, somada a outros males trazidos com o contato com
diferentes costumes e enfermidades, causaram grande impacto social e demográfico sobre os nativos.
Segundo dados da Funai (Fundação Nacional do Índio), a população indígena em 2007 somava 512 mil
indivíduos, sendo identificadas apenas 180 línguas nativas. Existem 614 reservas reconhecidas pela Funai
como indígenas, que são habitadas por 225 povos.
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OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS INDÍGENAS
A Constituição Federal do Brasil, em apreço à sua posição enquanto primeiro dono das terras
brasileiras, reconhece aos índios os direitos originários sobre as terras que ocupam tradicionalmente. São
terras sob o domínio da União, que transfere aos índios o direito de usufruir dos recursos naturais nelas
existentes. Conforme o texto constitucional, pertencem aos índios as terras habitadas em caráter
permanente, usadas para suas atividades produtivas e imprescindíveis à preservação dos recursos
ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus
usos e costumes.
É assegurada a qualquer índio, comunidade ou organização indígena a legitimidade para reclamar
seus direitos e interesses perante a justiça, com a intervenção do Ministério Público nos atos processuais
realizados.
O direito à educação é também garantido pela legislação brasileira, sendo conferida aos povos a
escolha dos seus próprios caminhos de desenvolvimento, como a utilização das línguas maternas no
ensino fundamental e aplicação de meios próprios de aprendizagem, para que sejam respeitados os seus
costumes e modos de vida.
COMO VIVEM OS ÍNDIOS?
Estudos apontam para um significativo crescimento populacional indígena. Segundo dados da
Funai, a população que em 2000 era de 328mil indivíduos cresceu para 512 mil em 2007. No entanto, isso
não significa boas condições de vida para esta parcela da população nacional. Inúmeros são os problemas
enfrentados pela grande maioria da população indígena espalhada pelas diversas áreas do país, cujas
condições de vida são inferiores às dos negros e brancos.
Em diversas áreas do país, a proximidade das aldeias com as periferias urbanas, associada ao
crescimento populacional indígena e às limitadas dimensões das reservas força a migração de índios para
as cidades em busca de empregos no agronegócio. Isso acaba por deixá-los expostos a condições de vida
ainda piores.
As terras ocupadas – Diversas discussões se travam em torno da demarcação das terras indígenas. Hoje,
cerca de 13 % do território nacional é reservado aos índios, o que para muitos seria um exagero. No
entanto, defende-se a necessidade de utilização de extensas áreas para que possam ser preservados
costumes como o nomadismo e as atividades extrativistas praticados por diversos povos.
A saúde – Ainda é enorme a incidência de doenças na população indígena. Isso ocorre mesmo em caso de
doenças já superadas pelo país. Enfermidades como Hepatite B e C e Malária assolam uma considerável
parte da população. Além disso, os índices de mortalidade infantil são gritantes: de cada mil crianças
índias nascidas, 51 morrem antes do primeiro ano de vida, sendo que a taxa nacional é de 26,6 para cada
mil nascidos.
A educação – Os estudos apontam para um crescimento na taxa de alfabetização dos índios, sendo que,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1991, menos de 50% da população
indígena era alfabetizada; no ano 2000, este índice chegou a alcançar os 73,9%. O número de anos de
estudo para os indígenas de 10 anos ou mais de idade passou de 2 anos em 1991 para 3,9 anos em 2000.
Para a média da população em geral, este indicador era de 5,9 anos em 2000.
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Atualmente, há cerca de 3 mil professores índios que lecionam nas 2.300 escolas indígenas do
país. Estima-se ainda que cerca de 1.300 jovens índios cursem o nível superior. Diversas universidades
reservam atualmente cotas para o ingresso de estudantes índios em seus cursos superiores.
Zonas de tensão – Em geral, relacionam-se às áreas disputadas pelos interessados no desenvolvimento da
agropecuária, de atividades extrativistas, como a mineração e a extração de madeira nas áreas das
reservas. Conflitos também ocorrem com o avanço de pescadores e madeireiros sobre as regiões
indígenas do Parque Indígena do Xingu. Sérios embates ainda foram travados diante da análise dos
impactos da construção de Usina Hidrelétrica na região do Rio Xingu, que interferiria no modo de vida
dos índios que habitam a região.
A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE INDÍGENA
Em muitas regiões do país, os índios são vistos de maneira preconceituosa. Isso ocorre sobretudo
em áreas em que as populações rurais disputam com eles oportunidades de sobrevivência. Muitas vezes, a
própria política local, viciada por interesses de elites municipais em explorar recursos ambientais, acaba
por incentivar o tratamento discriminatório e as invasões territoriais.
Por outro lado, a população que vive mais afastada tende a manter uma imagem idealizada o índio.
Por fim, o que se nota é uma visão freqüentemente distorcida da realidade e dos valores indígenas.
Vale ressaltar que o processo de transformação dos usos e costumes faz parte da dinâmica de
qualquer sociedade; diferente não seria nas indígenas. A difusão da língua portuguesa e da utilização de
roupas e utensílios advindos do intercâmbio cultural com os demais segmentos da sociedade não apagam
a identidade étnica dos povos indígenas e não afasta a necessidade de que sejam compreendidos dentro da
sua diversidade.
A VOZ DO ÍNDIO
Cada vez mais, os índios participam das discussões governamentais voltadas à implementação de
políticas direcionadas às suas comunidades. Em 2007 foi oficializada a Comissão Nacional de Política
Indigenista (CNPI), que possui 33 cadeiras das quais 20 são reservadas para representantes dos índios.
Trata-se de um órgão consultivo vinculado ao Ministério da Justiça, criado no sentido de garantir a
defesa dos direitos dos índios e para auxiliar na criação do Conselho Nacional de Política Indigenista, até
então pendente, que substituirá a comissão, destinado à atuação permanente neste sentido e com atuação
deliberativa, e não apenas consultiva.
O caminho para a resolução das questões aqui suscitadas perpassa pelo respeito e pela
compreensão das diversidades étnicas e culturais existentes entre os povos. Particularmente na questão
indígena, o grande desafio é ter uma sociedade que perceba os índios como cidadãos, sujeitos de direitos e
deveres tanto quanto qualquer outro brasileiro e plenamente capazes de intervir nas decisões do país
ENGENHARIA GENÉTICA
08/05/2008
A Engenharia Genética ou tecnologia do DNA recombinante pode ser classificada como um
conjunto de técnicas referentes à manipulação do DNA. A evolução dessa área permitiu ao homem um
melhor manuseio do material genético, podendo, com isso, inserir genes de um indivíduo em outro
completamente diferente, como também isolar e multiplicar segmentos de DNA. Esta tecnologia traz à
humanidade uma influência inovadora através da sua aplicação na indústria alimentícia, no
desenvolvimento de medicamentos e vacinas e na agropecuária.
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UM POUCO DA HISTÓRIA
O primeiro passo para a expansão genômica foi dado quando os pesquisadores James Watson e
Francis Crick organizaram o modelo estrutural da molécula de DNA em 1953. Mais tarde, em 1973,
ocorre de fato o surgimento da Engenharia Genética no momento em que os cientistas norte-americanos
Stanley Cohen e Wayne Boyer conseguiram transferir um gene de uma rã para o DNA de uma bactéria,
que, em seguida, multiplicou o gene do anfíbio.
MANIPULAÇÃO DO DNA E ENZIMAS DE RESTRIÇÃO
Um instrumento muito importante na tecnologia do DNA recombinante são as chamadas enzimas
de restrição. Estas enzimas, produzidas naturalmente por bactérias a fim de eliminar o DNA de vírus
invasores, são capazes de cortar este ácido nucléico em locais específicos.
As bactérias, em especial a Escherichia Coli, são um dos materiais biológicos mais utilizados nos
laboratórios de Engenharia Genética. Geralmente, as células bacterianas possuem no citoplasma outras
moléculas de DNA denominadas plasmídeos. Os genes dos plasmídeos fabricam enzimas de restrição e
dão às bactérias resistência a antibióticos.
Dessa maneira, pode-se fragmentar o DNA humano, por exemplo, cortando-o com uma enzima de
restrição na parte onde se localiza o gene desejado. Em seguida, tal fragmento de DNA é unido ao DNA
de um plasmídeo dando origem a um plasmídeo recombinante. Ao se inserir o plasmídeo recombinante
numa bactéria, se esta reproduzir-se, haverá a formação de milhões de cópias do DNA humano utilizado.
Este mecanismo é chamado de clonagem molecular.
APLICAÇÕES DA ENGENHARIA GENÉTICA
São muitas as aplicações da Engenharia Genética. Na indústria alimentícia, podemos citar a
produção de alimentos transgênicos, isto é, organismos que são geneticamente modificados com intuito
de torná-los mais resistentes a pragas e agrotóxicos, além de melhorar as características nutricionais.
Da mesma forma, vem tornando-se cada vez mais comum o emprego desta tecnologia na
fabricação de produtos farmacêuticos, como a insulina e o hormônio de crescimento humano, que já são
comercializados nas farmácias. Isso foi possível com auxílio de bactérias produtoras de hormônios e
proteínas, utilizadas desde o início das pesquisas.
Há ainda a produção de vacinas com base nessas técnicas. Em 1982, pesquisadores desenvolveram a
vacina do DNA recombinante contra a hepatite B, que é mais vantajosa por não precisar de refrigeração e
por ser aplicada em dose única.
Sem dúvida alguma, a Engenharia Genética é um ramo da ciência muito promissor e que
possivelmente revolucionará, num futuro próximo, as nossas vidas. Isso tudo, tendo em vista que o
domínio do material genético, como foi visto, proporciona melhorias em diversos âmbitos da sociedade.
Já se fala em Geneterapia, área voltada para a pesquisa e o tratamento de doenças genéticas. Estimam
que seja possível curar estas doenças com base na substituição dos genes defeituosos por cópias perfeitas.
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Porém, tais procedimentos ainda estão na sua fase inicial, não havendo, por enquanto, experiências com a
espécie humana.
TEXTOS RELACIONADOS:
Transgênicos, Células-tronco
TRANSGÊNICOS
29/04/2008
Os transgênicos são organismos geneticamente modificados (OGMs), obtidos através da inserção de
genes de outros indivíduos, que lhes dão novas características. Esse processo é realizado principalmente com base
nos recursos da Engenharia Genética. A importância deste tipo de mecanismo se dá devido aos alimentos
transgênicos serem mais resistentes a pragas e agrotóxicos, ganhando também melhoras no aspecto nutricional, a
partir do momento em que se altera características genéticas.
A primeira safra comercial de soja transgênica foi colhida por agricultores norte-americanos em 1996.
Desde então, criou-se uma grande polêmica a respeito do cultivo e do consumo destes alimentos alterados. Isso
ocorre, porque não se tem uma certeza quanto aos prejuízos à saúde humana e aos impactos naturais que eles
possam causar. Portanto, a questão passou a abranger o âmbito social, econômico e ambiental.
Correntes de estudiosos argumentam que é necessário ter cautela em relação a esse assunto, salientando
que ao se produzir transgênicos, pode-se gerar desequilíbrios nos ecossistemas, pois as plantas que não forem
modificadas, por exemplo, poderão ser extintas pelo processo de seleção natural, visto que as modificadas são
mais resistentes. É possível também que o cultivo de plantas transgênicas elimine espécies como abelhas,
minhocas e outros animais. Por outro lado, a Organização para a Agricultura e Alimentação da ONU (FAO)
mantém-se a favor dos transgênicos. Ela afirma, dentre outras coisas, que foram muitas as vantagens econômicas
propiciadas por estes produtos e que ainda não existem casos de danos à saúde.
Estimou-se que, no ano de 2005, 56% da soja, 30% do algodão, 20 do milho eram transgênicos. Muitos
países são veementemente contrários à plantação e à comercialização destes produtos em razão dos fortes apelos
ambientais. O Brasil é o terceiro maior produtor de transgênicos do mundo, estando atrás da Argentina e dos
Estados Unidos. Segundo a Lei de Biossegurança brasileira, são permitidas a produção e a comercialização de
soja transgênica desde 2005.
Logicamente, inúmeros fatores precisam ser analisados ante a quantidade de questionamentos, críticas e
progressos, até que se tenha uma solução global para esse debate. Ainda assim, faz-se essencial conhecer a fundo
as conseqüências da interferência humana na natureza, em especial, quando se trata de um ponto tão importante
como o código genético.
CÉLULAS-TRONCO
01/03/2008
Sendo a causa de muitas polêmicas e de uma possível revolução nas áreas médicas e científicas, as
células-tronco tornaram-se assunto de destaque em todos os setores da atualidade. Mas, o que são essas
células e de que maneira elas podem contribuir para o avanço da ciência?
Resumidamente, as células-tronco, também conhecidas como células estaminais, são células
primordiais, capazes de originar, através da divisão celular, tecidos e muitas outras células. Elas podem
estar na forma adulta ou na forma embrionária, sendo encontradas em diferentes partes do corpo
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(embrião, fígado, medula óssea, placenta, sangue etc.). As células embrionárias (pluripotentes), somente
presentes nos embriões, efetuam uma alta diferenciação celular, isto é, têm a capacidade de se
transformar em outros tecidos do corpo humano, como por exemplo, em ossos, nervos ou músculos; já as
adultas (multipotentes), estão presentes em tecidos especializados, diferenciando-se com algumas
restrições e originando células especificas do tecido de que proveio.
Em decorrência da diferenciação celular, as células-tronco revelam-se como uma descoberta
promissora para a cura de inúmeras doenças. Com auxílio delas, a implantação e reconstrução de tecidos
podem combater doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, o diabetes (tipo 1), o câncer, a
osteoporose e muitas outras. Contudo, ainda não se pode afirmar que essas novas perspectivas consolidarse-
ão, pois, ainda há muito a se descobrir sobre as técnicas e mecanismos de controle voltados para a
diferenciação e o desenvolvimento celular.
Apesar da previsão dos futuros benefícios que serão proporcionados pelo progresso dos estudos
relativos às células estaminais, a utilização das mesmas vem criando debates nos principais segmentos da
sociedade. A Igreja Católica, estudiosos e até alguns cientistas assumem uma posição contrária a esse tipo
de pesquisa. Principalmente porque, a extração de células-tronco embrionárias provoca a morte de
indivíduos, ainda que embriões, o que na opinião deles é um desrespeito à ética e à vida. Os cientistas a
favor das células-tronco refutam esses argumentos salientando que embriões inférteis (incapazes de gerar
vida) podem oferecer células-tronco perfeitas; e que o sacrifício de embriões poderá ajudar a reconstruir
tecidos e conseqüentemente salvar vidas.
Por enquanto, não existe uma definição para esse impasse, que cria discussões nos campos éticos,
políticos e morais. Porém, a própria ciência apresenta bases para a sua solução. Pesquisadores americanos
de biotecnologia descobriram um jeito de produzir células-tronco extraindo apenas uma célula do
embrião, o que não acarretaria a sua morte; um grupo de estudiosos japoneses conseguiu fazer com que
células adultas de camundongos funcionassem como células embrionárias, o que dispensa o uso de
embriões.
Certamente, haverá uma maneira de se estabelecer um consenso entre as partes, tendo em vista as
vantagens que essas células podem trazer, ao mesmo tempo em que se mantém um compromisso com as
questões sociais; tudo isso, em prol de um bem maior e global: a evolução do homem como ferramenta
capaz transformar o meio em que vive.
NANOTECNOLOGIA
07/04/2008
A nanotecnologia é um ramo da ciência que abrange diversas outras áreas do conhecimento,
como a medicina, a computação, as ciências naturais, a eletrônica e etc. Ela caracteriza-se pelo domínio e
pela construção científica de estruturas e materiais muito pequenos, analisados na escala dos nanômetros
(para se ter uma idéia, um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro). A principal meta da
nanotecnologia é dominar com precisão as técnicas de produção de equipamentos átomo por átomo, o
que, como já prevêem os cientistas, anuncia uma nova revolução tecnológica.
Embora o surgimento da nanotecnologia tenha possivelmente ocorrido há mais de 50 anos, a primeira
abordagem difundida sobre ela ocorreu nos anos 80, pelo cientista Eric Drexler através do livro “Engines
of creation” (Motores da Criação). Apesar da obra de Drexler ter sido classificada, em alguns aspectos,
como ficção científica, ela ratificou a possibilidade de construção de um mecanismo que, através de certa
programação, pudesse montar, átomo por átomo, materiais e aparelhos quaisquer imaginados pelo
homem.
Outro fator preponderante e decisivo para a evolução da nanociência, e, por conseguinte, da
nanotecnologia foi a descoberta do microscópio de varredura por tunelamento eletrônico, em 1981, na
Suíça, por pesquisadores da IBM. Esse microscópio deu ao homem a capacidade de visualizar estruturas
extremamente pequenas, influenciando promissoramente o desenvolvimento dessa área.
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A rapidez com que essa tecnologia cresce traz à tona inúmeras perspectivas que podem
transformar substancialmente a humanidade; sobretudo, quando se predispõe a solucionar questões que
até então se mostravam complicadas. A principal atuação da nanotecnologia é na medicina; estima-se que
dentro de poucos anos a produção de nanocápsulas carregadas com drogas ajudará no tratamento de
doenças, direcionando essas nanoestruturas para locais determinados do corpo. Entretanto, ainda há muito
que se descobrir.
A importância da nanotecnologia para o Brasil é muito grande, pois pode promover o crescimento
da economia, estimulando, portanto, o desenvolvimento do país. Em 2001, o Brasil iniciou oficialmente
as pesquisas de nanociência e, em seguida, foi instituído o Plano de Desenvolvimento da Nanociência e
Nanotecnologia. Segundo especialistas, o Brasil tem se organizado de maneira produtiva na questão da
nanociência, porém, devido à falta de recursos, a nanotecnologia, levando em consideração a produção de
materiais, a inserção no mercado e a comparação com países desenvolvidos, é praticamente inexistente.
Sem dúvida alguma, os avanços obtidos pelos estudos sobre essas ciências e as possíveis
conquistas futuras confirmam o início de uma grande revolução tecnológica. Contudo, é importante
salientar que existem riscos, como por exemplo, a nanopoluição, que se torna bastante nociva em
decorrência das pequenas dimensões dos nanomateriais, que podem, inclusive, causar danos ainda
desconhecidos.
O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
06/04/2008
O Desenvolvimento Sustentável é comumente definido como aquele capaz de satisfazer as
necessidades do presente, sem que seja comprometida a capacidade das futuras gerações de
satisfação das suas necessidades.
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No entanto, para compreender o sentido desta expressão, tão falada atualmente no cenário político,
econômico e social mundial, é preciso realizar uma investigação mais detalhada sobre o contexto do seu
surgimento e as transformações que alteraram o seu conceito ao longo do tempo.
UM BREVE HISTÓRICO
A partir da consolidação da Revolução Industrial, as bases ideológicas e filosóficas desenvolvidas
influenciaram a formação de uma postura econômica baseada no progresso, que passa a ser o norte do
desenvolvimento da nações, sobretudo das capitalistas que se estruturavam àquela época. Isso implicava
no estímulo ao consumo aliado à implantação de mais e mais fábricas, estruturadas no sentido de garantir
o melhor aproveitamento das matérias-primas e um maior crescimento econômico como conseqüência.
Os sérios danos ambientais trazidos por esta postura, como a extinção de espécies, as chuvas
ácidas, o aquecimento global, etc., acarretaram o florescimento de uma consciência ambiental associada à
defesa de uma atitude alternativa e pacifista que se opunha à noção de desenvolvimento a qualquer custo,
trazendo as primeiras noções de sustentabilidade. No entanto, é preciso visualizar que as raízes desta
discussão, além de estarem relacionadas às necessidades sociais de combate à miséria e de preservação do
meio ambiente, também se relacionam com a própria necessidade de adaptação dos mercados cuja
produção dependia da matéria-prima.
Aos poucos, a nova noção de desenvolvimento sustentável foi sendo incorporada às discussões
realizadas nas conferências internacionais sobre o meio ambiente até ser tomada como parâmetro de
conduta dentre as metas aprovadas por mais de 160 países presentes na Eco-92, Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. No ano de 2002, na Rio
+10, Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em Johanesburgo, África do Sul, de
maneira mais sistemática, foi discutido o que seria o tripé de apoio de uma empresa sustentável, que
difere da simples noção de responsabilidade social, tomada apenas como um passo na direção da
sustentabilidade.
O TRIPÉ DE SUSTENTABILIDADE
O parâmetro antigo de desenvolvimento sustentável, que se relacionava com o patrimônio e com o
lucro de uma empresa, país ou estado, transforma-se na noção de um tripé de sustentabilidade que além
do aspecto econômico, preza a análise dos impactos ambientais e sociais do desenvolvimento. Este tripé
constitui-se basicamente em três aspectos: Pessoas, Planeta e Lucro, reconhecidos pela sigla PPL ou, no
inglês, PPP (People, Planet and Proift).
Tratando-se de Pessoas, a análise se dá tanto sobre o capital humano da empresa (condições de
trabalho oferecidas aos empregados, seu bem estar e saúde, adequação à legislação vigente, etc.), quanto
sobre a interferência nas comunidades ao redor, que se traduzem pelo papel social da empresa. No tocante
à perna Planeta do tripé, avalia-se o capital natural da empresa, que deve medir as conseqüências de sua
modificação a curto, médio e longo prazo. Isto envolve além do uso consciente dos recursos naturais e a
utilização de meios para a sua reposição, a adequação aos tratados ambientais como o Protocolo de
Kyoto. A perna do Lucro faz referência à sustentação e crescimento econômico da empresa. Estes três
pilares de sustentação apenas podem ser tomados em sua plena funcionalidade, se analisados de maneira
integrada e harmônica. No entanto, estudiosos do assunto ainda destacam a importância de se avaliar o
componente político das ações desta empresa ou sociedade, relacionado com uma postura efetivamente
coerente com a noção de desenvolvimento esperada, e o componente cultural, que são os valores,
limitações e vantagens da sociedade em que está inserida a entidade em questão.
A medição da sustentabilidade do desenvolvimento de determinado país ou sociedade, é realizada
a partir da leitura de diversos índices. Dados como O PIB (Produto Interno Bruto), que aponta para a
receita total de uma região, não são suficientes para demonstrar o nível de desenvolvimento sob o prisma
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do novo conceito. Sua análise deve ser associada à de outros índices, como o IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) para que possam ser oferecidas conclusões além do aspecto monetário.
Um exemplo de índice criado para realizar esta medição é o chamado GPI, sigla americana para a
expressão Indicador de Progresso Genuíno, que se aproxima do conceito contemporâneo de
sustentabilidade, analisando aspectos mais detalhados como a distribuição da renda entre as camadas
sociais, as perdas de recursos naturais, o nível educacional do país, a adequação das empresas às
legislações ambientais e sociais vigentes, etc..
PRINCIPAIS CRÍTICAS
Um guinada tão significativa no paradigma de desenvolvimento leva tempo para se amoldar às
reais necessidades do nosso planeta e para ser incorporada na conduta de países com interesses tão
distintos no cenário mundial. A crítica se encarrega de apontar as “falhas” e utopias envolvidas pela
questão.
Uma das principais críticas em torno do ideal de desenvolvimento sustentável se dá em torno da
sua própria viabilidade, posto que, para muitos, não haveria sentido em se falar na sustentabilidade de
sistemas isolados, já que os resultados dependeriam da integração de todos os sistemas que compõem o
planeta.
Sustenta-se que o ranço do conceito de desenvolvimento associado ao progresso, deixado
principalmente nas culturas de modelo capitalista, impõe a análise da necessidade de mudança no próprio
estilo de vida que levamos para que se possa alcançar as virtudes da sustentabilidade. Para outros, a noção
de distribuição igualitária de renda seria barrada pelo próprio pilar do lucro que integra o tripé da
sustentabilidade.
Outras críticas são direcionadas para as brechas deixadas pelos próprios mecanismos de incentivo
ao controle das ações anti-ambientais, como é o caso dos Créditos de Carbono, que acabariam por
legitimar a degradação ambiental a partir da concessão do direito de poluir.
O fato é que a questão é polêmica e, mesmo que diversas medidas representem progressos no
caminho da sustentabilidade, muitos obstáculos irão persistir enquanto os interesses individualistas de
determinadas nações se sobrepuserem à consciência holística do funcionamento global.
CRÉDITOS DE CARBONO: ECOLÓGICO X MERCADOLÓGICO
03/03/2008
A preocupação em torno das mudanças ambientais causadas pelo aquecimento do planeta
incentivou a criação de mecanismos de controle da emissão de gases poluentes na atmosfera. Os créditos
de carbono, estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 pela maioria dos países da ONU
(Organização das Nações Unidas), funcionam como um destes mecanismos.
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Imagem: Google
O dióxido de carbono (CO2) contribui para a manutenção da temperatura do planeta e, quando
emitido em excesso, junto com os demais Gases do Efeito Estufa (GEE), atua na retenção do calor na
atmosfera do planeta, aumentando a temperatura global. O CO2, liberado a partir da queima de
combustíveis fósseis, chega a representar cerca de 80% dos gases responsáveis pelo Efeito Estufa
advindos da ação antrópica, segundo informações fornecidas pela ONU.
Tomando-se como base as indústrias mais poluentes de cada país, as agências reguladoras de
proteção ao meio ambiente concedem certificados de emissão de uma quota de gás poluente estabelecida
com base numa meta de redução. As indústrias que têm a emissão de dióxido de carbono reduzida
recebem créditos para a emissão deste poluente, de forma que a quantidade de créditos é proporcional à
quantidade do gás que deixou de ser emitida. Tais indústrias recebem também o direito de negociar estes
créditos com os interessados no mercado interno ou externo.
Desta maneira, os créditos de carbono, também chamados de “Reduções Certificadas de Emissões
- RCE”, funcionam como uma espécie de moeda de negociação das quotas de emissão entre os países que
os recebem e os países que não atingem as metas de redução traçadas. Um crédito equivale ao lançamento
de uma tonelada de CO2 na atmosfera e pode ser negociado no mercado internacional como qualquer
ação de uma empresa a partir da sua cotação em dólares na Bolsa de Valores.
Para muitos países, a redução na emissão de poluentes representa um obstáculo ao
desenvolvimento econômico, o que fortalece ainda mais o apelo mercantil das negociações dos créditos,
tornado cada vez mais rentáveis as transações em torno destes. Os países europeus e o Japão são os que
mais negociam créditos de carbono por conseguirem ótimos resultados na redução do lançamento dos
gases poluentes, sendo que os maiores compradores são a Austrália e os EUA.
De fato, a criação dos créditos funciona como um incentivo à preservação ambiental, tanto por
serem baseados em cotas iniciais já limitadas, quanto pelo próprio estímulo às empresas que desejem
negociar com os créditos obtidos, devendo, para tanto, criar projetos que resultem na redução dos Gases
do Efeito Estufa.
No entanto, cumpre notar que a atribuição de valor monetário às quotas de emissão de poluentes pouco
estimula a consciência ecológica global, na medida em que confere aos países mais desenvolvidos e
densamente industrializados o direito de continuar poluindo. Para muitos críticos do assunto, os grandes
favorecidos com as transações realizadas com os créditos de carbono são os intermediários financeiros e
especuladores, e não o meio ambiente em si.
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ENERGIA FONTES E CRISES
15/10/2007
A energia é considerada um dos
bens mais importantes de uma
nação, sendo um dos itens
analisados para medir o
desenvolvimento de um país. As
fontes de energia também estão
diretamente ligadas ao meio
ambiente, de modo que o uso de
qualquer fonte deve levar em conta
o impacto ambiental causado.
Mas para compreender a
questão energética de forma
aprofundada, precisamos entender o
que é energia e as funções dela para a sociedade.
Uma das primeiras formas de energia é a humana. Através do alimento que ingerimos podemos
realizar diversas atividades. Depois, a descoberta do fogo permitiu um salto na qualidade de vida da
humanidade: o homem passou a interferir de forma mais concreta na realidade, cozinhando o alimento,
aquecendo-se, transformando outros materiais.
Desde cedo, o ser humano também descobriu que poderia usar os animais como fonte de energia
para realizar trabalhos na lavoura ou para o transporte. Passou a utilizar a energia do vento através de
moinhos, que da mesma forma, podiam ser movidos pela força das águas.
A história do homem é marcada pela utilização da energia. A cada nova descoberta, uma nova
etapa no desenvolvimento da civilização. Assim, é a partir da Revolução Industrial que se passou a fazer
uso da máquina a vapor. Ela aumentou o rendimento nas fábricas ao substituir a energia gerada por seres
humanos. A invenção marcou a mecanização do trabalho, transformando para sempre os métodos
tradicionais de produção.
Com a invenção da eletricidade, mais transformações ocorreram e uma série de confortos passou a
fazer parte de nosso cotidiano. De lá pra cá, o consumo energético em todo mundo tem aumentado de
forma assombrosa.
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A energia necessária para abastecer o planeta aumentou em 922% durante o século passado.
Pesquisas mostram que na passagem do século 19 para o 20, o mundo consumia o equivalente a 911
milhões de toneladas de óleo, o que representa agora apenas o uso de óleo na América Latina. O consumo
per capita aumentou em 260%. Mesmo assim, este consumo não é distribuído de forma igualitária. Os 5%
mais ricos da população mundial consomem 58% da energia disponível, enquanto os 50% mais pobres,
menos de 4% dessa energia. Estima-se que dois bilhões de pessoas no planeta ainda vivem sem ter acesso
à energia elétrica e dependem exclusivamente da utilização de combustíveis fósseis. Somente na China,
100 milhões de pessoas vivem nessa condição.
Em meados do século XXI seremos 10 bilhões de pessoas em todo o mundo, o que pode significar
três vezes mais consumo que o atual. Alguns analistas não são otimistas e prevêem uma crise mundial de
abastecimento energético.
As opções para evitar a crise são combustíveis fósseis como o carvão, que possui reserva maior
que a de petróleo e gás que estão sendo reduzidas ano-a-ano; a energia nuclear por fissão e fusão; além
das energias renováveis que envolvem diretamente o uso da luz solar, da força das águas, do vento e da
biomassa.
SAIBA MAIS!
- A energia térmica e luminosa liberada pelo fogo foi a primeira a ser controlada pelos ancestrais
do homem, há 500 mil anos. A madeira era o principal combustível utilizado na época;
- As carroças movidas por animais surgiram em 3.500 a.C. na Suméria. A roda d'água surge em
3000 a.C, na Babilônia.
- A China adotou o carvão como fonte de energia por volta de 1.000 a.C. À medida que o carvão
da superfície escasseava, ele começou a ser escavado, mas não conseguiu substituir a madeira.
- Em 1640, o petróleo foi extraído de um poço na Itália e começou a ser utilizado na iluminação
de rua.
- Em 1901, Pierre Curie descobriu que cada grama de rádio liberava 140 calorias por hora. A
descoberta indicou a existência da energia radioativa, que mais tarde seria chamada de energia
atômica.
S.O.S. BIODIVERSIDADE
15/10/2007
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Comunidades científicas e entidades governamentais e não-governamentais ambientalistas vêm
chamando a atenção para a perda de biodiversidade no planeta. Os principais motivos para esta alerta
mundial, se dá com a degradação biótica agravada com o crescimento populacional humano e pela
distribuição desigual da riqueza.
Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica, um dos mais importantes instrumentos
internacionais relacionados ao meio-ambiente, biodiversidade "significa a variabilidade de organismos
vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros
ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a
diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas” (Artigo 2 da Convenção sobre
Diversidade Biológica). Ou seja, descreve a riqueza e a variedade do mundo natural.
Para entender o que é a biodiversidade, é importante considerar o termo em dois níveis diferentes:
todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou
ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras.
A interferência do homem em habitat’s estáveis aumentou significativamente nos últimos anos,
gerando perda de biodiversidade. Isso pode ser percebido através do aumento da devastação de florestas e
o desequilíbrio na utilização sustentável da diversidade biológica. Outros fatores também influenciam
para esta perda, como a introdução de espécies e doenças exóticas, o uso de híbridos e monoculturas na
agroindústria e nos programas de reflorestamento, além da contaminação do solo, água, e atmosfera por
poluentes e as mudanças climáticas.
O QUE É A CDB? (Fonte: www.cdb.gov.br)
A Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB é um dos principais resultados da Conferência
das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - CNUMAD (Rio 92), realizada no Rio
de Janeiro, em junho de 1992. É um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao
meio-ambiente e funciona como um guarda-chuva legal/político para diversas convenções e acordos
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ambientais mais específicos. A CDB é o principal fórum mundial na definição do marco legal e político
para temas e questões relacionados à biodiversidade (168 países assinaram a CDB e 188 países já a
ratificaram, tendo estes últimos se tornado Parte da Convenção).
A CDB tem definido importantes marcos legais e políticos mundiais que orientam a gestão da
biodiversidade em todo o mundo: o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, que estabelece as regras
para a movimentação transfronteiriça de organismos geneticamente modificados (OGMs) vivos; o
Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, que estabelece,
no âmbito da FAO, as regras para o acesso aos recursos genéticos vegetais e para a repartição de
benefícios; as Diretrizes de Bonn, que orientam o estabelecimento das legislações nacionais para regular o
acesso aos recursos genéticos e a repartição dos benefícios resultantes da utilização desses recursos
(combate à biopirataria); as Diretrizes para o Turismo Sustentável e a Biodiversidade; os Princípios de
Addis Abeba para a Utilização Sustentável da Biodiversidade; as Diretrizes para a Prevenção, Controle e
Erradicação das Espécies Exóticas Invasoras; e os Princípios e Diretrizes da Abordagem Ecossistêmica
para a Gestão da Biodiversidade. Igualmente no âmbito da CDB, foi iniciada a negociação de um Regime
Internacional sobre Acesso aos Recursos Genéticos e Repartição dos Benefícios resultantes desse acesso.
A CDB estabeleceu importantes programas de trabalho temáticos nas áreas de biodiversidade
marinha e costeira, biodiversidade das águas continentais, biodiversidade florestal, biodiversidade das
terras áridas e sub-úmidas, biodiversidade das montanhas e biodiversidade dos sistemas agrícolas
(agrobiodiversidade). Adicionalmente a CDB criou iniciativas transversais e programas de trabalho sobre
áreas protegidas, conservação de plantas, conservação e uso sustentável dos polinizadores, transferência
de tecnologias, medidas de incentivo econômico, proteção dos conhecimentos tradicionais dos povos
indígenas e comunidades locais associados à biodiversidade, educação e sensibilização pública, entre
outras.
CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO
Publicada em 29/08/2008
Uma das áreas mais conflituosas do planeta, com guerras desencadeadas pelas mais diversas
razões, o Oriente Médio compreende uma região de cerca de 15 países localizados a leste e sul do Mar
Mediterrâneo, alguns deles são: Irã, Iraque, Israel, Palestina, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Líbano,
Turquia e Jordânia.
Ao todo são cerca de 270 milhões de habitantes que possuem uma grande diversidade cultural,
religiosa e étnica, fonte de grande parte dos conflitos da região. Além disso, o Oriente Médio possui uma
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das maiores jazidas de petróleo e gás do mundo (chega a abrigar cerca de dois terços das reservas do
planeta), o que há muito desperta a cobiça das grandes potências mundiais.
Clima de tensão no Iraque (Fonte: Reuters)
ORIGENS HISTÓRICAS DOS CONFLITOS
No início do século XX, com a descoberta e a valorização do petróleo, países europeus,
interessados nas jazidas do Oriente Médio, promoveram a partilha asiática dividindo o território entre
França e Inglaterra. Por volta de 1926, cerca de 90% da produção mundial ficou sob o domínio de um
cartel formado por sete companhias petroleiras internacionais conhecidas como “Sete Irmãs” (cinco delas
eram norte-americanas). Desde então, mesmo com a retomada de parte do controle sobre o petróleo por
parte dos países árabes, sucessivas crises e conflitos em torno dos preços e do domínio sobre o produto
marcaram a região.
Muitos historiados ainda relacionam a ocorrência dos conflitos em grande parte à forma como foi
realizada a partilha franco-britânica, que acabou por influenciar a divisão geopolítica da região sem o
devido respeito às fronteiras étnicas e religiosas pré-existentes.
Uma das marcas dos sistemas de governo dos Estados do Oriente Médio que contribuem para a
eclosão de conflitos é a sua fragilidade. A maioria deles, recentemente formados, enfrenta ameaças de
fragmentação em virtude de conflitos sociais. Internamente, a base do poder em muitos Estados está
relacionada com grupos locais e familiares, que seguem o sistema de dinastias, ou mesmo por grupos
religiosos.
Em 1948 foi criado o Estado de Israel, formado por judeus, ocupando-se o território que
historicamente pertencia à Palestina, gerando uma guerra entre árabes e israelenses, além do
deslocamento de milhares de árabes e palestinos de suas casas. Os conflitos entre os povos do Oriente
Médio voltaram a eclodir em outras ocasiões. Dentre elas, destacam-se a Guerra dos Seis Dias (1967),
relacionada à expansão do Estado de Israel, que acarretou o desalojamento de 500 mil palestinos; a
Guerra do Yom Kippur (1973), em que Egito e Síria, no feriado israelense sagrado do Yom Kippur,
tentaram surpreender Israel para retomar as regiões tomadas na guerra anterior; a Guerra do Líbano
(1982), uma invasão de Israel ao território libanês para atacar os palestinos que lá viviam; a Guerra Irã
X Iraque (1980-1988), em que tropas Iraquianas comandadas por Saddam Hussein invadiram o território
do Irã com o apoio dos EUA. Além destas, inúmeras outras guerras ocorreram com base na disputa por
territórios e no poder sobre o petróleo e nas disputas religiosas.
71
A DIVERSIDADE DOS POVOS
Os povos do Oriente Médio são basicamente árabes, turcos, persas, judeus e curdos, sendo que a
maioria da população é adepta do Islamismo, religião que se fundamenta nas revelações do profeta
Maomé.
Sunitas e xiitas: Após a morte do profeta, um Cisma foi criado dividindo os fiéis em dois grupos: os
sunitas e os xiitas, que divergem quanto à ascendência do povo muçulmano. Os xiitas crêem que após a
morte do profeta, apenas o seu primo e genro Ali seria seu sucessor legítimo, sendo o primeiro califa
muçulmano, cujos descendentes (também parentes do profeta) teria originado o povo da região. Os
sunitas, considerados mais ortodoxos, crêem na legitimidade dos quatro califados que sucederam o
profeta e em seus ensinamentos, nem todos parentes de Maomé, que teriam dado origem ao povo.
Também diferem quanto à vinculação do líder político à religião: para os xiitas, o líder político deve ser
um enviado de Deus, enquanto os sunitas não fazem esta ligação.
No Oriente Médio, a grande maioria da população é sunita (mais de 85%), mas em algumas
regiões, como o Iraque, a maioria é de xiitas (entre 60 e 65% da população). As divergências entre os dois
grupos marcaram toda a história do Oriente Médio depois do Cisma, mas nos últimos tempos gerou a
caracterização de um estado de guerra civil.
Os Curdos: São um grupo étnico originário da região do Curdistão, hoje dividida entre Iraque, Irã, Síria e
Turquia, formado por cerca de 25 milhões de indivíduos, que representa o maior grupo étnico sem Estado
no mundo. Sofreram enorme repressão durante as últimas décadas no regime ditatorial de Saddam
Hussein. Após a derrubada do regime, ganharam maior autonomia e reivindicam a criação de um estado
próprio.
A INTERFERÊNCIA NORTE AMERICANA
Dentre os diversos fatores que condicionaram o recente aumento dos conflitos noOriente Médio,
está a política norte americana perante a região. Com base na idéia de que os EUA, enquanto
superpotência mundial, têm o dever e o direito de proteger o mundo da ação terrorista, o governo Bush,
sobretudo após os atentados de 11 de setembro de 2001, tem adotado uma política de ataques preventivos
contra um suposto “eixo do mal” (seria formado pelo Irã, Iraque e Coréia do Norte).
A postura norte americana compreende a tomada de decisões unilateralmente, ou seja, sem a
consulta aos organismos multilaterais como a ONU. Um típico exemplo desta postura foi a invasão ao
Iraque em 2003, que foi baseada na idéia de guerra preventiva e acentuou inúmeros problemas já
existentes.
PRINCIPAIS CONFLITOS
Em linhas gerais, quatro são os principais pontos de tensão envolvendo o oriente médio e,
consequentemente toda a comunidade mundial. São eles:
Israel e Palestinos
As tensões criadas desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, acarretam ainda hoje ameaças
de cisão no território, que já está parcialmente dividido por regiões descontínuas na Faixa de Gaza e na
Cisjordânia. Atualmente, há um novo conflito na região entre os dois principais grupos palestinos. De um
lado, o Fatah (favorável ao entendimento com os israelenses) e Hamas (organização mais radical que
sustenta a destruição de Israel). As divergências entre as duas facções chegaram ao conflito armado, que
resultou na divisão do território; atualmente, o Fatah domina a região da Cisjordânia, enquanto o Hamas
controla a Faixa de Gaza.
Ocupação do Iraque
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Dede 2003, a coalizão comandada pelos EUA e pelo Reino Unido ocupou a região, que
atualmente vivencia uma situação de guerra civil entre sunitas e xiitas, com conflitos e atentados suicidas
quase diariamente. Há a estimativas de que, desde 2006, ocorram por mês 3 mil mortes causadas pela
violência. A situação dos refugiados no Iraque, segundo dados da ONU, já representa um deslocamento
de pessoas maior que o desalojamento dos palestinos quando da criação do Estado de Israel.
Os xiitas, minoria entre os muçulmanos, mas maioria no Iraque, foram muito oprimidos durante o
regime ditatorial de Saddam (1979-2003). No pós-guerra iraquiano, tanto sunitas quanto xiitas tentam
controlar o poder, os primeiros querem retomar o domínio sobre a região e impedir que a ocupação dos
EUA reduza a influência sunita, enquanto os segundos querem revidar os tantos anos de humilhações e
agressões sofridas.
A derrubada do regime de Saddam Hussein pelo governo norte-americano, teria a finalidade de
instaurar um regime democrático na região, mas inúmeros obstáculos podem surgir, inclusive
relacionados à própria cultura local que não está familiarizada com a dissociação entre Estado e Religião.
Irã e suspeitas de ameaça nuclear
A república islâmica do Irã sofre pressões por parte da ONU para que interrompa o seu programa
de enriquecimento de urânio, processo que, se realizado com finalidade pacífica, está em conformidade
com as normas e tratados internacionais. Se por um lado o governo iraniano garante que o processo é
realizado para fins pacíficos, por outro, as grandes potências mundiais desconfiam e temem que a real
finalidade seja a construção de armas atômicas.
Tensões entre Síria e Líbano
Líbano e Síria estiveram por muito tempo ligados; compunham juntos o Império Turco-Otomano,
passando a pertencer à França após a Primeira Guerra mundial, quando foram administrativamente
separados. A Síria dominou o Líbano por 30 anos e atualmente é acusada de sustentar o Hezbollah,
partido político islâmico devidamente legalizado no Líbano, como uma forma de interferir na política
libanesa.
Em 2006, o Líbano sofreu um ataque violento por parte de Israel, visando atingir o, Hezbollah que
é visto pelos EUA e por Israel como um grupo terrorista. Para os EUA, também o Irã estaria ligado à
organização terrorista apoiando o Hezbollah.
TEXTOS RELACIONADOS:
PETRÓLEO: ESCASSEZ INEVITÁVEL
120 ANOS DE ABOLIÇÃO: DA LEI ÁUREA ÀS COTAS
Publicada em 14/06/2008
Em meio ao processo de colonização do Brasil, o modelo escravista de produção foi oficialmente
implantado na economia da colônia como forma de sustentar a exploração da monocultura e auxiliar o
enriquecimento da metrópole européia.
A manutenção dos latifúndios, ao lado do lucrativo tráfico negreiro, contribuiu para a permanência
da exploração da mão-de-obra escrava negra no Brasil por cerca de três séculos, o que interferiu
decisivamente nas relações sociais aqui desenvolvidas e na introdução do negro como elemento social no
nosso processo histórico.
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Foi no bojo de uma sociedade impregnada pela idéia de superioridade dos senhores brancos que
surgiram as bases da segregação dos afro-descendentes que perdura até hoje no nosso quadro social.
A LEI ÁUREA
Assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel, a lei extinguiu oficialmente a escravidão do
Brasil e previu a indenização dos cafeicultores pela perda dos escravos alforriados. No entanto, muitas
críticas recaem em torno dos seus reais efeitos e, sobretudo, das intenções por trás da sua assinatura.
As bases da criação da lei eram influenciadas por correntes humanistas que à época se opunham à
“coisificação” do negro, legitimada pela postura do estado e pelo ordenamento jurídico. As relações entre
senhores e escravos eram regidas conforme o direito de propriedade, conferindo aos proprietários plenos
direitos de fruir, dispor e “danificar” a “coisa” em seu poder. Também influenciaram a criação da lei os
movimentos abolicionistas dos próprios negros, que lutavam inconformados com as privações que lhes
eram impostas.
Por outro lado, o pano de fundo desta transformação caracterizava-se por um momento econômico
que já anunciava a falência do modelo escravista pela introdução da mão-de-obra assalariada européia.
Mais uma vez atendia-se a interesses da elite colonial.
Ademais, quando da sua promulgação, grande parte dos escravos do Brasil já tinha conquistado
sua liberdade por outros meios. Além das alforrias conquistadas com o apoio das campanhas
abolicionistas, o número de escravos também diminuíra em função da Lei Eusébio de Queirós de 1850,
que proibia o tráfico negreiro; da Guerra do Paraguai (1864-1870), que recrutou milhares de negros com
base na promessa de liberdade; da Lei do Ventre Livre (1871), que conferia liberdade aos nascidos a
partir da sua criação e da Lei dos Sexagenários (1885), que alforriava os escravos com mais de 60 anos de
idade.
Apesar de notável, a Lei Áurea não trouxe melhoras na condição social e econômica dos exescravos.
Sem formação escolar nem profissão definida, para a maioria deles, a simples emancipação
jurídica não mudou sua condição subalterna, muito menos ajudou a promover sua cidadania ou ascensão
social.
DE LÁ PRA CÁ...
Nestes 120 anos de abolição oficial da escravatura, a discriminação racial ainda perdura na
memória social do país, o que é refletido na marginalização e exclusão social dos afro-descendentes,
grande parcela da população brasileira.
Como contraponto às grandes dificuldades seculares impostas aos negros, a resistência
manifestada acaba por singularizar esta parcela da sociedade e por desempenhar um significativo papel
nas conquistas rumo à igualdade. Paradoxalmente, mesmo com a cultura brasileira sendo constituída em
74
sua grande parte por elementos da cultura negra, as conquistas na cidadania ainda muito deixam a desejar
na busca pela equidade no tratamento de concidadãos. A duras penas, os movimentos de resistência
desempenham um papel diferenciado nas conquistas sociais, mas ainda muito há de ser feito para que se
alcance a devida inclusão e construção da cidadania do povo negro no Brasil.
Num país tão miscigenado, o mito da democracia racial desmorona diante da associação entre o
elemento racial e as variáveis sociais e econômicas. A transformação de um quadro social tão afetado
perpassa por medidas capazes de promover o resgate da história e da valorização da cultura do povo
negro, para que a identidade cultural e os papéis sociais possam ser repensados. Muitos dos danos
trazidos historicamente pelo racismo e pelo preconceito a que essa população foi submetida ao longo dos
anos são irreparáveis, mas há diversas formas de promover compensações.
AÇÕES AFIRMATIVAS
Trata-se de medidas adotadas de maneira temporária no sentido de afastar a segregação
historicamente construída a partir de ações positivas do Estado, ou mesmo de entidades privadas, capazes
de concretizar o princípio constitucional da igualdade entre os cidadãos.
O sistema de cotas raciais, adotado no Brasil desde 2001, é um tipo de ação afirmativa que visa
garantir oportunidades mais igualitárias para os afro-descendentes através da reserva de vagas nas
entidades de ensino superior. São medidas de caráter emergencial cujo funcionamento foi projetado para
produzir efeitos em paralelo com outras medidas de reforma do ensino. Atualmente, segundo pesquisa do
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 2,37% de 331 mil matrículas anuais em universidades
públicas brasileiras são destinados a negros cotistas.
A indução de transformações por meio de ações do próprio Estado remonta à sua responsabilidade
em promover a reparação dos prejuízos trazidos por este processo histórico acidentado e desigual de
construção da cultura. Se por muito tempo a manutenção destas desigualdades foi apoiada pelo Estado,
nada mais acertado que a promoção de transformações parta da utilização dos meios de que ele próprio
dispõe para intervir na dinâmica social.
TEXTOS RELACIONADOS:
ıA Crise no Sistema Colonial Brasileiro
ı A Colonização do Brasil
ı História (Geral e do Brasil)
A CRISE NO SISTEMA COLONIAL BRASILEIRO
Publicada em 09/11/2007
As diversas transformações ocorridas no mundo ao final do século XVIII tornaram cada vez mais
insustentável o modelo mercantilista de produção. O exclusivismo imposto pela metrópole com o Pacto
75
Colonial passou a representar um obstáculo à própria expansão do modo de produção capitalista, que
atendia agora aos interesses industriais e liberais.
Ao lado da economia, a sociedade também se transformava com a influência da Revolução
Industrial e com a difusão dos ideais iluministas na colônia, como a livre organização do trabalho e da
atividade comercial para o alcance da prosperidade dos indivíduos e da própria nação. Aos poucos, o
fortalecimento do mercado interno e a diversificação das atividades da colônia evidenciavam a
possibilidade de autonomia. Os altos tributos cobrados e as exigências do Pacto Colonial se tornavam
cada vez mais insuportáveis e a independência dos EUA concedeu o estímulo necessário aos sonhos
emancipatórios da colônia brasileira.
Desde o final do século XVII até o início do século XVIII, diversos movimentos de oposição ao
sistema colonial eclodiram, mas ainda não objetivavam a ruptura com a metrópole, apenas atacando
algumas posturas tomadas, é o caso da Guerra dos Emboabas, Guerra dos Mascates, Revolução dos
Beckmans e Revolta de Vila Rica.
Apenas no fim do século XVIII é que surgiram movimentos de oposição frontal à metrópole, ou
seja, de cunho efetivamente separatista. Os principais movimentos ocorreram na Bahia, Conjuração
Baiana, e em Minas Gerais, Inconfidência Mineira.
A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
O declínio na produção de ouro iniciado por volta de 1763, diminuindo a arrecadação da
metrópole, fez com que esta aumentasse a pressão fiscal sobre os mineradores, que eram acusados de
contrabando e sonegação.
Em 1750, o Quinto, imposto cobrado sobre o ouro que circulava na colônia, foi fixado pelo
Marquês de Pombal em 100 arrobas anuais (1500 quilos de ouro). Não sendo atingida esta quantia
mínima, ocorreria a temida derrama, cobrança realizada pelo exército sobre toda a população. Com a
crise do ouro, as dívidas com a metrópole aumentaram e já somavam cerca de 600 arrobas, o que
anunciava a iminência da derrama.
Enquanto isso, intelectuais da elite mineira (poetas Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio
Gonzaga, membros do clero, como o Cônego Luís Vieira, militares, como Francisco de Paula Freire, etc.)
se reuniam em segredo, sob a influência dos ideais iluministas, para planejar a revolução que libertaria a
colônia da opressão de Portugal.
Quando em 1788, o Visconde de Barbacena, novo governador indicado por D. Maria I (assumira o
trono com a morte de D. José I) anunciou a execução de uma enorme derrama para regularizar a dívida da
colônia, os ânimos da elite revolucionária foram exaltados no sentido de iniciar a revolução. Entretanto,
não contavam com a delação de um dos inconfidentes: o coronel Joaquim Silvério dos Reis, que,
endividado com a Fazenda Real, resolveu denunciar os preparativos do movimento inconfidente em troca
do perdão das suas dívidas.
A derrama foi suspensa e adiada para 1789 e a Coroa se encarregou de punir os inconfidentes
condenando à morte 11 de seus membros (por óbvio, os mais influentes foram poupados), e o alferes
Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, um dos membros mais pobres, apontado como líder do
movimento, teve a maior das penas: fora enforcado e esquartejado.
A Inconfidência fracassou não só por causa da traição sofrida, mas também por não ter tido o
poder de envolver o povo na revolução, o que fez com que, apesar das boas intenções, o movimento
reunisse apenas boas idéias e propostas, sem o poder para uma transformação profunda.
A CONJURAÇÃO BAIANA
76
O movimento estava associado à Crise do Açúcar, iniciada no século XVII. A partir de 1763,
quando a capital foi transferida da Bahia (Salvador) para o Rio de Janeiro, a situação se agravou, pois o
estado baiano decaiu, mas foi mantida a mesma carga tributária imposta no auge do Ciclo do Açúcar.
Ainda existiam outros problemas enfrentados pelos soldados e pelos comerciantes e a independência seria
a única forma de livrar a região da opressão.
Diferente da Inconfidência ocorrida em Minas Gerais, as difusão dos ideais iluministas de
igualdade, liberdade e soberania popular não ocorreu apenas em núcleos elitistas, mas também entre as
camadas populares, reunindo negros libertos, escravos, soldados, comerciantes, sapateiros, alfaiates (por
isso o movimento também ficou conhecido como Revolta dos Alfaiates), etc. A revolução na Bahia
ganhou uma feição social e muito mais radical e ousada, propondo uma transformação na estrutura social
da colônia, por meio do combate à dominação étnica além da econômica. Objetivava acabar com a
escravidão e com o racismo.
O caráter popular do movimento decorreu não só da sua composição, mas também do seu
referencial histórico: além da Independência dos EUA (1776) e da Revolução Francesa (1789), foi
influenciado pela Independência do Haiti, iniciada em 1792 e proclamada também popularmente através
da luta dos negros nos domínios franceses de São Domingos.
A difusão das idéias foi feita por meio de faixas, pichações e boletins espalhados pela cidade de
Salvador, mas, assim como na Inconfidência Mineira, um delator entregou o movimento para as
autoridades e a violenta repressão se deu com a prisão de mais de 100 revolucionários e com o
enforcamento, na praça da Piedade, em Salvador, de quatro mulatos líderes do movimento: dois alfaiates,
João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira e dois soldados, Lucas Dantas de
Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens.
A COLONIZAÇÃO DO BRASIL
Publicada em 15/10/2007
Entre a descoberta do Brasil e a colonização propriamente dita, houve um lapso de tempo em que
a Coroa Portuguesa não se interssou pela exploração direta das terras encontradas. Mesmo mantendo-se o
monopólio da metrópole sobre o pau-brasil (estanco), implantou-se aqui o sitema de feitorias, que
viabilizava a extração do pau-brasil por particulares,o que também era interessante pois rendia impostos
para a Coroa e proteção para as terras.
Este lapso, conhecido como período pré-colonial, durou de 1500 a 1530, quando a colonização fez-se
necessária por diversos fatores, como:
1. As constantes investidas dos exploradores franceses, a fim de se apropriarem da região.
2. A crise no comércio de especiarias com o Oriente (atividade à qual vinha se dedicando a Coroa
Portuguesa).
3. A descoberta de jazidas de ouro na América espanhola. Como as terras eram próximas, os
interesses sobr o Brasil foram despertados.
A partir da expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, que colheu informações sobre a
região e criou as devidas condições para a ocupação, D. João III, então rei de Portugal, cria um plano de
colonização consistente na divisão administrativa do território em Capitanias Hereditárias, e na
exploração econômica da agromanufatura açucareira.
A instalação de uma estrutura agrícola capaz de satisfazer à política mercantilista de lucro da
metrópole, exigia investimentos superiores às possobilidades das elites portuguesas e foi aí que o
investimento holandês veio a calhar. Deu-se início então ao Ciclo do Açúcar (séulos XVI – XVII), cujos
maiores beneficiados foram os tais holandeses, pois o acerto com Portugal lhes conferia o direito de
transportar, refinar e distribuis o açúcar no mercado europeu. Portugal ficaria responsável pela
administração do projeto e teria o retorno dos impostos cobrados sobre as transações comerciais.
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A ECONOMIA
Portugal impunha à colônia Brasileira o Pacto Colonial, segundo o qual, a colônia só poderia
comercializar com a metrópole. O sistema de produção adotado foi o de Plantation, baseado na
exportação e na monocultura dos latifúndios. A mão-de-bra usada não poderia ser assalariada, pois,
devido à enorme quantidade de terras disponíveis, surgiria a possibilidade de surgimento de médias e
pequenas propriendades,o que era incompatível com a implantação dos latifúndios. O trabalho escravo se
encaixava perfeitamente aos propósitos mercantilistas (investimento mínimo e ganho máximo).
A utilização da mão-de-obra negra africana em lugar da indígena era incentivada pela Igreja
Católica, que via nos índios uma massa útil à expansão do catolicismo por meio da Catequese e das
Missões. Ainda havia um outro motivo: os índios conheciam profundamente a região, o que facilitava as
fugas e a resistência anti-escravista. Estava “justificada”, tanto pela economia mercantilista, quanto pela
religião vigente, uma das maiores atrocidades vivenciadas pela humanidade: a violência física e cultural
contra os povos africanos, arrancados de suas terras para serem vendidos como objetos no mercado
escravista. A consolidação do tráfico negreiro foi ainda estimulada, pois este revelou-se uma atividade
extremamente lucrativa.
POLÍTICA
Em1548, resolveu-se pela criação de um Governo Geral para a colônia, com um governador
(também chamado de vice-rei) que detinha autoridade sobre a colônia sendo auxiliado pelo Capitão-mor
(defesa contra invasões), Ouvidor-mor (auxílio jurídico) e Provedor-mor (cuidava das finanças e
impostos). Os primeiros governadores indicados foram: Tomé de Souza, fundador de Salvador, primeira
capital brasileira, Duarte da Costa e Mem de Sá.
Com a finalidade de firmar uma estrutura administrativa capaz dar o retorno esperedo aos
investidores holandeses, a Coroa Lusitana implantou o sistema de Capitanias Hereditárias, divindo o
território da colônia de Norte a Sul em 15 faixas de terra, que seriam doadas a nobres fidalgos
responsáveis por promover a sua administração. Após a doação, o nobre passava a se chamar Capitão
Donatário, que assumia direitos e deveres perante o Rei por meio de um documento chamado Foral. O
Capitão teria direito a explorar todas as riquezas da capitania, desde que pagasse o Quinto, tributo de
20% sobre o lucro bruto.
Com o tempo, as constantes invasões indígenas e estrangeiras, associadas ao isolamento das
Capitanias (ficavam muito distantes da Metrópole e a comunicação era difícil), e à falta de recursos,
cominaram no fracasso das Capitanias. Todas prosperaram politicamente tornando-se províncias e estados
posteriormente, mas apenas vingaram economicamente com o cultuvo de açúcar Pernambuco, São
Vicente e Bahia.
Subordinadas às capitanias, existiam as Câmaras Municipais, organismos de poder local, que
estavam sob o domínio dos “homens bons”, grandes proprietários de terras e escravos.
SOCIEDADE
Era em grande parte rural, o campo era o centro das atividades, e isolada, em razão da autonomia e
auto-suficiência do engenho. Era uma sociedade fortemente marcada pelo patriarcalismo machista, em
que as decisões eram vinculadas à figura do pai de família.
O peder econômico era muito importante na decisão das ordens sociais, mas não o suficiente para
se sobrpor às questões raciais.
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A primeira camada social erta composta pelos Senhores de Engenho, na seguda ficavam os
homens-livres (assalariados, profissonais liberais, funcionários publicos, jesuítas, etc.) e a classe inferior
era composta pelos índios e escravos.
DECADÊNCIA
O Ciclo do Açúcar começa a decair a partir de 1654. Em 1580, com a morte do reio de Portugal,
Cardeal D. henrique, o trono fora assumido por Felipe II, Rei da Espanha filho de Cralos V, iniciando-se
assim a União Ibérica. Nesta mesma época, a Holanda conquistava sua independência com relação ao
Império Espanhol de Felipe II, que como retaliação, impôs inúmeras restrições ao comércio entre a
Holanda e a Espanha, o que atingiu também o comércio açucareiro com o Brasil.
A Holanda agora objetivava retomar o comércio brasileiro por meio da invasão do teritório, para
tanto, funda a Comanhia das Índias Ocidentais. Em 1624, a capital Soteripolitana foi tomada pelos
holandeses, que foram expulsos no ano seguinte. Uma nova investida foi realizada em 1630, gerando
cinco anos de luta na região até que, por fim, a elite dos engenhos acolheu os holandeses reconhecendo as
vantagens que poderiam advir dos seus investimentos.
A Holanda trouxe Muarício de Nassau para governar a Capitania pernambucana. Este domínio se
estendeu pelas demais capitanias e o comércio açucareiro atingiu o seu esplendor. Em 1640, findada a
União Ibérica, o Estado Português, em sinal de trégua, assina com a Holanda um contrato de
arrendamento para a exploração da colônia brasileira mediante o pagamento do Quinto.
Em 1654, por interesses econômicos da Holanda, Nassau foi deposto para a implantação do
Conselho Escabino, cuja rigidez no trato com a população gerou a eclosão da Insurreição
Pernambucana em 1654. Os holandeses foram derrotados e expulsos do litoral brasileiro após longos
nove anos de batalha. A expulsão dos holandeses trouxe, entretanto, conseqüências negativas à economia
brasileira, como o investimento holandês na produção açucareira nas Antilhas, com a utilização das
técnicas aprendidas no Brasil e oferecendo concorrência ao açúcar brasieliro, já que ainda mantinham o
controle sobre o mercado europeu.
HISTÓRIA (GERAL E DO BRASIL)
Publicada em 09/10/2007
MERCANTILISMO (História Geral)
Foi um conjunto de medidas práticas econômicas dominantes na Europa no período de transição
do Feudalismo para o Capitalismo (na fase do Antigo Regime), quando ocorreu a reunião de interesses da
burguesia mercantil e dos reis absolutistas (aqueles que tinham autoridade do poder justificada pela
“vontade de Deus”...).
A política mercantilista, para ser adotada, requeria dos governos que estes tivessem forte poder
central e capacidade de promover a expansão comercial internacional (alargamento dos mercados),
através de investimentos no território nacional. O poder do rei dependia de quantas riquezas o Estado
arrecadasse, pois muitos setores da sociedade dependiam literalmente da ação real. Ao mesmo tempo, a
burguesia emergente (classe social formada na Europa medieval, baseada economicamente no comércio,
que começa a enriquecer e ficar poderosa com a decadência do Feudalismo e Antigos Regimes) teve que
se aliar ao Estado, numa associação que possibilitou a dinamização da economia interna e a formação de
monopólios.
Para manter a balança comercial (relação das riquezas menos despesas) favorável, o Estado
absolutista mantinha uma política intervencionista, que se utilizava-se de medidas protecionistas, as quais
incentivavam as exportações, reduzindo a cobrança de impostos a quem produzisse para o mercado
externo, enquanto proibia a importação de matérias-primas e aumentava o valor das taxas sobre as
mercadorias estrangeiras.
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Nos séculos XV, XVI e XVII, alguns países europeus, lançaram-se às Américas e à África,
conquistando essas terras e constituindo um enorme império colonial, enriquecedor de suas respectivas
metrópoles. O Pacto Colonial foi o procedimento que submetia as colônias e sua produção (bens de
consumo, metais preciosos, produtos tropicais) à hegemonia da metrópole (produtora de produtos
manufaturados), que além de explorar, obrigava as colônias a comercializarem exclusivamente com os
seus domínios e impedia que estas acumulassem riquezas.
ECONOMIA COLONIAL (História do Brasil)
A economia da colônia, iniciada com o puro extrativismo de pau-brasil e o escambo entre os
colonos e os índios, gradualmente passou à produção local, com os cultivos da cana-de-açúcar e do cacau.
O engenho de açúcar (manufatura do ciclo de produção açucareiro) constituiu a peça principal do
mercantilismo português, organizado em grandes propriedades. A esta extensão de terras se chamou mais
tarde de latifúndios, caracterizados por terras imensas, abundante mão-de-obra escrava e técnicas
precárias.
Para sustentar a produção de cana-de-açúcar, os portugueses começaram, a partir de meados do século
XVI, a importar africanos como escravos. Eles eram pessoas capturadas entre tribos, das feitorias
européias na África (às vezes com a conivência de chefes locais de tribos rivais) e atravessados no
Atlântico nos navios negreiros, em péssimas condições de asseio e saúde, o que custou a vida de grande
parte dos negros e negras vindos de África, antes mesmo de chegarem ao destino. Ao chegarem à
América, essas pessoas eram comercializadas como mercadoria e obrigados a trabalhar nas plantações e
casas dos colonizadores. Dentro das fazendas, viviam aprisionados em galpões rústicos chamados de
senzalas, e seus filhos também eram escravizados, perpetuando a situação pelas gerações seguintes.
Gilberto Freyre (sociólogo, antropólogo e escritor barsileiro) comenta:
“O Brasil nasceu e cresceu econômica e socialmente com o açúcar, entre os dias venturosos do
pau-de-tinta e antes de as minas e o café o terem ultrapassado. Efetivamente, o açúcar foi base na
formação da sociedade e na forma de família. A casa de engenho foi modelo da fazenda de cacau, da
fazenda de café, da estância. Foi base de um complexo sociocultural de vida”.
Em meados do século XVII, o açúcar produzido nas Antilhas Holandesas começou a concorrer
fortemente na Europa com o açúcar do Brasil e contavam com um desenvolvido esquema de transporte e
distribuição do açúcar em toda a Europa. Portugal foi obrigado a recorrer à Inglaterra e assinar diversos
tratados que afetariam a economia da colônia. Em 1642, Portugal concedeu à Inglaterra a posição de
"nação mais favorecida" e os comerciantes ingleses passaram a ter maior acesso ao comércio colonial.
Em 1703, data do Tratado de Methuen, Portugal se comprometeu a admitir no reino os panos (produção
de tecidos) ingleses, e a Inglaterra, em troca, a comprar vinhos portugueses. Era este o tratado de Panos e
Vinhos. Na época, satisfazia os interesses dos grupos dominantes mas teria como conseqüência a
paralisação da industrialização em Portugal, canalizando para a Inglaterra o ouro que acabava de ser
descoberto no Brasil.
No nordeste brasileiro se encontrava a pecuária, tão importante para o domínio do interior, já que
eram proibidos rebanhos de gado nas fazendas litorâneas, cuja terra de massapê era ideal para o açúcar.
No final do século XVII, descobriu-se ouro nos ribeiros das terras que pertenciam à capitania de
São Paulo e mais tarde ficaram conhecidas como Minas Gerais. A Coroa cobrava, como tributo, um
quinto de todo o minério extraído, o que passou a ser conhecido como "o quinto". Os desvios e o tráfico
de ouro, no entanto, eram freqüentes. A fim de impedi-los, a Coroa instituiu uma burocracia e mecanimos
de controle. Quando a soma de impostos pagos não atingia uma cota mínima estabelecida, os colonos
80
deveriam entregar jóias e bens pessoais até completar o valor estipulado — episódios chamados de
derramas.
A fase que ficou conhecida como Ciclo de Ouro iria possibilitar a criação de um mercado interno,
já que havia demanda por todo tipo de produtos para o povoamento das Minas Gerais.
Dessa maneira, o eixo econômico e político transferiu-se para o centro-sul da colônia e o Rio de
Janeiro tornou-se sede administrativa, além de ser o porto por onde as frotas do rei de Portugal iam
recolher os impostos. A cidade foi descrita pelo padre José de Anchieta como "a rainha das províncias e o
empório das riquezas do mundo", e por séculos foi a capital do Brasil.
RAZÃO, PROPORÇÃO E PORCENTAGEM
Publicada em 25/04/2008
A aplicação dos conceitos de razão, proporção e porcentagem é algo constante no nosso cotidiano,
abrangendo tanto problemas simples e rápidos, como um desconto numa loja em liquidação, quanto
problemas mais complexos relativos à inflação ou a taxa de juros, por exemplo. Vejamos uma revisão
básica sobre esses assuntos...
RAZÃO
Denomina-se razão de dois números, diferentes de zero, o cociente formado por eles. Assim
sendo, suponhamos que numa sala de aula haja 35 estudantes, sendo 28 destes homens. Observe o cálculo
da razão entre número de estudantes homens e o total de estudantes da sala:
Total de estudantes: 35
Número de estudantes homens: 28
Número de mulheres: 7
Razão: 28 = 4 (lê-se: 4 para 5)
35 5
Se quisermos saber a razão entre o número de estudantes mulheres e o total de estudantes, temos:
Razão: 7 = 1 (lê-se: 1 para 5)
35 5
De modo análogo, podemos determinar a razão entre duas grandezas. Veja as questões:
a) Hamilton possui 1,80 m de altura e seu cachorro 40 cm. Qual a razão entre a altura do cachorro e a de
Hamilton?
Altura do cachorro: 40 cm
Altura de Hamilton: 1,80 m = 180 centímetros (medida equivalente)
Razão: 40 = 2
180 9
b) Sabendo que a velocidade média é a razão entre o trajeto percorrido e o tempo do percurso, calcule a
velocidade média de um automóvel que percorre 100 km num tempo de 2 horas.
Velocidade média (Vm) = espaço percorrido = 100 km = 50 km/h
tempo 2 h
81
Dica: Perceba que quando duas grandezas diferentes (no caso acima, espaço e tempo) estabelecem uma
razão, esta vem acompanhada de uma unidade de medida (no caso acima, km/h).
PROPORÇÃO
Denomina-se proporção a igualdade entre duas razões. Considerando a, b, c e d, diferentes de zero,
podemos afirmar que eles constituem respectivamente uma proporção se a/b = c/d. Nesse caso, a, b, c e d
são chamados de termos da proporção, sendo a e d os extremos e b e c os meios. Nas proporções, é
valida a seguinte propriedade:
Confira as questões abaixo:
a) Calcular o valor de x na proporção abaixo:
5x + 2 = 3
2x – 2 2
(5x + 2) . 2 = (2x – 2) . 3
10x + 4 = 6x – 6
10x – 6x = -10
4x = - 10
x = -10 = -5
4 2
b) Uma secretária recebe R$ 200,00 pela construção de 16 relatórios. Se ela construiu no fim do mês 42
relatórios, quanto dinheiro ela recebeu?
Há duas maneiras de solucionar essa questão: a primeira consiste em, de forma proporcional, organizar os
dados:
200 = x .
16 42
8400 = 16x
x = 8400 = 525 (reais)
16
A segunda é calcular a razão entre o dinheiro recebido e o número de relatórios e, em seguida, multiplicar
pela quantidade de relatórios no fim do mês:
Razão = 200 = 25
16 2
Razão x quantidade relatórios construídos = 25 . 42 = 525 (reais)
2
PORCENTAGEM
82
Denomina-se porcentagem a medida da razão que apresenta como base o número 100 (razão centesimal).
Assim, admitindo a razão 2/5, podemos transformá-la em centesimal se multiplicarmos o numerador e o
denominador por 20.
2 . 20 = 40
5 20 100
Desse modo a razão centesimal 40 para 100 é equivalente a expressão 40 por cento e pode ser
representada por 40% (forma porcentual).
Dica: um método fácil de expor a forma porcentual de uma razão é achando a sua forma decimal
(dividindo o numerador pelo denominador), e multiplicando-a por 100. Veja:
2 = 0,4 (forma decimal)
5
0,4 . 100 = 40% (forma porcentual)
Vamos resolver as questões:
a) Maria juntou 45¨% do seu salário, que é de R$ 900. Quanto de dinheiro Maria juntou?
45% de 900 = 45 . 900 = 405 (reais)
100
b) Uma TV de plasma que custava R$ 1.200 passou a custar R$ 900 durante uma promoção. Qual foi a
porcentagem de desconto da TV?
A porcentagem será a razão entre o desconto em reais e o valor inicial da TV:
Desconto = 1200 – 900 = 300
300 = 0,25 = 25%
1200
A questão também poderia ser resolvida assim:
1200 = 100%
300 = x %
1200x = 30000
x = 25%
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CONJUNTOS: NOÇÕES BÁSICAS
Publicada em 14/08/2008
83
A idéia de conjunto está inserida em muitas tarefas da nossa vida cotidiana e pode ser definida como uma
organização ou coleção de qualquer coisa que se pense. Assim sendo, podemos citar, por exemplo, o
conjunto de cds que possuímos, dos livros que já lemos, das vogais do alfabeto, dos objetos da sala ou dos
meses do ano.
Admitindo o conjunto de vogais da palavra “matemática”, podemos organizá-lo da seguinte maneira: {a,
e, i}. Perceba que as letras são colocadas dentro das chaves, separadas por vírgulas, não havendo
repetição. As vogais a, e, i são chamadas de elementos do conjunto. Pode-se representar este conjunto
também através de uma letra, geralmente maiúscula. Assim, M = {a, e, i}.
Outra noção importante é a de que os elementos presentes no conjunto pertencem (símbolo: Î) a ele.
Dessa maneira, a vogal a Î M (lê-se a pertence a M), e Î M e i Î M. Por outro lado, as vogais “u” e “o”
não pertencem (símbolo: Ï) ao conjunto M, uma vez que não estão presentes na palavra matemática.
TIPOS DE CONJUNTO
Para falarmos sobre os tipos de conjunto, vamos apresentar exemplos com as principais representações e
observações. Vejamos:
· Considere o conjunto A, que representa os números pares menores que 30. Como é um conjunto
com muitos elementos (14), podemos colocar as reticências entre eles:
A = {2, 4, 6, 8, ... , 24, 26, 28}
· Considere o conjunto T dos números naturais compreendidos entre -4 e -2. Como não há nenhum
número natural nesta faixa, chamamos T de conjunto vazio, representado por { } ou Æ. Portanto
T = Æ.
· Considere o conjunto I, formado pelos números ímpares maiores que 20. De imediato, podemos
perceber que este é um conjunto infinito. Assim, representamo-lo pondo reticências depois da
citação de alguns dos seus elementos:
I = {21, 23, 25, 27, 29, ...}
· Considere o conjunto P dos números primos menores que 3. Como o único número primo menor
que três é 2, classificamos P como um conjunto unitário, isto é, aquele que possui somente um
elemento. P = {2}
· Considere o conjunto E = {1, 3, 5, 7}. Como esse conjunto corresponde também aos números
naturais ímpares menores que 8, podemos destacar esta característica, representando-a da seguinte
maneira: E = {números naturais ímpares menores que 8}.
· É chamado de conjunto universo (U) aquele que é constituído por todos os elementos
estabelecidos. Desse modo, se numa determinada análise desejarmos descartar os números
negativos, por exemplo, o conjunto universo poderá equivaler ao dos números naturais (N).
· A representação da quantidade de elementos de um conjunto A = {2, 4, 5, 7, 10}, por exemplo, é
denotada da seguinte maneira: n(A) = 5 (lê-se o número de elementos de A é igual a 5).
· Dados dois conjuntos A e B, dizemos que eles são iguais se possuírem os mesmo elementos.
Representação: A = B. Caso os elementos não coincidam, dizemos que A é diferente de B.
Representação: A ≠ B.
84
· Considere o conjunto A = {2, 5, 8, 9, 11}. Podemos representá-lo também através de um
diagrama, conhecido como diagrama de Venn. Observe abaixo:
SUBCONJUNTOS
Dado os conjuntos A e B:
A = {2, 3, 6}
B = {2, 3, 4, 5, 6, 8}
Observe através do diagrama que todo elemento de A é também elemento de B.
De acordo com o que foi visto, podemos dizer que o conjunto A está contido em B (A Ì B) ou que B
contém A (B É A). Analogamente, o conjunto A é dito subconjunto de B. Estendendo o conceito, é
possível afirmar que A é subconjunto de B se todo elemento de A pertencer a B.
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
Há três operações principais envolvendo conjuntos: união, diferença e intersecção. Para estudá-las, vamos
adotar como exemplo os conjuntos abaixo:
A = {0, 1, 3, 4, 5,}
B = {1, 3, 6, 8, 9}
União: Considerando os conjuntos A e B, chamamos de união ou reunião de A com B, o conjunto que
apresenta os elementos pertencentes a A ou B. A representação da união é: A È B.
A = {0, 1, 3, 4, 5,}
85
B = {1, 3, 6, 8, 9}
A È B = {0, 1, 3, 4, 5, 6, 8, 9}
Diferença: Considerando os conjuntos A e B, chamamos de diferença entre A e B o conjunto que
apresenta os elementos do conjunto A não pertencentes ao B. A representação da diferença é: A – B.
A = {0, 1, 3, 4, 5,}
B = {1, 3, 6, 8, 9}
A – B = {0, 4, 5}
Intersecção: Considerando os conjuntos A e B, chamamos de intersecção de A com B, o conjunto que
apresenta os elementos comuns ao conjunto A e ao B. A representação da intersecção é: A Ç B.
A = {0, 1, 3, 4, 5,}
B = {1, 3, 6, 8, 9}
A Ç B = {1, 3}
86
OBSERVAÇÕES
· Se um conjunto A qualquer for subconjunto de um conjunto B (A Ì B), logo a diferença entre
B e A (B – A) é chamada de complementar de A em relação a B, sendo representada por CBA.
· Se dois conjuntos não possuem elementos comuns, a intersecção entre eles origina um conjunto
vazio. Assim, veja o exemplo:
A = {1, 2, 5, 7} B = {3. 6, 9} A Ç B = { } ou Æ
· O número de elementos entre a união de dois conjuntos é igual ao número de elementos do
primeiro mais o número de elementos do segundo menos a intersecção entre eles.Veja o exemplo:
A = {2, 4, 6, 8, 9} n(A) = 5
B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} n(B) = 6
A ÈB = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9} n(A ÈB) = 8
A Ç B = {2, 4, 6} n(A Ç B) = 3
Pela definição:
n(A ÈB) = n(A) + n(B) - n(A Ç B)
8 = 5 + 6 - 3
8 = 11 – 3
8 = 8
TEXTOS RELACIONADOS:
· RAZÃO, PROPORÇÃO E PORCENTAGEM
TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA
Publicada em 02/08/2008
No nosso dia-a-dia, nos deparamos comumente com inúmeras transformações, as quais podem ser
impulsionadas pela capacidade de união entre os elementos ou até mesmo por suas mudanças estruturais.
Chamando de fenômeno qualquer alteração sofrida pela matéria, podemos classificá-lo em físico ou em
químico.
FENÔMENOS FÍSICOS
É o fenômeno que não ocasiona modificação na composição química da matéria. Exemplificando: a
ebulição da água é um exemplo de fenômeno físico, pois, neste caso, as propriedades químicas da água
não se alteram; apenas o seu estado físico sofre mudanças.
FENÔMENOS QUÍMICOS
É o fenômeno no qual se altera a composição química da matéria. Assim sendo, a mudança nas
propriedades de determinadas substâncias dá origem a novos compostos com características diferentes.
Se um fenômeno químico se efetiva, podemos dizer que houve uma reação química. Exemplificando: se
87
expusermos uma esponja de aço por certo tempo à atmosfera, haverá o surgimento de um novo composto,
denominado “ferrugem”. Ele é resultado da reação química entre o ferro, principal componente da
esponja, o oxigênio e o vapor d’água, ambos presentes no ar.
CARACTERÍSTICAS DAS REAÇÕES QUÍMICAS
Os componentes iniciais que participam de um fenômeno químico são chamados de reagentes; os novos
compostos gerados, de produtos. Na representação das reações, colocamos os reagentes ao lado
esquerdo, separando-os com o sinal de mais; e os produtos ao lado direito, também separados pelo sinal
de mais. Veja abaixo:
LEI DA CONSERVAÇÃO DAS MASSAS OU DE LAVOISIER
O químico francês Antoine Laurent Lavoisier, no século XVIII, com base em estudos, conseguiu formular
uma lei que comprovasse regularidades nas reações químicas. Durante uma experiência, aquecendo 2,38g
óxido de mercúrio dentro de uma retorta de vidro, ele percebeu que após a reação, houve a formação de
duas substâncias: o mercúrio e o gás oxigênio, respectivamente, com massas de 2,19g e 0,19g. Como
pode ser visto, a massa do reagente é igual à massa dos produtos, não ocorrendo alteração na
massa durante a reação. Desse modo, enuncia-se a Lei de Lavoisier da seguinte maneira:
“Numa reação química, em ambiente fechado, a massa total dos reagentes é igual à dos produtos.”
Tal lei passou a ser popularizada da seguinte maneira:
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
LEI DAS PROPORÇÕES CONSTANTES OU DE PROUST
Um pouco depois de Lavoisier, o químico Joseph Louis Proust, analisando a composição química das
substâncias, descobriu outra regularidade. Esta lei afirma que dada uma determinada substância, os
elementos que a constituem possuem sempre a mesma composição em massa.
Exemplificando: em qualquer massa de água, independente da origem, o hidrogênio e o oxigênio
estabelecem a proporção de 1:8, isto é, em 9g de água, 1g diz respeito ao hidrogênio e 8, ao oxigênio. A
porcentagem de composição da água é, portanto, 11,11% de hidrogênio e 88,89% de oxigênio. Esta lei
pode ser descrita assim:
“Dada uma substância pura qualquer, a sua composição em massa é sempre constante.”
TEXTOS RELACIONADOS
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· ESTRUTURA DA MATÉRIA
· RAZÃO, PROPORÇÃO E PORCENTAGEM
CICLOS DA MATÉRIA
Publicada em 12/06/2008
88
A manutenção da vida depende de uma constante renovação da matéria. Assim, a troca existente entre os
seres vivos e o meio mantém o equilíbrio e a renovação de elementos e substâncias através de ciclos.
Vejamos as características de alguns ciclos da matéria.
CICLO DO CARBONO
O carbono, presente na forma de gás carbônico (CO2), pode ser encontrado na atmosfera ou
dissolvido na água. Os seres fotossintetizantes (produtores), durante o processo de fotossíntese,
armazenam o gás carbônico da atmosfera de modo a fabricar moléculas orgânicas, as quais, por
conseqüência, são constituídas de carbono. Parte desse carbono é repassada aos outros níveis tróficos
(consumidores) através da nutrição, sustentada pela dinâmica das cadeias alimentares. A devolução do
carbono à atmosfera ocorre basicamente de duas formas: pela respiração, realizada tanto pelos
produtores quanto pelos consumidores; e pela decomposição, processo realizado por bactérias e fungos
com atuação em todos os níveis tróficos.
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS E INTERFERÊNCIA HUMANA
Em determinadas circunstâncias, o retorno do carbono à atmosfera pode demorar milhões de anos.
Pode-se, nesse sentido, pôr em questão o caso dos combustíveis fósseis. Eles consistem em compostos de
carbono que não foram decompostos, e, dessa maneira, transformaram-se e se acumularam no subsolo
principalmente como petróleo, carvão e turfa. A ação humana vem alterando o ciclo do carbono desde
os últimos 150 anos. O aumento de gás carbônico na atmosfera, em decorrência da queima dos
combustíveis fósseis e das queimadas, intensifica o efeito estufa, o que origina o chamado aquecimento
global, fenômeno climático que caracteriza-se pelo aumento da temperatura média do planeta, podendo,
com isso, interferir no funcionamento da vida.
CICLO DO OXIGÊNIO
O oxigênio encontrado na natureza é absorvido pelos seres vivos como CO2, O2 e H2O. Na forma
molecular (O2), ele existe na atmosfera na proporção de 21%. Na respiração aeróbica, o oxigênio
molecular é incorporado por animais e plantas, passando a constituir a matéria orgânica. A sua reposição
ao meio ambiente é feita através da atividade fotossintética, em especial do fitoplâncton marinho, que o
libera novamente à atmosfera. Com base nisso, pode-se concluir que os ciclos do carbono e do oxigênio
estão interligados, sendo equilibrados pelos processos de fotossíntese e respiração. O oxigênio também
possui a função importante de constituir o ozônio (O3), gás que protege a superfície terrestre da radiação
solar ultravioleta.
CICLO DO NITROGÊNIO
Na atmosfera, o nitrogênio gasoso (N2) é encontrado na proporção aproximada de 79%. Apesar de
muito abundante, apenas alguns seres vivos adquirem-no dessa forma, como é o caso das cianobactérias
(cianofícias ou algas azuis), as quais o introduzem na síntese de moléculas orgânica nitrogenadas. Devido
a essa função, estas bactérias são chamadas de fixadoras de nitrogênio. Quando as cianobactérias
morrem, elas liberam nitrogênio no solo na forma de amônia (NH3). Em seguida, bactérias do gênero
Nitrosomonas transformam a amônia em nitrito (HNO2). Por final, bactérias do gênero Nitrobacter
transformam o nitrito em nitrato (HNO3), o qual é a fonte ideal para que as plantas absorvam nitrogênio.
O nitrogênio é devolvido pela ação das bactérias desnitrificantes, que transformam o nitrato em gás
nitrogênio, liberando-o de novo à atmosfera.
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ıAQUECIMENTO GLOBAL
ESTRUTURA DA MATÉRIA
Publicada em 29/05/2008
Podemos perceber visualmente que a matéria se encontra em três estados físicos: sólido, líquido e
gasoso. Esses estados se relacionam com a forma com que as partículas estão organizadas, por isso,
também são chamados de estados de agregação da matéria. Vejamos as suas características.
Sólido: A matéria, no estado sólido, apresenta partículas ordenadas, sem liberdade de movimento, que
formam estruturas geométricas conhecidas como retículos cristalinos. Neste estado, ela apresenta forma
e volume definidos.
Líquido: A matéria, no estado líquido, tem partículas desordenadas, com certa liberdade de movimento,
apresentando apenas o volume definido.
Gasoso: No estado gasoso, existem grandes espaços entre as partículas, que apresentam grande liberdade
de movimento. Por essa razão, as partículas gasosas não têm nem forma, nem volume definidos.
MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO
A matéria, quando submetida a uma variação de temperatura, pode mudar de estado físico,
passando desse modo a apresentar propriedades macroscópicas (forma, volume...) e microscópicas
(arranjo das partículas) diferentes. Contudo, não ocorre variação na sua composição química. Cada
mudança recebe uma determinada classificação:
Sólido para o líquido = Fusão
Líquido para o gasoso = Vaporização
Gasoso para o liquido = Condensação
Líquido para o sólido = Solidificação
Sólido para o gasoso ou vice-versa = Sublimação
Observação: A vaporização pode ocorrer de três formas diferentes: Evaporação (processo lento),
Ebulição (processo rápido), Calefação (processo muito rápido).
PROPRIEDADES DA MATÉRIA
Ponto de fusão (PF): É o ponto de temperatura constante onde uma substância pura muda do estado
sólido para o líquido. Durante todo o processo de fusão de uma substância, a temperatura mantém-se
constante.
Ex: PF da água: 0 °C, PF do Ouro: 1064 °C, PF do Oxigênio: -218 °C
Ponto de ebulição (PE): É o ponto de temperatura onde uma substância pura muda do estado líquido
para o gasoso. Assim como na fusão, durante todo o processo de ebulição de uma substância, a
temperatura mantém-se constante.
90
Ex: PE da água: 100 °C, PE do Ouro: 3080ºC, PE do Oxigênio: -183 °C
Observação: A solidificação e a condensação ocorrem na mesma temperatura do ponto de fusão e
ebulição, respectivamente.
Densidade: O conceito de densidade foi muito importante para esclarecer vários questionamentos, como
por exemplo: por que um pedaço de ferro afunda num copo de água, enquanto um pedaço de mesmo
volume de cortiça não?
Isso ocorre, porque, mantendo um volume igual para os dois, a massa do ferro é maior do que a da
cortiça. 1 cm3 de ferro tem uma massa de 7, 86 g, enquanto 1 cm3 de cortiça tem uma massa de 0, 32 g.
Essa relação entre a massa e o volume é denominada densidade.
d = m
v
Sendo assim, podemos concluir que o ferro (d = 7, 86 g/cm3) afunda, porque ele é mais denso do
que a água (d = 1 g/cm3). Já a cortiça (d = 0,32 g/cm3) não afunda, porque ela é menos densa do que a
água.
SUBSTÂNCIAS PURAS E MISTUAS
Com base nas propriedades apresentadas acima (ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade),
podemos diferenciar uma substância pura de uma mistura. Para isso, é essencial observar as
características de alguns compostos. Ao analisarmos as propriedades especificas da água, do sal de
cozinha e da moeda, obtemos os seguintes resultados:
Com base na tabela acima, podemos concluir que a água e o sal de cozinha apresentam valores
fixos para a densidade, para o ponto de fusão e para o ponto de ebulição. Essas duas espécies químicas
são classificadas como substâncias puras.
A moeda, apesar de apresentar um valor para a densidade, não apresenta pontos de fusão e
ebulição constantes, e sim faixas de temperaturas no momento em que ocorre a fusão e a ebulição. Desse
modo, podemos classificar a moeda como uma mistura.
Substância pura: É toda espécie química que apresenta pontos de fusão e ebulição constantes a uma
dada pressão. Como já foi dito, durante toda a mudança de estado físico de uma substancia pura, não
ocorrem variações de temperatura.
Mistura: É toda espécie química que apresenta variações de temperatura durante a fusão e/ou durante a
ebulição. As misturas apresentam faixas de temperatura na mudança de estado físico, e não pontos.
Algumas misturas se apresentam como exceções a esse conceito:
Misturas eutéticas: São misturas que apresentam pontos de fusão constantes, mas pontos de ebulição
variáveis. Um exemplo de mistura eutética é a solda (mistura de estanho e chumbo) que possui ponto de
fusão igual a 183 ºC.
Misturas azeotrópicas: São misturas que apresentam pontos de ebulição constantes, mas pontos de fusão
variáveis. Um exemplo de mistura azeotrópica é o álcool de farmácia que apresenta ponto de ebulição
igual a 78 ºC.
91
O que é Conhecimento: Conhecimento é o ato ou efeito de conhecer, é ter ideia ou a noção de alguma coisa. É o saber, a instrução e a informação.
APOSTILAS
terça-feira, 17 de outubro de 2017
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